24) ritual do sorvete

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024. ritual do sorvete

— Vou dormir com vocês! — HyunJin puxou as cobertas e se enfiou embaixo delas, abraçou o Kim pela cintura e ele riu alto.

— Hoje foi um dia bem legal... — JeongIn murmurou olhando para o celular e sorriu.

— Estou exausto... amanhã tenho que limpar a casa, está tudo sujo.

— Eu te ajudo. — o Hwang disse beijando sua bochecha e o apertou mais, arrancando mais um riso seu.

JeongIn se virou largando o celular e o abraçou também fechando os olhos com o rosto perto de seu pescoço, gostava de sentir o calor dele e ouvir sua risada.

— Ficar com vocês dois é tão bom... — se virou de barriga para cima alternando o olhar entre eles que sorriram sentados na cama, o Hwang acariciou seus cabelos se curvando para beijá-lo com calma.

JeongIn não demorou a repetir o ato se colocando junto no beijo ainda lento, o Kim levou uma mão a nuca do mais velho entrelaçando seus dedos aos do menor, suas línguas se tocavam devagar deixando sua cabeça bagunçada, mas conseguia pensar no quanto aquilo era bom, com certeza melhor que a primeira vez de tantos anos atrás.

— Eu amo vocês.

[ . . . ]

SeungMin o agarrava de um jeito tão firme e bom que foi muito difícil desgrudá-lo de seu tronco para se levantar da cama, olhou para os dois por segundos antes de ir para o banheiro lavar o rosto. Desceu para a cozinha achando uma pilha de louça suja a ser limpa, a casa toda estava meio bagunçada depois da festa, mas seria muito para HyunJin arrumar sozinho, a louça seria um bom começo.

Sem barulho nenhum na casa só conseguiu pensar nos beijos que trocaram na noite anterior, em como JeongIn quase sempre conseguia tornar tudo em algo meio intenso, beijar os dois era bom! Uma sensação completamente perfeita... uma que pensava que nunca mais ia sentir e tê-la de volta era deliciosamente confuso, os três estavam claramente confusos com aquilo mesmo que depois acabaram só dormindo.

Seu corpo pareceu vacilar inteiro junto a um sobressalto quando uma mão tocou suas costas e o copo que lavava caiu na pia fazendo um barulho alto.

— Ai, caralho! — resmungou abaixando o rosto e apoiou as duas mãos na pia enquanto o mais novo ria alto de sua reação exagerada. — Caramba, JeongIn! Como você chegou aqui?!

— Pelas escadas, estava tão concentrado na louça que não me ouviu?

— Para de rir, seu idiota, eu poderia ter ter quebrado o copo... quase tive um ataque!

— Como você é exagerado. — o Yang disse rindo e o abraçou por trás deixando um selar carinhoso em seu pescoço. — No que estava pensando? No meu corpinho nu, né?

— Não, no soco que eu vou te dar, tapado. — rosnou arrancando mais uma risada sua e ligou a torneira começando a enxaguar tudo o que ensaboou. — Você se manca, JeongIn!

— Você não me engana, Hwang, sei que você me ama! — brincou colocando o queixo em seu ombro e ele riu com deboche.

— Tem uma coisa que quero te perguntar...

— O que? Tem algo que você não saiba sobre mim?

— Bastante coisa na verdade, mas é sobre o Chan... — encostou a cabeça na sua e colocou mais um copo no escorredor.

— Pode perguntar.

— Você sabe sobre os pais deles, quer dizer... por que... eh...

— Sobre quem colocou ele para adoção? Sei... ele também sabe e eu devo dizer que não é o tipo de coisa que crianças deveriam ter consciência, eu não entendo com ele pode ser tão alegre e legal com as pessoas... talvez ele tenha só esquecido ou deixou de se importar. — suspirou deitando a cabeça em seu ombro. — Uma vez ele me disse que agradece por eu ter adotado ele e que eu sou tudo o que ele precisa.

— Droga... — o mais velho resmungou o fazendo rir quando enxugou as lágrimas. — Pode falar sobre os pais dele?

— Posso, se me prometer que não vai chorar mais.

— Eu não estou chorando!

— Uhum... — beijou sua bochecha se afastando para pegar coisas para fazer café. — Eu não sei direito a história... mas o pai e a mãe dele eram dois usuários, tiveram o Chan e não cuidavam nada bem dele, quando a própria polícia o tirou deles estava doente e muito magro... eu sei que ele se lembra do que acontecia, das brigas e... — parou de falar ao ouvi-lo soluçar alto apoiado na pia tentando esconder o rosto nos braços. — Desculpa, eu não devia te contar isso.

— Não doía t-tanto assim a anos... — murmurou abraçando o próprio corpo com um braço e ele se aproximou para abraçá-lo com força, sentiu suas mãos molharem suas costas quando agarrou sua camiseta.

— Calma... — fez carinho em seus cabelos sentindo o rosto dele apoiado em seu ombro. — Está tudo bem...

— Eu mesmo sei o q-quanto crianças não devem passar por isso... é tão doloroso. — JeongIn só pode fazer carinho em suas costas, ele o apertou mais chorando tanto que era difícil entender o que falava.

Afastou um braço de seu corpo para desligar o fogão o guiando com dificuldade para o sofá da sala, se sentou ali o puxando para perto.

— Por favor, não me s-solta. — praticamente implorou tendo seu corpo puxado pelo mais novo que secou seu rosto o beijando várias vezes.

— Eu estou aqui, está tudo bem... — beijou seu rosto de novo colocando seus cabelos atrás da orelha.

Demorou um tempo para que ele se acalmasse de verdade, mas quando parou de chorar parecia que ele estava dormindo de tão quieto, sempre foi difícil para o Hwang falar sobre aquilo, por isso era um assunto quase esquecido entre os três amigos.

— Estou muito sensível, para de me olhar. — murmurou virando o rosto e ele riu deixando um beijo em seu ombro.

— Quer tomar sorvete?

— Sorvete? Mas está todo mundo dormindo, não é ritual do sorvete sem o SeungMin. — respondeu ainda com o rosto para o outro lado e ele sorriu o arrumando no colo. — Tem que ter nós três.

— Tudo bem, podemos fazer isso depois do almoço... agora tem mais três pessoinhas para o ritual do sorvete. — o viu sorrir e voltar a virar o rosto para o seu, seus olhos inchados e o rosto vermelho, ele ainda era muito bonito.

— Nada nunca mais vai ser nós três, agora tudo é seis.

— Nossa, a gente é em seis! — murmurou mostrando sua surpresa por nunca ter reparado naquilo e o outro sorriu afirmando com a cabeça. — Quando a gente virou seis?!

— Em algum tipo de encontro estranho sentados na calçada quando você estava sendo despejado.

— Parece que faz muito tempo...

I WANT A SISTER - 3inOnde histórias criam vida. Descubra agora