Capítulo 22

20 5 0
                                    


Mais duas semanas se passaram.

Após o banho, eu acendo a luz de dentro do meu armário para pegar minha roupa.

— Ei, dá pra apagar essa luz aí? — reclamou Uriel do outro lado do quarto. — Vem direto na minha cara.

— Todo dia isso. São só uns segundos, espera aí. — respondi. Ele rolou pro lado e cobriu a cabeça com o lençol. — Relaxa que amanhã você também vai ter que acordar de madrugada junto comigo.

— Eu não. Por que?

— Missão da Montanha. — afirmei. Ele se sentou na cama assustado.

— Já é amanhã? — indagou.

— Silêncio, tô tentando dormir. — resmungou Charlie, semi acordado.

Comecei a vestir minha roupa por baixo da toalha.

— Esqueceu, foi? — perguntei. — Amanhã de madrugada a gente sai.

Uriel esfregou as mãos no seu cabelo encaracolado e deitou novamente.

— Não lembrava... droga.

— Já aprendeu a fazer as adagas de vidro?

— Mais ou menos... elas estão meio frágeis ainda.

— Esses dias, aprendi a virar fumaça. — murmurou Charlie, ainda sonolento. — Foi legal...

— Sério? — perguntei, admirado. — Nem mostrou pra gente.

— É... depois eu mostro. — poucos segundos depois, voltou a roncar.

— Já vou indo. — afirmei, e saí do quarto. Kevin era tão quieto que era capaz dele estar acordado durante essa interação e só decidiu não falar nada.

 Kevin era tão quieto que era capaz dele estar acordado durante essa interação e só decidiu não falar nada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Chegando na pequena sala de treino, estranhei não encontrar Victoria. Eram 5:12, e ela era tão pontual quanto Frank. Até que quase escorreguei. Reparei que o chão estava todo molhado. Então, como puro instinto, atraí a lança de metal para minha mão, pulei e a enfiei na parede, me pendurando nela. No mesmo segundo que fiz isso, centenas de espinhos de gelo surgiram do chão, quase pegando no meu pé.

Victoria saiu de trás da porta.

— Bom instinto. — disse ela. Eu ainda estava pendurado pelas mãos na lança. — Pode descer, não estou mais dominando o gelo.

— Vou confiar. — soltei a lança e caí no chão, quebrando as pontas de gelo com meu peso. — Se você ainda estivesse dominando, iria me perfurar?

— Quer testar?

— Não, obrigado. — respondi. Ela sorriu.

— Acho que hoje é nosso último dia de treino, né? — perguntou.

Benjamin Heartwell e a Pedra de ScaldorOnde histórias criam vida. Descubra agora