Capítulo 31

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— Filho, entre no carro!

Eu estava paralisado diante de sete pequenas crateras no asfalto, onde ao lado deitavam sete corpos carbonizados. Eu estava noventa por cento surdo e mal consegui ouvir os gritos do meu pai. Fui puxado pelo braço e forçado a sentar no banco do carona da caminhonete. A porta do motorista estava semi derretida, resultado da lava. Por isso, meu pai simplesmente a arrancou fora e entrou.

— Vamos ter que sair da cidade. — disse ele, pisando fundo no acelerador. Sua voz estava abafada, mesclada a um zumbido que ecoava em meu ouvido.

— Pai...

— Não tenho tempo para explicar agora, filho. Eu sei que isso parece loucura. Droga! — ele bate com força no volante, me dando um pequeno susto. — Eu nunca devia ter feito aquilo na sua frente... — sussurrou ele.

— Você...

— Antes de tudo precisamos achar um local seguro. Nossa casa já era. Eu sinto muito por estar envolvendo você nessa situação...

— Você estava no modo Imperium...

Ele ficou em silêncio e olhou para mim, assustado. Em seguida, freou o carro e estacionou no acostamento. Já estávamos em alguma pista que levava para fora da cidade.

— Como você sabe disso? — indagou ele, confuso. Mas eu não respondi de imediato. — Benjamin! Onde você já ouviu essa palavra?

— Eu... — eu ainda não havia recuperado do choque de ver meu pai matar sete pessoas com raios bem na minha frente. — Eu estou sendo treinado na base Z-523 Aval...

Meu pai ficou pálido e começou a gritar antes de eu terminar a frase.

— Você o quê?! Como ele pôde? Ele prometeu que não te envolveria nisso! Eu confiei nele. — a esse ponto ele estava apenas falando sozinho. — Mas... por que? Por que ele faria isso comigo? Não faz sentido. — ele encostou a cabeça no volante sem acreditar enquanto balbuciava palavras. — Christopher prometeu.

— Pai. — toquei em seu braço. Minha audição já havia voltado ao normal. — Você conhece o Avalon? O Christopher Adams?

Ele olhou para mim com um olhar triste e angustiado, provavelmente querendo muito poder voltar no tempo.

— Sim, Benjamin. Christopher... ele é meu irmão mais velho. E fomos nós dois que fundamos o Avalon.

Agora, chegamos a um dos momentos em que minha cabeça ficou mais perto de pifar da minha vida.

Primeiro: meu pai era um mestre de eletricidade.

Segundo: Adams é meu tio.

Terceiro: Meu pai foi um dos criadores da base ultrassecreta que me deu superpoderes.

Meu pai era meu pai. Sempre foi. Todos os anos da minha vida eu morei com meu pai e fim. Não tinha mais nada além disso. Um homem comum, engenheiro, que fazia um ótimo macarrão e, após a morte da minha mãe, ficou em casa enquanto trabalhava em sua oficina.

Novamente, tive que atualizar meu passado. Durante todo aquele tempo, Mark Heartwell era o fundador do Avalon.

E Adams... era seu irmão. Meu tio.

Sempre pensei que ele fosse filho único. Foi o que sempre me foi dito. Mas era tudo mentira.

E isso não era nem o começo.

Ele ligou o carro e seguimos pela estrada ao som da chuva.

— Christopher prometeu que te deixaria fora disso. — afirmou ele. — Antes de te mandar para o internato, falei com ele. Eu sabia que era época de recrutamento. Por isso, fiz ele garantir que não o levaria. — após uma breve pausa, continuou. — Qual elemento você domina?

Benjamin Heartwell e a Pedra de ScaldorOnde histórias criam vida. Descubra agora