Capítulo 34

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Não demorou muito até o sol nascer.

Meu pai me acordou e começou a se alongar. Reparei que meu estômago estava vazio e pedi para pararmos para comer alguma coisa. Como estava de dia, voar não era muito uma opção, então descemos o prédio pelo elevador e caminhamos pela cidade.

— Eu tenho um plano B para ocasiões desse tipo.

— Que tipo de plano B?

— Nada de mais. Suprimentos para caso eu não tivesse outra opção. Acabei usando bastante deles nos últimos meses... espero que tenha sobrado alguma coisa.

Caminhamos alguns quarteirões até chegarmos na frente de um edifício residencial. Meu pai apertou um botão no interfone, tocando uma campainha.

— Quem tá aí? — perguntou uma voz feminina. Imaginei que ela tivesse uns quarenta anos.

— É Tennyson. Entregador de pizza. — respondeu meu pai.

— Droga... estou descendo. — ouvimos o som do telefone sendo recolocado no gancho.

— Agora é só esperar.

— Tennyson? Pizza?

— É um código. E, para o bem dela, é melhor que não saiba o meu nome.

— Quem é ela? — indaguei.

— Uma conhecida minha. Ela tem uma dívida comigo de anos atrás, então mantém suprimentos para mim aqui sempre que preciso. Esse foi o combinado.

— Ela não parecia tão feliz em saber que era você.

— Ela não é muito bem-humorada. — respondeu com um sorriso no rosto. — Eu gosto de animá-la de vez em quando, mas ela nem sempre parece gostar.

Poucos minutos depois, uma mulher baixinha e acima do peso aparece saindo do edifício com uma mochila enorme nos braços.

— Você caprichou dessa vez, hein, Sra. Dashner. Parece estar pesado.

— Cala a boca, Tennyson. Tome sua comida e vá embora.

Ela abriu a porta de barras de metal e entregou a mochila a ele. Devo mencionar que ela olhava para todos os lados com medo de ser vista.

— Quem é esse? É seu filho?

— Huh... é meu sobrinho. Froid.

Sério? Pensei.

— Acho que essa é a última, não é? Estamos quites. — perguntou ela, não dando muita atenção para mim.

— O quê? Já? — meu pai fez umas contas com os dedos e depois confirmou. — Verdade! Essa foi a última. Pode admitir, a senhora vai sentir minha falta.

Antes de se pronunciar, sua expressão já respondia por si só.

— Claro que não. Agora, suma da minha vida.

— Deu uma emagrecida, viu? Gostei de ver.

Ela fechou a porta e... fez um gesto para ele.

Meu pai esperou que ela entrasse no prédio para abrir a mochila. Lá, continha muitas barras de cereal, garrafas de água, latas de sopa e uma certa quantia em dinheiro.

— Okay, agora temos que descobrir um meio de achar Thomas antes que ele vá para casa. — disse meu pai.

— Isso não vai ser fácil. Estamos a quilômetros da casa dele e, para falar a verdade, não sei se deveríamos voltar para lá.

Benjamin Heartwell e a Pedra de ScaldorOnde histórias criam vida. Descubra agora