Capítulo 5

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Esperei o minuto de tremedeira e barulhos ensurdecedores terminar. Quando a luz finalmente se acendeu, avistei Victoria à minha frente. Ela usava a mesma roupa que todos nós, mas sua camiseta tinha um rasgo na lateral, de onde vinha o sangue.

Eu ainda estava processando o que eu havia feito e conferindo se, realmente, havia conseguido, ou se era só minha imaginação sendo otimista.

— Benjamin? — chamou ela.

— Oi... — afirmei, procurando regular minha respiração.

— Você me salvou...

— Parece que sim... — respondi.

— Em vez de pegar a chave?

Eu refleti por um momento.

— É... eu nem pensei na chave.

— Você passou do lado dela.

— Verdade... não sei. Não pensei direito. Só não quis que você morresse também.

— Entendi. — disse Victoria. Ela se levanta, mas uma tontura a faz se apoiar na parede.

— Deixa eu ver. — eu digo. Ela remove a mão do corte me fazendo fechar os olhos rapidamente. Era bastante sangue. Então, de olhos fechados, tirei minha camiseta, expondo meu tronco magro, e estendi pra ela. — Pressiona na ferida.

— Obrigada.

Victoria gemeu de dor enquanto cobria o corte com minha camiseta. Com a fonte do sangue coberta, arrisquei abrir os olhos.

— Como isso aconteceu?

— Já chegaram a ver o bicho que tá solto por aí? — disse ela. Eu concordei. — Ele quase me pegou enquanto eu entrava em um quarto. Seu chifre ainda passou de raspão aqui. Tá doendo demais...

— Sinto muito.

— Alguma ideia do que tá acontecendo? — disse ela, ficando de pé.

— Só sei que precisamos encontrar a chave no centro do labirinto. E o caminho são os quartos sem relógio. Falando nisso... — olhei ao redor e não encontrei nenhum relógio. — Esse quarto antes era um dos que levava diretamente à chave, então já começamos no caminho certo. Não dá pra saber o quão longe estamos da chave agora. Melhor não perdemos temp...

Victoria se aproximou e me deu um abraço. Eu não soube como reagir. Se, ao menos, eu tivesse tido a brilhante ideia de retribuí-lo. Ela me soltou.

— Desculpa... eu só queria te agradecer por ter me salvado.

— Sem... sem problemas... eu só fiz o que qualquer um faria.

— Acho que não. Posso me apoiar em você?

Victoria estendeu seus braços e os coloquei envolta do meu meu pescoço, e seguimos para a porta.

— Alguma direção, Ben?

— Você sabe meu nome?

— Ouvi o Davi e os outros gritando "Benjamin" quando você correu. Posso te chamar de Ben?

— Pode sim. E eu posso te chamar de Vi?

— Pode, Ben.

— Ótimo, Vi.

Ela abriu um sorriso, que conseguiu me dar um pouco de paz em meio a todo aquele caos.

— Como você achou o centro? — perguntei a ela.

— Sinceramente, foi aleatório. Acho que, quando as salas todas trocaram de lugar, acabei aparecendo em algum lugar perto.

— Hum, entendi. Vamos procurar a sala mais próxima que não tenha relógio, e seguir a partir daí.

Benjamin Heartwell e a Pedra de ScaldorOnde histórias criam vida. Descubra agora