— A Pedra de Scaldor! — gritou James.
— Vamos embora daqui! — gritei de volta. — Thomas, a saída!
O barbudo estava em choque, olhando de boca aberta para os pequenos cristais espalhados pela sala.
— Isso... não...
Novamente a sala foi chacoalhada.
— Acorda, Thomas! — chamei.
— Ok, ok... Eu só... Tá, me sigam! — afirmou Thomas.
O psíquico empurrou uma das paredes e ela cedeu. Era uma pesada porta de pedra. Eu o ajudei e me deparei com escadas estreitas feitas a partir do próprio chão rochoso que subia alguns metros. Tudo treme novamente, nos jogando contra as paredes no estreito caminho das escadas.
— Rápido, precisamos sair daqui! — exclamou Uriel. Parte do teto se soltou e bloqueou a passagem que levava direto ao buraco por onde havíamos descido. Charlie voou por cima de nós com Gabi no colo e saíram de lá primeiro. Barry subiu todos os degraus em meio segundo, como o Flash, e iluminou a passagem para nós. James se materializou atrás do amigo, saindo de sua sombra. Quando os alcançamos, vimos que estávamos de volta ao labirinto de túneis da caverna.
— Temos que ir pela outra saída! Só lá fora vamos conseguir usar o sinalizador. — disse James.
— Por aqui! — chamou Thomas.
Tomamos um rumo quando, novamente, tudo balançou. A montanha parecia estar tendo convulsão. Talvez estivesse entrando em erupção, mas os tremores estavam muito sincronizados para ser algo natural.
Barry começou a correr rápido demais e tivemos que pedir para ele desacelerar para podermos alcançá-lo. James virara uma sombra escura no chão e se movimentava quase tão rápido quanto Barry. O resto de nós corria como se nossas vidas dependiam disso, porque de fato dependiam.
Thomas lembrou exatamente do caminho que nos levou ao fim da caverna, que por acaso estava totalmente bloqueada por pedras gigantescas que caíram.
— Droga! Saiam da frente! — afirmei.
Soltei meu bastão para o lado e comecei a remover pedra por pedra. Barry soltou finos rastros de lazer dos seus dedos, cortando as rochas. Atrás de mim, uma semente do tamanho de uma noz voou por cima do meu ombro e caiu por entre as pedras. Rapidamente, elas começaram a tremer e um pinheiro surgiu de dentro do monte. Jenni erguia suas mãos lentamente enquanto o pinheiro crescia e tocava no teto, jogando as rochas para o lado. Quando a árvore atingiu o teto, surgiu uma brecha no alto revelando a fraca luz do dia. Corri e escalei as pedras até de onde vinha a luz e chutei para abrir uma fresta maior.
— Rápido, vamos! — gritei.
Todos subiram e passaram pelo buraco enquanto, mais uma vez, tudo tremeu.
Quando estávamos todos do lado de fora, fiz meu bastão flutuar de volta para mim pouco antes de mais pedregulhos caírem, cobrindo a árvore por completo e bloqueando novamente a passagem.
Todos nós sentamos na grama e tiramos alguns segundos para respirar. O sol já havia nascido, mas ainda estava bem perto do horizonte. A montanha era, de fato, um vulcão. Talvez, com uns oitocentos metros de altura, ela era um típico vulcão de desenho animado. Com o topo achatado e laterais rochosas. Da sua base, se expandia uma pequena ilha com muitas árvores e vegetação. A uns cem metros de nós, a grama e as árvores eram substituídas por terra e, mais um pouco adiante, areia. Logo em seguida, o mar. Uriel ativou o sinalizador que começou a piscar.
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Benjamin Heartwell e a Pedra de Scaldor
DobrodružnéPouco tempo após sua vida ter mudado ao ir para o internato, Benjamin Heartwell encontra um novo desafio quando uma organização secreta seleciona ele e alguns outros alunos para serem recrutados como super soldados. Junto com seu melhor amigo, Char...