— Kaia? — balbuciei. — O que... o que você tá fazendo?
Minha irmã olhava para mim com a mesma raiva de antes. Seu cabelo preto estava bagunçado e cobria parte do seu rosto, mas eu não tinha dúvidas. Era a minha irmã. Uma cicatriz marcava seu rosto de cima do seu olho esquerdo, passando pelo olho, até sua bochecha, perto do nariz. Outro corte descia do topo do nariz até o lado direito dele. Outra pequena marca cortava verticalmente o centro do seu lábio. Tirando isso tudo e seu olho brilhante, ela estava a mesma coisa.
Kaia não removeu suas garras de mim. Na verdade, me ergueu mais alto.
Ela era exatamente igual à minha irmã, mas, com certeza, não fazia o papel. Kaia ficou explicitamente confusa com o nome que a chamei.
— Kaia? — indagou ela.
Foi aí que entendi o porquê de ela estar matando seu querido irmão caçula, por ter matado Bruce, e tentado diversas vezes matar nosso pai. Ela não se lembrava quem era.
Minha distração fez a lança cair e a placa de metal se soltar. Adams e Dawid caíram no chão. Magma começou a vazar por fissuras nas paredes. Um grande estrondo mostrou que a erupção havia finalmente acontecido. Mas eu estava perdido no passado. Minha irmã estava viva! Nada mais importava.
Kaia me soltou e eu caí ajoelhado no chão. Sangue começou a jorrar do meu peito.
Olhei de relance para Adams. Parecia não ter forças para se levantar. Ainda estava tonto. Sua mão segurava o ombro onde havia sido ferido pela granada mais cedo. Estava sangrando. Ele se arrastava na direção da Pedra de Scaldor. Eu não o impedi, mal podia me mover. Então, apenas observei.
— Droga! Não queria ter que fazer isso assim. — disse ele. — Mas não tenho escolha.
Ele removeu uma das luvas, esticou sua mão e segurou na Pedra para ter o tão desejado poder incrível que ela concederia a ele. Com ela, ele poderia controlar um ou mais dos quatro elementos, como mostrava nos desenhos na sala ao lado. Seria imbatível. Havia uma grande chance de morrer com o contato, mas a chance seria 100% se só esperasse a montanha cair em cima dele.
A Pedra brilhou muito forte, cegando todos nós.
Flashback.
Todos começaram a colocar os cintos de segurança enquanto eu refletia.
— Eu tenho um plano. — arrisquei dizer. Para minha surpresa, meu pai disse a mesma coisa. Nós nos olhamos.
— Você primeiro. — falamos em conjunto novamente.
— Vá você primeiro. Preciso confirmar uma coisa. — respondi.
Segurei a lança, fechei os olhos, e me concentrei.
Quando os abri novamente eu estava na sala escura do Sir Nichollas. Ele estava deitado jogando seu capacete para cima e pegando novamente.
— Não consegues realizar nada de forma independente? — questionou o lanceiro.
— Você sabe porque eu vim.
— Desejas saber como escapamos daquela situação, correto?
— Na verdade, vim responder sua pergunta. — afirmei. Isso chamou sua atenção. Ele ficou de pé. — Vocês se fingiram de mortos.
Ele sorriu.
Nosso cenário mudou. Estávamos novamente no penhasco, onde Sir Nichollas segurava uma garota pelo braço para não cair no mar. Os três monstros estavam vindo ao longe para acabar com todos eles. A cena estava congelada no momento que parou da outra vez, mas depois continuou.
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Benjamin Heartwell e a Pedra de Scaldor
AdventurePouco tempo após sua vida ter mudado ao ir para o internato, Benjamin Heartwell encontra um novo desafio quando uma organização secreta seleciona ele e alguns outros alunos para serem recrutados como super soldados. Junto com seu melhor amigo, Char...