Capítulo 13

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Dois dias depois, meus amigos estavam todos acordados. Meu quarto estava cheio novamente. Eu, Charlie, Uriel e Kevin nos acomodamos bem. As suítes, como eu já mencionei, eram muito confortáveis.

Davi havia sido colocado sozinho no quarto ao lado, mas acabou passando a maior parte do tempo no nosso.

— Faz de novo, Charlie! — pediu Davi, empolgado. Charlie não exitou. Bateu continência e, depois, começou a levitar lentamente até o teto, como se estivesse sendo arrebatado. Nós caímos na risada. — Isso é legal demais.

— É tão injusto que dominadores de fumaça consigam voar de cara. — reclamou Uriel. — O resto de nós só consegue quando fica naquele modo Impe... como se chama mesmo?

— Imperium. — respondeu Kevin.

— Não se preocupem. Se estiverem com preguiça de andar, só chamar o Charliecóptero que eu levo vocês aonde quiser. — ofereceu Charlie, enquanto levitava pelo quarto. — Claro que por um preço.

— Sem graça. — afirmei. — Mas olha o que eu sei fazer!

Cheguei perto do Uriel, segurei ele pelos ombros e o ergui sobre minha cabeça.

— Ei! — protestou ele. — Me solta!

Todos riram novamente. A risada fez Charlie perder o controle, voando de cara na parede, aumentando ainda mais nossas risadas. Eu coloco Uriel no chão.

— E você, Uriel? Já aprendeu alguma coisa? — indagou Davi.

— Claro que não, acordei hoje. Só percebi que eu tô mais forte mesmo. Acho que só vou conseguir controlar areia daqui uns dias.

— Eu também. — disse Davi. — Eletricidade, no caso. Já tentei disparar uns raios da minha mão, mas não sai nem uma faísca.

— Você deve estar sem bateria. — disse Charlie. — Vamos pedir pra colocarem umas pilhas na sua sopa.

Rimos novamente. Era divertido passar tempo com eles. Me fazia esquecer que, daquele dia em diante, eu passaria a correr grande risco de morte.

— Você já consegue controlar alguma coisa, Ben? — perguntou Kevin. Seu cabelo liso e longo estava amarrado em um coque.

Eu fui até meu armário e peguei uma moeda na minha carteira. Eu a solto no ar e ela continua flutuando.

— Eu consigo fazer isso até agora. — menti. — Consigo fazer ela girar. — todos olharam admirados para minha moeda girando. Por algum motivo, meu desenvolvimento estava consideravelmente mais acelerado que o dos outros, mas eu não fazia ideia do porquê, então deixei de lado. Não queria esse tipo de atenção. — Acho que foi porque acordei já tem alguns dias. Aí meu corpo já se acostumou melhor, não sei.

Kevin se levantou e foi até a moeda.

— Solta ela. — pediu, e eu o fiz.

A moeda caiu na palma da sua mão. Ele permaneceu encarando-a por alguns segundos. Só percebemos que estava tentando movê-la com a mente quando reparamos no suor começando a surgir em sua testa.

— Vamos, você consegue. — encorajou Davi.

Nós aguardamos ansiosos. Finalmente, a moeda se mexeu, virando para o outro lado. Nós comemoramos com "vivas" até Kevin começar a desmaiar. Eu o segurei nas costas para não cair de vez no chão, mas logo ele se colocou de pé.

— Acho que não era pra eu estar tentando forçar isso agora... — disse ele.

— Não se preocupe, Kevin. — Davi colocou a mão sob seu ombro. — Um dia, chegaremos lá.

Benjamin Heartwell e a Pedra de ScaldorOnde histórias criam vida. Descubra agora