Quando eu abri os olhos novamente, avistei o céu, mas ele estava completamente cinza e escuro. Havia árvores ao meu redor que balançavam com o vento. Cinzas caíam lentamente sobre meu rosto. Parecia pacífico.
Alguma coisa explodiu ao longe, me fazendo acordar mais. Era o vulcão.
Me sentei para poder me localizar, mas meu peito doeu muito. Coloquei a mão nele e senti o sangue que escorria. Reparei que meu corpo estava um pouco dentro da terra, como se eu tivesse caído de uma certa altura. Ao meu redor, havia muitas árvores, sem dúvida eu estava na floresta da ilha. Entre as árvores, avistei uma nuvem de fumaça se aproximando. Ao chegar perto de mim, Charlie apareceu. Fiquei muito feliz em revê-lo. Ele me abraçou.
— Como você conseguiu sair? — indagou ele. — Eu vi uma pessoa surgir do nada no céu e cair. Achei que fosse Adams.
— Ele me tirou de lá. — afirmei. — Agora já deve estar morto...
— Sério? — ele me ajudou a levantar. — Bom... o importante é que você tá vivo. E o plano funcionou perfeitamente.
Eu concordei, mas não podia deixar de me sentir mal pela morte dele. Em seu último segundo, resolveu me salvar. Tecnicamente, agora eu devia minha vida a ele. Mesmo com James lá para me tirar, meu plano real já envolvia minha morte, porque eu não sabia se eu conseguiria viver comigo mesmo sendo um assassino.
Tentei deixar isso de lado por enquanto, ainda não havia terminado.
— Me atualize. — afirmei. Ele colocou meu braço por cima do seu ombro e eu manquei em direção à clareira.
— Jenni tá logo atrás da gente. Vai te curar. Até agora, todos estão bem. O tio Mark e os amigos dele estão acabando com os últimos do exército do Klaus. Barry levou a Pedra de Scaldor para o Zangão como planejado. Está a salvo.
— Muito bom.
— Mas, e agora? — indagou ele.
— Agora, a gente acaba com isso de uma vez por todas. — assim que terminei de falar caí de joelhos. Eu havia perdido muito sangue.
Jenni! Venha rápido! Gritou Charlie em nosso pequeno chat mental.
Não demorou muito até ela aparecer correndo por entre as árvores junto com Kevin.
— Eu vim o mais rápido que pude. — disse ela, enquanto se ajoelhava ao meu lado. Jenni ajeitou seu rabo de cavalo mal feito. Com os próprios dedos, rasgou minha camisa fora e colocou ambas as mãos nas minhas feridas. — Não vou mentir, a coisa tá feia. O veneno se espalhou bastante. — uma mão permaneceu no meu tórax, enquanto a outra ela elevou na minha testa. — Pelo menos, não chegou à cabeça, o que é ótimo. Mas seu coração... ele tá infectado.
Ela olhou preocupada para mim. Eu sabia que ela não queria dar a má notícia, mas não havia nada que ela pudesse fazer por mim.
— Mas faça alguma coisa! — exclamou Charlie. — Ele não pode ficar assim. Vamos levar ele até a Dra. Martha. Ela vai saber o que fazer.
— Não sei se temos tanto tempo assim... — disse a dominadora de plantas.
— Você consegue absorver a energia das plantas? — perguntou Kevin.
— Não adianta. O veneno está queimando ele mais rápido do que posso curar.
Nós quatro permanecemos naquela posição por um tempo. A guerra ainda estava ocorrendo à distância. Pude ouvir o alto rugido de um urso feroz. Relaxei na grama. Jenni colocou minha cabeça sobre sua perna.
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Benjamin Heartwell e a Pedra de Scaldor
PertualanganPouco tempo após sua vida ter mudado ao ir para o internato, Benjamin Heartwell encontra um novo desafio quando uma organização secreta seleciona ele e alguns outros alunos para serem recrutados como super soldados. Junto com seu melhor amigo, Char...