CAP. XVIII

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Domingo ao final do dia, Rodolffo e as duas meninas despediram-se dos pais dele e partiram para a cidade.

Bia estava muito entusiasmada por rever o irmão e finalmente poder estar com a mãe.

Juliette estava mais apreensiva e não era pela mãe.  Esta nova situação de namoro e o facto de ir ficar na casa dele estava a deixá-la ansiosa.

Rodolffo colocou música e enquanto Bia saltitava e cantava no banco de trás, Juliette ia em silêncio com a cara encostada no vidro lateral e o olhar no exterior que por ser noite não se via nada.

Rodolffo passou a mão pelo braço dela fazendo um carinho.

- Em que pensas?

- Em nada e em tudo.

- Relaxa.  Tudo vai dar certo.

- Eu sei que sim.

Ela segurou a mão dele e beijou-a.

No apartamento de Rodolffo,  Tomé terminava o jantar para todos.  Sempre teve habilidade para a cozinha e nos últimos meses após a fuga das irmãs era ele quem praticamente cozinhava todos os dias.

Acabara de desligar o forno do fogão quando ouviu abrir a porta de entrada.   Foi até lá e logo uma Bia eufórica lhe saltou para o colo.

- Calma, pirralha.   Ainda me fazes cair.

- Boa noite Rodolffo.

- Oi Ju!

- Mano, como estás?

- Muito bem.  Chegaram mesmo a horas.  Desliguei agora o forno.

- E cheira bem, disse Rodolffo.
Anda.  Vamos levar as malas das meninas para o quarto.

Juliette foi atrás deles e depois de pousar as malas, Rodolffo disse a Tomé ao mesmo tempo que a abraçava.

- Agora foste promovido a cunhado.
Eu e a tua irmã somos namorados.

- Ai é?  Vou estar de olho em ti.  Pisa na bola que eu conto tudo.

- Gostei, irmão.

- Dedo duro.  Eu sou um santo.  Anda Ju, vou mostrar o resto da casa.

- Eu vou por a mesa com a Bia.  Já,  já sai o jantar.

A casa não tinha muito para mostrar.   Rodolffo entrou no quarto dele, fechou a porta e queria era beijá-la.

- Quero que fiques à vontade aqui em casa. 

- Como te sentes?  De homem sózinho a viver com 3 adolescentes?

- Confesso que se fosse minha escolha, hoje eu queria que estivesses só tu aqui, mas eu estou bem com os teus irmãos.   Havemos de dar um jeito de estarmos sózinhos.

- Obrigada.   Amo-te.

- Repete.

- Amo-te.

- E eu a ti.  Muito, muito, repetiu ele beijando-a apaixonadamente.

- Vamos, senão as crianças vêem à nossa procura.

Saíram abraçados para a cozinha onde Tomé trinchava o belo frango assado.
Bia terminava de temperar a salada.

Jantaram e conversaram sobre a visita à mãe que seria no dia seguinte.

Rodolffo aconselhou-as a não fazerem muitas perguntas e não reagirem a qualquer disparate que ela dissesse.

Depois de terminarem o jantar e arrumar tudo, Tomé fez sinal a Bia que queria mostrar-lhe alguma coisa lá no seu quarto.

- É só para eles ficarem sós, segredou ao ouvido dela.

- Vamos então.

Juliette e Rodolffo ficaram sózinhos no sofá da sala.  Ele sentado e ela aninhada ao lado dele.

O que dava na TV eles não prestavam atenção.   A atenção deles era um no outro.

Entre beijos e amassos,  contidos por medo de serem apanhados,  eles fizeram juras de amor.

Foi Rodolffo que, porque ainda lhe restava um pouco de sanidade, resolveu que estava na hora de dormir.

- Misericórdia.   Esta mulher ainda me leva à loucura.

- Disseste o quê?

- Que são horas de dormir.  Amanhã é dia de trabalho.

- Não foi isso que eu percebi, disse ela, dando-lhe o último beijo antes de se dirigir ao quarto de Tomé para chamar a Bia para dormir.

- Dorme bem.

- Tu também.

-

Espinhos no caminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora