CAP. XXIV

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Juliette foi a primeira a acordar.  Espreguiçou-se na cama.  Os raios solares entravam pelas persianas.

Olhou para o lado e Rodolffo dormia profundamente.   Afagou-lhe o rosto e deu-lhe um beijo na testa.

Rodolffo foi acordando dengoso e logo subiu em cima dela colando os lábios nos dela.

- Dormiu bem,  meu amor?

- Lindamente, mas agora lembrei que não avisamos os meus irmãos que não íamos voltar.

- Eu falei com eles.  Não fiques preocupada.

- Quando?

- Antes de sair.

- Estou tramada com vocês três.  É um autêntico complot.

- Agora diz-me, estás mesmo bem? Tens dores?

- Não.  Nada que não aguente.  Foi bom para ti?

- Maravilhoso.  No segundo round surpreendeste-me. 

- Hoje vamos fazer o quê?

- Agora vamos tomar um banho, tomar café e depois decidimos.

- Mas eu não trouxe roupa.  Não gosto destas viagem sem planeamento.

- Tem uma sacola com roupa no carro.  A Bia arrumou, roupa íntima e um conjunto mais desportivo se quiseres caminhar.

- Eu não digo, que vocês conspiram contra mim.

- Vamos tomar banho juntinhos.  Eu quero mostrar-te uma coisa lá no chuveiro.

- Amor, vamos chegar a horas de ver a minha mãe?

- Queres?

- Sim.  Daqui a dias regresso à casa dos teus pais.

- Temos que falar sobre isso.

- Falamos no café.  Vamos.

No chuveiro, Juliette foi surpreendida com novas sensações.   Quando finalmente terminaram, Rodolffo vestiu o roupão e foi ao carro buscar as roupas e entretanto pediu o café da manhã.

Na mão trazia uma caixinha.

- Para recordares este dia, disse ele abrindo a caixa e colocando o lindo colar no seu pescoço.

- Obrigada. Amo-te.
Presenteou-o com um beijo apaixonado.

Sentados na mesa colocada no exterior voltaram ao assunto que tinham deixado pendente.

- Conta-me lá qual é a tua ideia.

- Primeiro não posso largar o negócio que tenho com a tua mãe de um dia para o outro.
A Bia não pode ficar a dar-te trabalho.  Vai comigo até iniciar a escola.

- Eu vou ficar a semana toda sem te ver?

- Rodolffo.  Sejamos adultos.   Achavas bem eu agora vir embora assim do nada?  Preciso conversar primeiro com ela.
E ainda não sei o que vou fazer quando vier.

- Trabalhas comigo.

- Agora a tua clínica é a Santa Casa?
Isso está fora de questão.

- E se fosses estudar?  Tu querias e vais a tempo.  Agora o dinheiro não é problema.

- Não.   Já resolvi que o estudo não faz parte dos meus objectivos.  Pelo menos no sentido que a gente sabe.  Posso estudar outras coisas.

- Sabes o que eu queria mesmo?  Ter uma fábrica de compotas com loja agregada.  Fazia as compotas e licores numa àrea em que o cliente da loja pudesse espreitar o fabrico.

- E porque não podes?

- Porque não sei como dizer isso à tua mãe.  Ela sózinha não dá conta das encomendas da loja da aldeia.

- Mas a aldeia  fica a duas horas daqui.  A tua fábrica pode fornecer a loja.
Vamos conversar com ela na próxima visita.   Agora não vim aqui falar de trabalho.   Vamos fazer uma trilha até ao almoço.

Caminharam abraçados durante uma hora no meio da mata.

Regressaram pelo mesmo caminho.

Arrumaram as roupas que haviam deixado no quarto e colocaram tudo no carro.
Almoçaram na àrea externa e após um pequeno descanso, regressaram em direcção à clínica.

Tomé e Bia já estavam com a mãe quando Rodolffo e Juliette chegaram.  Maria da Luz já tinha perguntado por ela.

Deu-lhe um beijo, enquanto Rodolffo conversava com a terapeuta.

Maria da Luz apresentava melhoras significativas e já começavam a reduzir a medicação.   No entender dela não seriam necessários mais que 15 dias de internamento.
Já conseguia ter algumas frases bem coerentes e já não necessitava de dormir tanto tempo.

Espinhos no caminhoOnde histórias criam vida. Descubra agora