Rodolffo estava com a cara emburrada. Estávamos de viagem para a casa dos pais dele e não via com bons olhos eu ficar lá.
Expliquei à minha mãe porque íamos ficar alguns dias sem nos ver e ela entendeu. Talvez quando regressar ela possa deixar a clínica e ir para casa.
- Eu converso com a minha mãe, Ju.
- Deixa que esse assunto é meu. Eu resolvo com ela.
Bia seguia no banco traseiro. Phones nos ouvidos, nem ouvia a nossa conversa.
- Até parece que não queres ficar comigo.
- Deixa de ser criança mimada. O mundo não gira à tua volta. Nem a minha irmã fez as birras que tu fazes. E olha que ela não queria deixar a mãe.
- Não digo mais nada. Faz como quiseres.
- Melhor.
Já estávamos perto de chegar e não dissemos mais nada.
O Mateus era uma alegria só quando viu a Bia. Lúcia também estava feliz assim como o senhor José, pelo nosso regresso.
Rodolffo cumprimentou os pais e o filho e seguiu com a mala para o seu quarto.
Lúcia percebeu o mau humor dele e questionou Juliette.
- Deixe, dona Lúcia. Depois conto. Coisas de menino mimado.
- Como foi lá com a tua mãe? Como ela está?
Juliette contou algumas coisas enquanto olhava Lúcia a lavar a salada.
- Deixe eu ajudar aí.
- Já estou a terminar.
Juliette contou do apartamento que alugou, do dinheiro e das melhoras da mãe.
- Então agora vais deixar-nos?
- Isso preciso conversar consigo e isso também é o motivo do mau humor do seu filho.
- Não se zanguem por minha causa.
- Não é por sua causa. Ele quer as coisa do jeito dele e eu do meu. Só precisamos achar o meio termo sem magoar ninguém.
Rodolffo entrou naquele momento e abraçou as duas.
- Conspirando contra mim?
- Não. Conversando só.
- Demora muito o jantar, mãe?
- Não. Mais uns 20 minutos.
- Então vou roubar a minha namorada que eu tenho uma coisa para falar com ela. Vem ali no meu quarto.
Juliette seguiu com ele e sentou-se na cama. Ele fechou a porta e sentou-se junto dela.
- Desculpa por ser tão egoísta. Eu agradeço o carinho que tens pela minha mãe.
- Não podia ser de outro jeito. Foi num momento bem difícil da minha vida que ela e o teu pai me estenderam a mão. Como é que posso simplesmente ir embora de um dia para o outro.
- É. Tens razão. Faz o que o teu coração mandar. Eu vou estar sempre à tua espera. Perdoa-me.
Juliette deu-lhe um selinho.
- Tem outra coisa que preciso dizer, Rodolffo. Eu não vou dormir aqui contigo. Debaixo do tecto dos teus pais eu não me sinto à vontade.
- Ishhh! Complicou. Vou morrer de saudade.
- Vais nada. A gente vai dar um jeito. Fugimos para o milharal. Uma rapidinha.
- Riram os dois imaginando a cena.
Rodolffo deitou-a na cama e por cima dela deu-lhe muitos beijos.
Quando a coisa começava a esquentar, separaram-se e seguiram para a cozinha.
Juliette piscou o olho a Lúcia. Elas tinham uma ligação melhor que muitas mães e filhas.
- Rodolffo, vai buscar o pai, o Mateus e a Bia. Não sei por onde andam.
- Eu ouvi vozes no quarto do Mateus. A Bia deve estar a brincar com ele e o brinquedo que trouxemos. Também trouxe um presente para si e para o senhor José.
- Obrigada, filha. Não precisas de te incomodar.
- É só um agrado por tudo o que tem feito por nós.
- Faço de coração e porque vocês merecem.
- Por isso me custa tanto tomar uma decisão sobre o meu futuro.
- Mas não penses muito em mim. Eu já vivi muito. Agora é a tua vez.
Juliette abraçou Lúcia e deu-lhe um beijo no rosto.
- Obrigada, mãezona.
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Espinhos no caminho
FanfictiePor cada espinho encontrado no caminho, encontrarás o dobro da forças para os arrancares.