Capítulo 23 - Lady Marsalla

8 2 0
                                    

Johanne acenou para Aurora quando a carruagem disparou na entrada do castelo dos Brishen

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Johanne acenou para Aurora quando a carruagem disparou na entrada do castelo dos Brishen. Mas a menina vampira já corria para o estábulo onde seu corcel negro era mantida e Johanne achou que ela nem viu. Acomodou-se melhor no banco, enquanto Cinisia guiava a carruagem em direção ao vilarejo mais próximo. A estrada estreita que serpenteava ao longo das colinas parecia alarmantemente perigosa a Johanne, acostumada como estava às estradas largas e retas do reino de Cartana, mas Cinisia conduzia a carruagem com tanta segurança quanto ao motorista do castelo. Johanne se assustou quando viu a velocidade aumentar pelos galopes dos seis cavalos, mas percebeu aliviada que a corrida era normal quando se tratava de seres sobrenaturais. Relaxou de novo enquanto deslizavam através de áreas arborizadas, florestas e, de quando em quando, pequenas propriedades bem-cuidadas onde o gado, aves, coelhos e outros animais pastava o capim alto.

Cinisia guiava atenta os cavalos da carruagem, a expressão severa e o cabelo curto e liso combinando com o uniforme fechado, escuro, dando-lhe um ar de caçadora também, desmentido apenas pelas calças marrons extremamente justas que lhe moldavam as pernas. Não parecia disposta a conversar e Johanne sentia-se grata por isso. Precisava de algum tempo para pensar. Na noite anterior tinha caído em sono profundo assim que tocou a fronha bordada de seu travesseiro de seda. E tinha acordado tão tarde que teve de correr para chegar a tempo ao café da manhã. Ao ouvir Cinisia dizer que ia ao vilarejo mais próximo comprar algumas coisas que estavam faltando no castelo, tinha, impulsivamente, pedido uma carona. Sabia que se expunha ao risco de ser questionada sobre a cena que a vampira presenciara na noite anterior, mas estava decidida a escapar da atmosfera fechada e sufocante do castelo Brishen, pelo menos por algum tempo. Queria escapar de Drake.

Ele tinha partido muito cedo, levando consigo, numa sólida embalagem, manuscritos que estavam dentro de um baú adornado de ouro e pedras preciosas que ela havia visto no escritório. Mas, apesar da ausência dele, todo o castelo parecia cheio de sua presença. Cada um daqueles quadros antigos a lembrariam dele, os olhos azuis penetrantes que tanto a perturbavam, a boca severa que podia ser tão sensual...

O silêncio se alongava. Johanne imaginou se cinisia se sentiria pouco à vontade em sua presença, embaraçada por tê-la encontrado entre os braços do Lorde Drake. E quando a vampira desviou habilmente a carruagem de um tronco caído na estrada, aproveitou a oportunidade.

— Você conduz muito bem, Cinisia. — Disse simplesmente.

— Obrigada senhorita Brishen... — Respondeu a vampira. — Meu pai era servo da família Brishen e me ensinou quando eu era muito pequena. Ele me levava para as estradinhas dos campos e me ensinava tudo. Mas quando eu vim morar no castelo, Ella me proibiu de conduzir até eu completar meus cento e oitenta anos. Tirei minha permissão no ano passado em Morlóvia. Também tive aulas de alto defesa na academia real do reino deles. Foi escolhida para proteger a família Brishen, principalmente a propriedade assim que o Lorde Drake assumiu os seus deveres.

— Como se chamava seu pai?

— Willow Amthyst. Já ouviu falar?

— Não. — Johanne sacudiu a cabeça.

Lady MarsallaOnde histórias criam vida. Descubra agora