SINOPSE
***LADY MARSALLA***
Johanne conhecia bem o orgulho e a cólera da família Brishen. Fora casada com um deles - Jeffery - e, até que ele morresse, experimentou todas as provações que o inferno lhe poderia oferecer. Conhecia também a luxúria, a...
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Johanne voltou-se depressa e deparou com a pistola antiga em prata dourada que servira noutros tempos para defender a, honra e caçar outros seres e que agora estava apontada para ela.
Surpreendentemente Johanne não sentiu medo. A situação lhe parecia mais uma farsa que uma tragédia. As mãos magras de Ella apertavam a arma toda ornamentada e tremiam debaixo dos retalhos de sol que as árvores faziam no chão.
Johanne estranhamente sentiu vontade de rir, mas bastou olhar para os olhos de Ella para ver que a situação era séria.
— Por que isso, Ella? Eu estou indo embora. Qual a razão desse jogo macabro?
— Não é um jogo, maldita humana. Eu não vou permitir que arruíne o meu clã.
— Mas eu não...
— Desde que chegou... — Interrompeu Ella. — Eu vejo a cada dia você cavar o seu caminho em direção ao afeto de Drake. O meu Damon teria desvendado você logo no primeiro olhar, mas Drake se recusa a acreditar que você é uma oportunista, uma caça-dotes humana atrás de um golpe do baú, igualzinha àquele seu maldito marido. E agora você quer vender a colina dos nossos Ancestrais, um pedaço de terra dos Brishen, para aquela criatura gananciosa, um elfo marrom, um ser que enriqueceu com as ruínas de seu próprio reino. Este castelo é a única segurança que tenho e que jamais tive nos últimos trezentos mil anos e não vou permitir que você a ponha abaixo! Se Drake se recusa a derrotá-la, então é meu dever fazer isso.
Johanne sacudiu a cabeça devagar. Ficou aliviada por não ter dado risada, pois percebia agora, debaixo do exterior bem-arrumado de Ella, uma vampira neurótica, patética, perturbada pelo medo.
— Nunca tive a intenção de prejudicá-la, Ella... — Disse com sinceridade. — Tem que acreditar nisso. Eu já resolvi assinar os papéis e transferir a propriedade para Drake.
— Mentira! — Disse Ella. — Uma coisa que sempre me surpreende é a maldade humana... por mais que algo possa ser ruim, sempre existirá um infeliz com a capacidade de fazer ficar pior. Incrível!
— Não. Os papéis estão em minha bolsa, no castelo. Venha comigo e posso mostrá-los a você. — Johanne via que as mãos de Ella tremiam violentamente. — Por que não abaixa essa arma? Baixe a arma, Ella e podemos voltar juntas e pegar os papéis.
— Não me toque, sua humana imunda! — Gritou Ella, quando Johanne deu um passo adiante para apanhar a pistola.
E puxou o gatilho.
A arma explodiu num ruído ensurdecedor, uma chuva de faíscas e muita fumaça. A bala de prata pura enriquecida com magia ancestral passou de raspão pela cabeça de Johanne, como uma garra de fogo deslizando por seus cabelos. Com a força do choque ela caiu para trás e bateu violentamente a cabeça numa raiz saliente de um velho carvalho.
Caída no chão, tonta, com náuseas de dor, o rosto pálido se cobrindo de sangue, Johanne percebeu confusamente a forma de Ella rígida e horrorizada pairando sobre ela. A vampira começou a gritar histericamente pelo nome de Drake. Johanne sentia ainda mais dor com aqueles gritos e desejou que a vampira se calasse.