Capítulo 31 - Lady Marsalla

6 2 0
                                    

Johanne caminhava, inquieta, pelo quarto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Johanne caminhava, inquieta, pelo quarto. Sentia-se bem depois do banho quente com sais perfumados, a pele nua brilhando rosada acima da calcinha rendada que vestia. Quando alguém bateu à porta ela agarrou rapidamente o xale novo que tinha acabado de comprar e se enrolou nele.

— Quem é? — Perguntou, mais do que depressa.

— É Cinisia, humana Johanne. — Disse a serva, empurrando a porta com o quadril e entrando com a bandeja do jantar. A sobrenatural falava devagar para que ela entendesse todas as ordens. — A senhora Ella pede para desculpar, mas tem de jantar no quarto hoje, porque a sala de jantar está sendo arrumada para a ceia do baile. Além disso, temos servos que não possuem o costume de ficar perto de humanos, e para evitarmos futuros atritos a senhora Ella ordenou que permanecesse dentro dos seus aposentos.

— Está bem. — Disse Johanne, sentando-se à mesa enquanto a serva levantava o pano que cobria a comida.

— Tudo bem? — Perguntou Cinistia desconfiada do semblante pálido de Johanne.

— Claro. Diga ao cozinheiro que isto parece ótimo. — Ela respondeu.

A comida parecia perfeita, como sempre, mas Johanne tinha certeza de que engasgaria ao menor bocado.

Não tinha comido quase nada nos últimos dias, depois daquela tarde terrível em que descobrira a verdade acerca de sua herança. Tinha voltado de Hisan num estado de espírito que oscilava entre a depressão e o ódio, a indignação e o desespero. Que tola tinha sido, que cega! Todos deviam saber, até mesmo Morgana, que era apenas uma jovem vampira. Ela bem que tinha tentado avisá-la, mas por respeito à família não ousara falar diretamente. Se tivesse dado ouvidos ao aviso da jovem vampira teria poupado a si mesma toda a dor...

Dor? Não, isso nunca. Era imune ao clã Brishen, agora. Nunca mais teriam nenhum poder sobre o seu coração. A dor que sentia no peito era apenas de indignação.

Mas o que faria agora?

Na noite de seu retorno tinha descido para o jantar pronta a enfrentar Ella.

Mas ao ver a vampira tão austera à mesa da grande sala, com Aurora e Morgana ao seu lado, tinha entendido que não devia dizer nada. A única pessoa a ser acusada estava agora fora de seu alcance, em Marlóvia. Até o momento de encontrar Drake, ia fingir que não sabia de nada.

Olhou a bandeja de jantar. Tentou comer um pouco de salada. Ella e Morgana tinham andado ocupadas demais para perceber sua falta de apetite, mas a cozinheira, que lhe tinha sido apresentada por Aura numa das lições de piano, notou que os pratos da convidada voltavam sempre cheios. Tinha chegado a preparar uma imitação pratos que diziam eram os favoritos da raça humana, mas Johanne havia apenas provado, num esforço para se alimentar.

Em Cartana, sua amiga Lycan a forçava a comer, ameaçando mesmo fazê-la comer à força se fosse o caso.

Mas a amiga estava agora do outro lado do mar e as olheiras arroxeadas debaixo dos olhos de Johanne tornavam-se dia a dia mais pronunciadas, enquanto ela esperava pela oportunidade de enfrentar o lorde Drake Brishen.

Lady MarsallaOnde histórias criam vida. Descubra agora