Capítulo 34 - Lady Marsalla

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Johanne fixou o rosto de Drake, os olhos escuros brilhavam no rosto tão branco quanto o xale

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Johanne fixou o rosto de Drake, os olhos escuros brilhavam no rosto tão branco quanto o xale.

— Isso não é nada engraçado, Lorde Drake Brishen!... — Ela conseguiu dizer finalmente. — Por que pediria uma humana em casamento? Minha raça é desprezada pela sua!...

— Eu não estou brincando! — Ele disse, firme. — Desprezo? Talvez, mas eu tenho admiração apesar de tudo. A raça humana fere, mata, maltrata... Sem uma real necessidade. Por pura maldade... atos de crueldade! Querem saber de verdade... Acho que estão dando o título de monstros contra a raça errada!

— Espera mesmo que eu responda? — Disse ela, perplexa com a ironia da situação. Amava-o e ele a tinha pedido, mas só sentia vontade de fugir e se esconder. — Primeiro você fala com amor de sua falecida companheira e, no instante seguinte, me pede em casamento para que você possa conservar um pedaço de terra! Acha que devo me sentir lisonjeada?

— Desconheço a existência de uma espécie capaz de sentir prazer na maldade, senão a espécie humana. Mas mesmo assim sua espécie é muito fascinante. Disse pensativo. — O que distingue o ser humano da minha raça é a sua capacidade consciente de ser mal, o instinto predador é natural de algumas espécies, mas a maldade planejada só existe nos seres humanos. Não é realmente fascinante?

Drake deu uma última tragada e atirou o cigarro, amassando-o com o pé. Por um momento ficou olhando sua terra com as pernas separadas os braços soltos. Johanne achou que ele parecia um humano que tivesse acabado de conquistar um tesouro e olhasse suas propriedades, em busca de novas presas. Não, os vampiros eram seres rudes e brutais, enquanto que aquele vampiro alto, suave, parado diante dela, tinha algo muito mais perigoso que a força bruta. Por mais que negasse, Drake era a encarnação de todos os seus ancestrais, o décimo terceiro Lorde de Marsalla, um aristocrata original que podia matar com elegância, impunemente, como se fosse um direito divino. Johanne estremeceu.

— Está com frio? — Perguntou Drake, transformando-se imediatamente num nobre gentil, preocupado com sua hóspede. — Não está vestida apropriadamente para sair, assim. Humanos perdem calor muito rapidamente!

Johanne percebeu de repente que seu corpo todo devia estar evidente debaixo da roupa transparente, ao luar. Baixou o rosto para esconder que tinha corado.

— Não fique envergonhada! — Disse Drake, sorrindo e abraçando-a. — Gosto de olhar para você. Admirar a sua beleza efêmera e fugaz. Sei que existe dúvidas demais pairando por essa sua cabeça.

— Suas palavras me deixam mais confusa ainda. Diz que admira a minha espécie, mas...

— Sua raça... Nenhuma espécie prejudica mais o ser humano, do que o próprio ser humano. Sua Raça divide e classifica seres que respiram do mesmo ar. Sua raça é capaz de exterminar outras formas de amar, outras formas de ser. Foram capaz de perseguir, condenar e crucificar a quem os criou. E conseguem dormir tranquilos sabendo que seus irmãos morrem de sede e fome. Como isso não é fascinante? Pois minha raça e os demais seres foram classificados como monstros. Sua raça diz que fomos criados pelo próprio mal encarnado.

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