SINOPSE
***LADY MARSALLA***
Johanne conhecia bem o orgulho e a cólera da família Brishen. Fora casada com um deles - Jeffery - e, até que ele morresse, experimentou todas as provações que o inferno lhe poderia oferecer. Conhecia também a luxúria, a...
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A cabana de Safira ficava nos fundos da oficina de tijolos e vidro que pertenciam as bruxas. Johanne observava sua mais recente parente com curiosidade, impressionada pelo que via. A mulher tinha trezentos e poucos anos de existência, mas sua enorme responsabilidade fazia com que parecesse mais velha. Ao vestir o avental marron sobre o horrível vestido púrpura que a deixava tão sem graça, ela pareceu de repente assumir um brilho de inteligência e confiança.
Safira sorriu, e Johanne viu que tinha lindos dentes. Com o corte de cabelo correto e um pouquinho de maquilagem na pele boa, aquela mulher podia ser bem atraente.
— A comapnehira de Jeffery! — Ela disse, admirada. — Quem poderia imaginar que nos encontraríamos depois de tantos anos!
— Você e Jeffery eram muito chegados? — Johanne perguntou.
— Oh, não!... — Respondeu Safira, um tanto irônica. — Eu mal o conhecia, graças aos deuses. Ninguém o conhecia de fato. Mas todos o temiam por esse vilarejo, Jeffery era cruel e egoísta com qualquer criatura. Ele só pensa nele, odiava a tudo e todos. Minha família morava no reino de Ursena, mas no verão eu vinha visitar meus avós. Jeffery ainda vivia com eles. Era um pouquinho mais novo do que eu, mas era uma criança vampira... Como deve saber a diferentes tipos de sobrenaturais. A mistura de que eu foi formada quase se assemelha com a sua raça. Sou meio Elfa e humana, não posso viver muito tempo. E a contagem do tempo também é diferente para os mestiços de Ursena... Difícil de conhecer e de entender.
Pelo que me lembro Jeffery era sempre muito calado e vivia fugindo para as colinas, sozinho, levando o violino de Khagan. Khagan era meu avô. Uma vez eu fui atrás dele.
Jeffery estava em cima de uma pedra tocando alguma peça, que até eu, uma criança mestiça, podia reconhecer que era muito difícil de ser executada. Quando terminou, ele se curvou profundamente como se agradecesse os aplausos de uma platéia invisível. — Safira suspirou. — Eu reagi como a criança que era: dei risada. Ele veio direto para cima de mim e me bateu com força. E gritou assim: Um dia meu pai vem me buscar e então ninguém mais vai rir de mim! Eu tinha só nove anos e não entendi absolutamente nada.
— Deve ter sido muito difícil para ele. — Murmurou Johanne.
— Já eu acredito... Na verdade, eu acho que era difícil para todos. Ele era como um... um mutante. Quando era adolescente e o pai finalmente veio mesmo buscá-lo, meus avós relutaram um pouco em entregá-lo, porque o amavam. Mas acharam que talvez ele fosse mais feliz no mundo do pai. Mas mesmo no castelo Brishen, Jeffery era também um estranho... Conte-me uma coisa, ele encontrou felicidade viajando pelos cinco reinos?
— Não sei se haveria algo ou alguém dentro dos cinco reinos capaz de fazer Jeffery feliz. — Disse Johanne, percebendo que, concentrada em seus próprios problemas, nunca tinha feito a si mesma essa pergunta. — Eu, com certeza, não consegui fazê-lo feliz.
— Mas você era companheira dele. Um vampiro só escolhe uma companehira quando encontra a felicidade nela!
— Mas nem uma companheira podia competir com os desejos de umamente distorcida. Jeffery tinha outros amores... E em Cartana acredito que ele acreditou por um momento que a tinha encontrado atraves da música e dos aplausos, a carreira dele floresceu. Acho que isso bastou para ele por um tempo.