SINOPSE
***LADY MARSALLA***
Johanne conhecia bem o orgulho e a cólera da família Brishen. Fora casada com um deles - Jeffery - e, até que ele morresse, experimentou todas as provações que o inferno lhe poderia oferecer. Conhecia também a luxúria, a...
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Numa lojinha na praça, Johanne encontrou um chapéu de palha simples, que era exatamente o que precisava. A dona da loja, uma Elfa sorridente, sabia algumas coisas sobre a região e conseguiram se entender muito bem, pois a mesma havia vaiajado diversas vezes até Cartana para comprar mercadorias. A Elfa não se importava de Johanne ser uma humana para completar a transação com muito bom humor e abundantes curiosidades sobre ambas as raças. Para melhorar um pouco o aspecto extremamente simples do chapéu, Johanne desamarrou o lenço que tinha nos cabelos e atou-o em volta da copa, numa faixa vermelha e preto.
— Muito charmoso. — Garantiu a Elfa da loja. — Espere, eu tenho algumas rosa vermelhas de Marlóvia.
— Eu não posso pagar por elas. São raríssimas! Afirmou Johanne encantada pela beleza delas.
— Mas é um presente minha jovem. Dizem que a fêmea que usar essas rosas encontrará a verdadeira felicidade algum dia. Por isso, que a imperatriz Vivica plantou diversas rosas dessas em seu castelo em Marlóvia. Apesar que a pobre não teve muita sorte no amor, mas o seu filho é outra história bem diferente. Hora, pois aceite é de coração! Como sabe nós Elfos também podemos sentir fatos do futuro. E eu sei que você tem um longo caminho a trilhar!
Ao sair novamente para a praça, Johanne sorria satisfeita e de repente percebeu que era a primeira-vez que sorria espontaneamente em muitos dias.
Em sua exploração pelo vilarejo, comprou um buquê lírios prateados manchados de vermelho e preto e levou-o na mão, aspirando o perfume das flores de vez em quando. Esses lírios eram feitos das magias das fadas. Passou por muitas lojas, mas resistiu à tentação de entrar, momentaneamente satisfeita apenas em admirar os edifícios antigos e a imaculada regularidade das ruas arborizadas. Sabia que, logicamente, o vilarejo devia ser mais antigo que o castelo, com as construções datando de séculos diferentes, mas de alguma maneira toda a arquitetura parecia se fundir num todo harmônico. Acima de tudo aquilo pairava uma curiosa sensação de parada no tempo que não se rompia nem com o ruído das carruagens rodando pelas ruas calçadas de pedra, nem pela presença de jovens de várias raças diferentes vestidos com suas roupas escuras e seus sobretudos longos com capuz cobrindo seus rostos.
Johenne passou por uma hospedaria com a fachada pintada de maneira muito interessante. As mesas arrumadas num terraço eram atraentes e ela resolveu que viria almoçar ali mais tarde. Ao passar por uma ruazinha lateral em direção ao templo, deparou de repente com um edifício de tijolos e vidro, que parecia muito recente se comparado aos edifícios pintados que tinha visto antes. O projeto arquitetônico era muito funcional e, mesmo antes de descobrir a placa com a inscrição Oficina Sussurro, já tinha adivinhado que se tratava de um centro de pesquisa. Lembrou-se vagamente de alguém ter mencionado recentemente algo sobre um local onde as bruuxas faziam seus experimentos, mas não sabia mais o que era. E seguiu em frente.
O templo, com sua torre interessantíssima, ficava quase fora do vilarejo. Era um edifício aparentemente pequeno por fora, mas imponente, de pedra escura, tendo ao lado um cemitério. Acima da porta em arco havia um grande vitral, mas devido à luz forte do sol ela não conseguiu definir o desenho. Deu uma olhada ao relógio e viu que o último ritual do dia ainda estaria sendo celebrado e pensou entrar bem quietinha para assisti-lo. Mas lembrou-se que os fiéis poderiam achar suas calças compridas inadequadas. Resolveu então visitar o cemitério e empurrou o portão coberto de trepadeiras avermelhadas, tanto as flores como as folhas com enormes espinhos.