Capítulo 36 - Lady Marsalla

6 2 0
                                        

Johanne viu Drake paralisado durante alguns segundos, olhando a noite lá fora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Johanne viu Drake paralisado durante alguns segundos, olhando a noite lá fora. De repente todo o seu corpo entrou em ação, ele gritou uma palavra em latim, largou o roupão e saiu pela sacada. Johanne ficou perplexa até que lentamente a palavra foi adquirindo sentido em sua mente: Ignis... fogo.

Ela correu para a janela e quase perdeu o fôlego.

Na luz fria do amanhecer o castelo dormia sombrio, as filas de janelas negras, apagadas. Todas, menos uma. Na ala de hóspedes, do lado oposto da casa, uma janela ardia na luz trêmula do fogo que devorava o interior em grandes labaredas.

Era o aposento dela.

Percebeu num instante que Drake tinha ido por fora, que era o caminho mais comprido. Saiu para a sacada, vestindo o roupão dele. Voou pelo gramado, tropeçando na barra enquanto subia as escadas do outro lado.

Mesmo antes de chegar à porta envidraçada que dava para sua suíte sentiu o cheiro característico de madeira queimada e uma lufada de calor. Quando entrou, o quarto estava cheio de fumaça amarelada.

Tossiu, sacudindo a cabeça. Um lado do quarto estava totalmente tomado pelas chamas. A penteadeira de mogno estava completamente envolta em labaredas e, de repente, o espelho se partiu por causa do calor.

Línguas de fogo subiam para o teto pelas cortinas de seda da cama de dossel de onde, antes, sua inquietação a havia feito levantar. Ainda agora, no brilho trêmulo do fogo, parecia que havia alguém entre os lençóis. Johanne sentiu náuseas ao pensar que tinha escapado por pouco.

— Humana Johanne! Pelas Deusas eu pensei... pensei... — Era Aradia que surgira na porta interna do quarto, rígida de terror, o corpo magro apertado ao batente como se quisesse sumir dentro da parede. Ao entrar no quarto Johanne não tinha notado a presença da vampira, que soluçava agora. — Deusas do céu, humana Johanne, onde é que você estava? Pensei que... eu tinha certeza...

Mas antes que Aradia pudesse dizer qualquer coisa a porta se abriu com violência, jogando-a de joelhos no chão. Drake entrou depressa com um cristal azulado nas mãos. Ignorou a vampira caída, olhando em torno avaliando a situação. Tentou conjurar a força elemental do cristal de água e gelo, mas sua mão defeituosa tremia e ele disse um palavrão. Johanne empurrou a mão dele e tocou no cristal rapidamente. Por uma fração de segundo os dois se encararam, os rostos muito juntos. Então, quando a nevoa branca começou a preencher o aposento, Drake empurrou Johanne e atacou as chamas.

Minutos depois estava tudo apagado e ele abriu todas as janelas para a fumaça sair. Drake esfregou os olhos vermelhos, manchando o rosto de fuligem, como uma máscara. Parecia cansadíssimo, olhando ao redor para avaliar o estrago. Johanne viu que o traje rigor dele estava reduzido a alguns trapos chamuscados. Drake usou a sua energia vital para controlar a força do cristal e manter o seu corpo protegido contra as chamas.

— Não é tão ruim quanto parece. — Disse ele, suspirando. — O fogo parece ter ficado só deste lado do aposento. Oh, pelas Deusas, se você estivesse aqui...

Lady MarsallaOnde histórias criam vida. Descubra agora