SINOPSE
***LADY MARSALLA***
Johanne conhecia bem o orgulho e a cólera da família Brishen. Fora casada com um deles - Jeffery - e, até que ele morresse, experimentou todas as provações que o inferno lhe poderia oferecer. Conhecia também a luxúria, a...
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"Não a Diferença Entre Viver & Receber Permissão pra Viver. Assim Como Não há Diferença Entre Morrer & Ser Morto."
Os portões se abriram e a grande carruagem com seus enormes corcéis negros deslizou para dentro. Ao ver o castelo, Johanne deixou escapar um suspiro.
A gigantesca arquitetura de pedra repousava na colina como uma jóia numa caixa forrada de veludo verde. Como estavam no alto, ela podia ver que tinha a forma de um símbolo antigo, o intervalo entre seus braços formando um belo jardim que se estendia até um lago brilhante a certa distância. A fachada frontal era de pedra vulcânica, com três andares e janelas altas ornadas de caixilhos de madeira marrom e dourada. Podia se ver também uma quarta fileira de janelas menores lá no alto, debaixo do teto acinzentado.
Godwin tocou ligeiramente um sino por duas vezes, deslizando a carruagem pelo caminho em curva que atravessava um jardim cheio de flores bem-cuidadas e a clássica fonte onde nereides brincavam com um boto que jorrava água, até chegar ao portal de onde saíam criados, descendo as escadas de pedra. Quando a carruagem parou Johanne notou a mesma letra B, entalhada desta vez num escudo de ouro maciço.
Olhou absolutamente perplexa. Então esse castelo tinha sido o lar de Jeffery. E ela nunca suspeitara. Godwin abriu a porta para ela com um ar de enorme dignidade que não combinava nada com as calças de joelhos sujos. Ele estava evidentemente satisfeito pela surpresa dela.
— Adentrastes aos domínios da família Brishen! — Disse ele orgulhoso, apontando a gigantesca estrutura de pedra maciça com um gesto amplo.
— Humana Johanne Brishen quer ver a senhora, Ella Brishen. — Disse a criada vestida de marrom.
Johanne limitou-se a acenar com a cabeça, fascinada demais por aquele lugar para perceber a repetição de nomes. Meio tonta, seguiu a criada por uma série de longos corredores, virando e revirando tantas esquinas que se desorientou. Passou por altas janelas de vitrais que davam para uma vista de gramados bem-cuidados e árvores oscilando ao vento. Atravessou corredores cheios de pinturas escuras, obviamente valiosas, emolduradas em ouro pesado. Chegou a reconhecer um retrato de Akasha Brishen, que tinha certeza de já ter visto antes, em algum livro antigo. Os saltos de madeira de suas sandálias batiam no assoalho, ecoando pelas paredes silenciosas, perturbando os pensamentos que ela tentava controlar para compreender direito tudo o que via e que era tão inesperado.
Tinha sempre suspeitado que a família de Jeffery era rica. O violino dele, por exemplo, era uma peça antiga, manufaturada por um famoso artesão italiano. Jeffery tinha lhe contado que o violino fora presente do pai. Às vezes Johanne pensava em por quê, uma vez que eram tão ricos, os Brishen não financiavam a carreira ascendente de Jeffery. Em vez disso, deixavam que ele fizesse cada vez mais dívidas com Leifert, que, apesar de ser um patrocinador tão gentil, era apenas um estranho. Evidentemente nunca ousara perguntar nada a Jeffery. Baseada em seu parco conhecimento sobre o reino de onde vierá, Johanne tinha composto um quadro mental em que os Brishen eram prósperos vampiros vestidos em calças de couro e sobretudos longos, morando no máximo em uma mansão coberto de neve, ornamentado com corações, flores e presas humanas espalhadas por suas paredes.