• Capítulo Quatro - Quanto mais cedo melhor

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• ARIANA GRANDE •
— Toronto, Canadá.

No dia da sessão de fotos, logo após o término, Justin não dirigiu mais a palavra a mim, apenas juntou as suas coisas e foi embora sozinho enquanto nossos pais escolhiam quais fotos iriam ser enviadas para uma revista, como forma de tornar o nosso namoro falso público.

Nos dias que se seguiram, eu não tornei a ver o Justin e para ser honesta, eu não sabia o quão bom isso era e muito menos o quão ruim podia ser. As fotos escolhidas nos levaram a estampar a capa de uma revista e não demorou para que todos estivessem falando de nós, o que levou os meus pais a marcarem um jantar em nossa casa no final de semana para todos os membros da alta sociedade, que definitivamente fariam inúmeras perguntas que eu sabia como responder, mas não sabia como deveria e nem iria me portar ao lado do Justin.

Nós dois deveríamos parecer um casal apaixonado na frente de todos, mas só conseguíamos agir como dois completos desconhecidos que é o que somos.

— Justin e seus pais vem jantar aqui hoje. — Minha mãe avisa, de forma abrupta.

— O que? — Até me ajeito no sofá ao receber essa informação.

— Vocês dois agem como dois estranhos e não pode ser assim na frente dos nossos convidados na festa de sábado. — Ela diz como se fosse óbvio.

— Já era de se esperar que nós dois parecessemos estranhos um para o outro, é o que somos de verdade. — Bufo.

— Por isso o treino de hoje.

— Mãe, posso te perguntar uma coisa? — Mordo meu lábio, inferior.

— Claro.

— Por que tudo isso? — Eu questiono. — Não havia outra forma de assegurar que os Bieber's não nos passariam para trás de outra forma?

— Não uma forma tão eficaz quanto essa, Ariana. — Ela se junta a mim no sofá. — Sem contar que essa é a forma das nossas famílias dizerem que vocês dois juntos são o futuro das nossas empresas unificadas, porque vocês quem irão assumir daqui pra frente.

— Eu juro que estou tentando entender tudo isso, mas não consigo. — Suspiro.

— É quase como uma tradição antiga, que duas empresas do mesmo ramo, concorrentes, casem seus filhos como forma de deixar de lado a competição e ampliar o mercado. — Ela explica. — É algo antigo, mas não que deixa de ser usado hoje em dia porque funciona.

Eu fico em silêncio, não sei bem o que dizer.

— Sei que você não entende isso agora e sei que provavelmente o Justin também não, mas só estamos pensando em vocês dois. — Ela segura a minha mão, tentando soar reconfortante. — E nós só queremos o bem de vocês, nós queremos garantir que o futuro de vocês seja perfeito.

— E por quê temos que fazer isso agora? — Eu questiono. — Mal faz um ano que terminamos o colégio, não acha cedo demais para um casamento?

— Acredite, quanto mais cedo melhor.

— E por quê? — Eu quis saber.

— Porque vocês ainda são jovens, tem muita energia para gastar no mundo dos negócios que pertenceram a vocês. — Ela sorri. — E o ponto principal é que vocês ainda tem seus corações vazios.

Eu entendi que Justin e eu assumiremos os negócios da nossa família, o que eram duas empresas, passaram a ser apenas uma, unificando e dominando o mercado. Nossos pais merecem um descanso depois de tantos anos e tudo o que eu sempre quis foi assumir o meu lugar de direito.

— O que quer dizer com isso? — Franzo a testa. — Que ainda temos os nossos corações vazios?

— Quero dizer que você e o Justin podem construir um amor. — Ela sorri, abertamente. — Em muitas famílias, as pessoas já se casam com o coração preenchido por alguém, mas no mundo dos negócios, o amor como um ponto de partida é irrelevante e temos benefícios por sermos assim.

Eu fico em silêncio, ainda não sei muito bem onde ela quer chegar.

— O que importa realmente para nós, como prioridade é ampliar os nossos negócios, não deixar a nossa chama morrer e nem deixar que o nosso patrimônio caia em mãos erradas. — Ela continua falando. — Justin foi escolhido porque é como você, ambos tem metas iguais.

— Isso ainda não responde a minha pergunta. — Sou sincera.

— Vocês vão passar por muitas coisas juntos, tanto na convivência no dia a dia em casa quanto na empresa que governaram juntos. — Ela se ajeita no sofá, sem parar de sorrir. — Isso aproxima as pessoas mais do que você pode imaginar agora.

Eu ainda não entendi.

— E isso quer dizer que o que começou com um contrato, como uma parceria e uma amizade, com o tempo pode acabar se tornando algo a mais, se vocês estiverem dispostos a isso. — Ela explica. — É melhor que casem cedo, comecem cedo porque estão com o coração vazio, você não vai querer uma mulher do passado dele atrapalhando um amor que você lutou para construir, tijolo por tijolo.

Agora eu entendia o que ela quis dizer.

Meu coração definitivamente estava vazio e agora eu torcia para que o do Justin tambem estivesse, porque por mais que eu não quisesse me casar com ele, eu também sabia que não queria que o passado dele me assombrasse.

Eu ainda não havia tido uma chance real de conversar com o Justin, para podermos colocar todas as nossas cartas na mesa, mas eu não podia negar que com toda essa conversa, que eu não estava tentada a viver isso.

Eu sempre quis casar por amor — mesmo que um relacionamento nunca tivesse ficado no topo da minha lista de prioridades —, mesmo que no momento eu não estivesse apaixonada por ninguém, mas a realidade que eu estou vivendo é bem diferente do que eu imaginei para mim. Mas isso ainda não quer dizer que eu não possa ter o meu final feliz, eu ainda posso construir um amor com o Justin, com o homem que minha família escolheu para mim.

— Entendi agora. — Sorrio fraco.

— Sei que tudo ainda é bastante novo para você e tudo bem estar assustada.

— Parece ser novo para mim, mas não para o Justin. — Suspiro, derrotada. — Ele parece bem melhor nisso do que eu.

— Quem sabe um dia ele te conte o porquê. — Ela sorri, sugestiva.

— Você sabe o motivo? — Eu ergo a sobrancelha.

— Sim, mas isso é conversa para uma outra hora. — Ela avisa. — Agora, você tem que ficar bem bonita para o nosso jantar.

O que ela quer dizer com isso?

DYNASTYOnde histórias criam vida. Descubra agora