• 4. Simpatia •

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Sábado, após o classificatório.

LECLERC.

o classificatório acabou e eu largaria em 4° amanhã, já estava familiarizado com a pista e meu carro estava respondendo bem. Até o momento eu e Isis não tivemos nenhuma interação além de olhares que ela sempre desviava, era bom saber que ela ficava incomodada, por isso continuei.

Ao sair do carro na garagem da Ferrari, Jenna me parou.

- Charles, pensei que você e Isis pelo menos tivessem trocado 2 palavras, mas os câmeras falaram que vcs não dirigem uma palavra pro outro dês do avião, temos que mudar isso. - Falou sem paciência. - Urgente! Ou não tem porque mantê-la aqui. - Jenna saiu sem esperar uma resposta.

O desespero bateu, não podia deixar Jenna dispensar Isis, mas não era ajusto fazê-la correr atrás de mim pra não ter nenhum resultado. Eu sabia que o problema era eu, eu não dava espaço, não estava sendo profissional.

Vi Isis conversando com Tony, nosso engenheiro chefe. Ela parecia trocar palavras tão facilmente com qualquer um que conhecia, então resolvi fazer o mesmo.

Quando Tony saiu me aproximei, e parei ao seu lado olhando para a pista.

- Já tinha vindo para jeddah antes?- Perguntei.

Ela olhou surpresa.

- Sim na verdade. Já estive em todas as pistas que vai correr esse ano. - Respondeu. - Menos no Japão. - Senti relutância em seu olhar.

- Bem, esse ano você vai mudar isso. - Afirmei. - Engraçado, nunca te vi em nenhuma corrida, nesses 6 anos que fiz pela F1.

- Sei me infiltrar bem nestes eventos. - Respondeu. - Na verdade, você nunca me viu porque ou você estava na pista ou eu estava perambulando pela estação da Mercedes.

- Russel? - Adivinhei.

- Também, mas costumo acompanhar meu irmão. - Explicou.

- Ah sim, seu irmão trabalha para eles... Havia me esquecido. - Falei olhando para frente. - Agora de certa forma você trabalha para o rival, não incomoda Dom?

- Na verdade, Dom que é desvirtuado. - Riu. - Meu pai quase o deserdou, mas creio que compensei meu irmão quando avisei ontem que estaria vindo te acompanhar, meu pai quase pulou de alegria.

- Seu pai é um Tifosi?

- O maior que conheço...

Então ela me encarou e deu um pequeno sorriso, eu estava caindo em seu feitiço novamente, mas o intuito era dar o troco por Bahein, então me reconpus.

- Vê se aparece mais na câmera, fala mais, você foi contratada pra isso e eu que estou sendo cobrado. - Falei ríspido saindo.

Seu rosto se tornou pesado, então ela REVIROU os olhos.

- E acabou a dose de simpatia. - Resmungou.

- Disperdisei? - Disse desdenhando.

- Meu tempo? Talvez. Agora suas doses? Você deve ter muitas, porque aparentemente não usa. - Levantou as sobrancelhas e passou por mim bufando.

Aparentemente Russel tinha razão, ela não ia escutar calada. E eu gostei disso. Sorri involuntariamente, mas parei quando percebi que a câmera estava gravando meu rosto, e aparentemente todo o diálogo que havia acontecido.

.....

Voltei para o hotel para descansar para a corrida que aconteceria as 18hrs do outro dia.

Prince of Mônaco - Charles Leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora