ELE ME PAGA

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• L U C K Y •

Os médicos vieram me explicar que alguém veio aqui enquanto eu estava fora e pediu pra ver a Manu.

E que quando ele saiu uma paciente começou a gritar dizendo que tinha sangue no chão e quando eles entraram no quarto da Manu os fios estavam todos soltos, o quadro dela desligado, e um... Um corte profundo perto da cintura dela.

Ela foi pra cirurgia mais uma vez só que dessa vez ela saiu de lá em estado crítico e foi para a UTI ao invés do quarto.

Eu sei que meu pai tem algo haver com isso, uma simples ligação dele e ele consegue acabar com muita coisa.

Ele me paga!!!

Eu já tô aqui a quatro dias e nada dela acordar.

Eu queria tanto conseguir fazer algo por ela, mas nessa situação dinheiro nenhum, contato nenhum ajuda.

Fui para a recepção porque minha mãe disse que ia trazer o Théo pra visitar a Manu.

Eu disse que não seria uma boa ideia já que ela tá na UTI a dois dias e nada. Mas ela insistiu porque disse que o Théo tá muito mal.

E eu sei que é verdade porque o Théo ama demais a Manu.

Um tempo depois reparei no garotinho com uma mochila nas costas e com os olhos vermelhos vindo na minha direção.

Limpei as lágrimas que tinham teimando em escalar do meu rosto e peguei meu filho no colo dando um abraço apertado nele.

--- Pai eu quero ver a Manu, por favor.--- pediu quase que implorando.

Olhei para minha mãe ainda em dúvida e ela fez que sim com a cabeça.

--- Olha Théo, a Manu tá na UTI então a gente vai ter que vestir uma roupa específica pra entrar lá tá?

Ele balançou a cabeça dizendo que sim e fui com ele até a porta da UTI.

Vestimos o necessário para entrar lá dentro, touca, máscara e uma roupa de TNT e fomos em direção a cama da Manu.

Sentei no banco que tinha do lado da cama que ela estava e puxei o Théo para sentar no meu colo.

Os olhos dele estavam fixados na Manu, mas ele não parava de chorar.

--- Manu...--- falou com a voz fraca.--- Volta por favor, eu tô com saudades, eu quero brincar com você, ir tomar sorvete, implicar com papai.--- deu uma pausa olhando para mim.--- Eu quero vê meu pai com aquele sorriso que ele tem quando te ver.

Essa última parte dele me fez ficar pensativo.

Um lágrima solitária escorreu pelo meu rosto enquanto o Théo chorava demais.

O Théo segurou na mão da Manu com cuidado e eu segurei a mão dos dois e abracei fortemente o Théo com meu braço livre.

--- Não... Não chora Théo.--- ouvimos uma voz muito fraca dizer.

Levantei a cabeça e encarei a garota na minha frente com os olhos levemente abertos.

Pisquei várias vezes ainda tentando entender o que estava acontecendo, e o Théo tinha a mesma expressão que eu.

--- Manu você acordou!!--- Théo tentou controlar o choro, sorrindo agora.

Senti uma felicidade imensa crescer no meu corpo, só de saber que ela tava ali, acordada...

--- Por que tá todo mundo chorando?--- perguntou tentando fazer gracinha mas fez uma careta de dor.

--- Eu vou chamar o médico.--- falei deixando o Théo no banco e saindo rapidamente dali.

Entrei novamente na UTI só que dessa vez com o médico ao meu lado.

Ele deu uma olhada na Manu e no quadro vital dela e disse que ela se recuperou um pouco mas ainda precisa de medicações, repouso e observação médica.

Ouvi atentamente tudo o que ele disse enquanto meus dois pequenos conversavam.

Quando o médico saiu fiquei observando de longe as duas criaturinhas na minha frente e um sorriso enorme brotou no meu rosto.

BABÁ DO FILHO DE UM MAFIOSO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora