SORVETE

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•  E M A N U E L L Y  •


--- Vamo Théo, você vai me deixar arrumar tudo sozinha?--- perguntei fazendo drama.

--- Vou, eu não sou empregado do meu pai.--- fez birra.

--- Ah, e eu sou?--- perguntei com deboche.

--- Não, mas você tá fazendo isso porque quer.

--- Então você quer viver no lixão?

--- Nem tá tão ruim assim Manu.--- olhou em volta.

--- Vai Théo é rapidinho, eu te levo aonde você quiser depois.

Depois que eu disse isso percebi um certo brilho no olhar dele.

Ele pegou uma vassoura, um pano com álcool e uma pá. O que foi até engraçado de ver porque a vassoura é bem maior que ele, e o mesmo tava quase derrubando tudo no chão.

--- Eu vou arrumar meu quarto.--- falou subindo as escadas tentando equilibrar tudo.

Comecei a varrer e a passar pano na sala, cozinha, escritório, banheiro e na escada.

Tirei a poeira de diversos móveis e fui para o andar de cima limpar o banheiro e o quarto de hóspedes.

Depois de tudo limpo guardei as coisas na dispensa e subi para ver se o Théo tinha terminado.

A porta do quaro dele estava entreaberta então cheguei bem devagar para ver o que ele tava aprontando.

Ele estava brincando com uma pista de trem, e as coisas que ele tinha trago para limpar o quarto estavam em um canto.

 --- È assim que você limpa o quarto?--- perguntei dando um susto nele.

--- Eu... Eu já terminei.--- levantou do chão e sentou na cama.--- Me leva pra sorveteria?

--- Claro.--- falei analisando o quarto dele e vendo que realmente esta limpinho.

Ele gritou um "ebaaa" e foi trocar de roupa para sairmos.

--- As chaves?-- ele perguntou.

--- Eu esqueci, ja volto.

Subi as escadas e peguei as chaves da casa que estavam dentro de um pote na mesinha de canto do corredor.

Quando voltei lá pra baixo adivinha quem tava aqui?

O Théo estava no colo do pai dele rindo como se fosse aprontar alguma coisa.

--- Manu o papai pode ir com a gente na sorveteria?--- Théo perguntou.

--- Cla...--- fui interrompida.

--- Você não vai sair com ela.--- Lucky negou.

O sorriso que estava no rosto do pequeno se desfez na hora.

--- Mas pai...

--- Sem mas Théo, já falei que não.

-- Foi mal garanhão mas o Théo fez por merecer e eu vou levar ele sim, você indo ou não.--- o sorriso voltou para o rosto do Théo assim que eu terminei de falar.

Eu fui intrometida agora?

Fui.

Mas seria muita injustiça deixar ele sem o "prêmio" dele, e também eu prometi, e quando eu faço uma promessa eu cumpro.

Peguei na mão do Théo e puxei ele para fora de casa ignorando o chefe da família parado.

Depois que eu coloquei o Théo no carro ouvi o Lucky gritando que ia também.

Ai ai, é tão fácil de domar...

Assim que chegamos na sorveteria o Lucky e o Théo sentaram um uma das mesas e eu fui pedir os sorvetes.

--- Olha só quem eu encontro aqui.--- uma voz masculina se fez presente atrás de mim.-- Eai gatinha como você tá?

Me virei e vi que era o Jackson.

--- Vivendo na força do ódio, e você?--- respondo e ele da um leve sorriso.

--- Acho que to na mesma--- se encostou no balcão ao meu lado.

Ta, quem é Jackson, Emanuelly?

Jackson é um "amigo" vamos se dizer, a gente se conheceu em uma boate que eu fui com a Emilly, ele precisou de uma ajuda minha e deu no deu. Nossa relação é tipo colorida, mas so quando ele não ta namorando.

eu não sei porque deixo isso, carencia talvez?

Ah, eu mencionei que ele também é da máfia?

--- Você tá trabalhando pra família Lucchese?--- perguntou encarando o Théo e o Lucky.

Pera como ele sabia do meu emprego de babá?

--- Sim, mas como você sabe que eu tô trabalhando?--- perguntei curiosa.

--- Sua amiga... Qual nome dela mesmo?

--- Emilly?

--- É.--- pegou o sorvete dele que a moça entregou.--- Ela me falou ontem.

--- Entendi.--- peguei os dois potinhos de sorvete, do Lucky e do Théo.--- Eu tenho que ir agora.

--- Tá bom gatinha, vai lá.--- deu um beijo na minha bochecha.--- Cuidado.

--- Pode deixar.

Fui em direção a mesa em que os dois estavam e foi impressão minha ou o Lucky tava me encarando?

--- E o seu Manu?--- Théo perguntou quando sentei na mesa e entreguei o sorvete deles.

--- Eu esqueci de pedir o meu, e também nem tava com vontade.

--- Esqueceu ou tava ocupada demais com o idiota ali?--- Lucky sussurrou e eu quase não ouvi.

Mas eu preferia não ter escutado.

Porque dessa raiva repentina?

BABÁ DO FILHO DE UM MAFIOSO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora