☆ 15 | De novo isso?

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Capítulo 15. |
ATO 2
BLOOM |

"Maybe, he's just trying to find a way to help her..."

Era de manhã, Katsuki observava Hanako responder as perguntas do professor. De fato, ela era incrível, respondeu com pouca dificuldade.

Mas o que chamava mais a atenção do loiro ela aparentava não estar comendo bem.

De novo...

Ele queria abordá-la o quanto antes, mas não queria fazer isso do jeito grosseiro que sempre teve. Afinal, estava indo tudo tão bem entre eles...

Depois daquela confissão dos dois de algumas semanas atrás, eles têm se falado mais que o normal.

Katsuki pensava que, talvez, com uma abordagem abrupta, ele podia estragar o que ele tinha com Hanako.

E se ela pensasse que ele não é bom o suficiente ou que é uma pessoa muito bruta, rude e até mesmo mal educada?

Era o que ele pensava.

Só que finalmente, ele decidiu perguntar. Seria naquele dia. Ele não sabia como, mas, sim, ele iria tirar uma confissão dela.

E então, na saída, lhe apareceu a oportunidade perfeita.

- Katsuki! - Chamou a mais baixa, puxando a manga do casaco da U.A. - Olha, minha irmã não vai poder me ajudar com meu jardim hoje, aí eu pensei que você poderia me ajudar. Se importa?

Era isso.

- Não, tudo bem. - Ele aceitou de bom grado, sentindo a garota o abraçar brevemente.

E assim, eles foram caminhando até a casa dela, como vinham fazendo todos os dias. Ela as vezes parava para ajeitar a presilha rosa que insistia em cair.

- Aqui. Usa pra não sujar seu uniforme. - Ela lhe entregou um avental preto.

Katsuki observava ela vestir outro avental. Era rosa. Como uma cor poderia combinar tanto com uma pessoa?

- Obrigado. - Hanako sorriu, como se dissesse um "de nada.".

- Olha! - Ela se dispersa do foco ao ver que as rosas estavam crescendo. - Minhas rosas estão abrindo!

Ele se permitiu sorrir bobo com a animação dela, amarrando o avental e indo até ela.

- Então. - Começou. - O que vamos fazer? - Cruzou os braços.

- Ah, sim! - Ela correu pelo enorme jardim, buscando uma caixa com alguns vasinhos e sementes. - Ganhei essas sementes da minha irmã! São morangos, olha! - Ela estende um dos sacos das sementes na direção do mais velho, deixando evidente algumas marcas nos braços dela.

Ele fingiu que não viu, pegando as sementes e dizendo:

- Isso não deve ser tão difícil. - Cruzou os braços.

- É bem simples. É só fazer com calma. - Sorriu, educada.

Enquanto eles plantavam, uma das cozinheiras trouxe um travessa de frutas e copos de suco.

Ela sorria, enquanto ele a encarava, pensando o que causava a mais recente falta de apetite, cansado disso ele resolveu ir direto ao assunto.

- 'Tá bem. - largou a pequena pá na mesa, chamando a atenção dela. - Isso 'tá me perturbando desde cedo...

- O que? - Perguntou inocente.

- Por que não está comendo? - Ele disse baixinho, enquanto o pai dela passeava pelos corredores da casa.

- Nada muito importante. - Sorriu tentando amenizar a situação. - São só uns problemas pessoais.

Que talvez pudessem envolver marcas de dedos vermelhas nos pulsos dela.

- Por que não me conta? Somos amigos, não somos? - Ele disse. - Quase namorados...eu acho.

- Oi?

- É eu acho que sim.

Eles se beijaram. Talvez fosse algo assim...

Tá, mesmo assim, ja é alguma coisa, não?

- Voltando ao assunto: pode ficar tranquilo. Não é nada de mais. - Ela sorriu, tentando ohe tranquilizar.

- Não vai mesmo me contar?

- Não quero te preocupar. Já disse, não é nada.

- Mas eu me preocupo! - Disse voltando a plantar os morangos.

- Olha Katsuki, eu sei que você se preocupa, mas se fosse algo sério mesmo você já estaria sabendo. - Mentiu.

- Mas se não é algo sério, por que parece estar mais pra baixo?, - Até isso não lhe passou despercebido? - E por quê não tem comido? - Largou o que estava fazendo novamente e cruzou os braços.

Ela ficou em silêncio e desviou o olhar para o chão, pensando se realmente deveria contar o motivo, ou apenas insistir em ficar calada.

- Eu já te contei que tenho uns problemas aqui em casa. Depois que minha mãe se foi, as coisas ficaram diferentes. Meu pai anda por aí sentindo culpa e me machuca ver que ele sente tanta falta dela e não poder fazer nada.- sussurrou, olhando em volta para ver se ele não estava olhando. - Dessa vez não foi diferente.

Uma parte dele ficou aliviada. Já a outra queria entender melhor o que tinha acontecido.

Apenas respirou fundo e, em seguida, abraçou a menor, acariciando as costas dela.

- Quer entrar em detalhes? - Katsuki perguntou e ela negou com a cabeça.

Hanako foi a primeira e desfazer o abraço. Olhou para o loiro e sorriu.

Quando Hanako desviou o olhar e voltou a plantar, Katsuki reparou no quão linda ela ficava com o cabelo preso e aqueles óculos.

No fim do dia, eles guardaram tudo, se limparam e logo foram se despedir.

Hanako o acompanhou até a porta, enquanto ainda conversava com ele, mas parou quando ele estava calçando os sapatos.

- Bom... - Começou, Hanako. - Até amanhã.

Ele levantou e a abraçou.

- Até. - Soltou o abraço e fechou a porta.

Hanako estava ali. Parada. Atônita.

Não esperava ganhar um abraço por iniciativa dele. Mas claro, não deixou de sorrir.

Just Like Boom! | Bakugo KatsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora