Em nome da dor - Livro 2

Capítulo 1

Londres é conhecida como uma tapeçaria entrelaçada com os fios da história, cultura e diversidade. Com o surgimento dos primeiros raios de sol sobre os telhados de ardósia e as torres majestosas, a cidade desperta para mais um dia de atividade frenética e contemplação serena. É uma metrópole onde o antigo e o moderno se mesclam em uma harmonia fascinante, onde as ruas de contornos medievais se entrelaçam com a arquitetura vanguardista dos arranha-céus.

Às margens serenas do Tâmisa, a cidade pulsa com vida, suas margens adornadas por monumentos históricos que testemunharam os altos e baixos de séculos passados. Conforme a névoa matinal se dissipa, desvenda-se uma paisagem urbana onde cada esquina narra uma história, cada rua ressoa com os sussurros do passado e cada edifício se ergue como um testemunho silencioso da passagem do tempo.

De Camden Town aos distritos financeiros, de Covent Garden aos becos de Notting Hill, Londres se revela como um caleidoscópio de culturas, um mosaico de idiomas e costumes que se entrelaçam nas ruas movimentadas. Os sons da cidade formam uma sinfonia urbana: o tilintar dos bondes, o murmúrio dos mercados de rua, o zumbido dos pubs à noite.

A cada esquina, a cidade se desvenda em uma nova descoberta, um novo mistério a ser desvendado. Londres transcende o título de simples capital; é um microcosmo do mundo, onde a diversidade floresce e a história se torna palpável em cada tijolo. É uma metrópole que nunca repousa, onde a vida pulsa incessantemente, alimentando o fogo da criatividade, da inovação e da paixão. Assim é Londres, uma cidade que cativa e encanta, um lugar que nunca cessa de surpreender.

Enquanto Londres parecia pulsar como um organismo vivo do lado de fora, dentro da imponente torre que se erguia às margens do rio, um par de saltos altos ecoava sobre o piso de porcelanato cinza brilhante, cada passo fluindo com uma confiança inabalável. Seu perfume sutil permeava o ar, uma aura de determinação envolvendo-a enquanto ela avançava pelos corredores imponentes daquele arranha-céu corporativo.

Os cabelos loiros, agora mais claros do que no passado, caíam em cachos perfeitos pelas costas, sobre o sobretudo preto que exalava elegância e autoridade. Ela era uma figura enigmática, uma presença que comandava a atenção à medida que se aproximava da sala da diretoria. Seus olhos azuis, brilhantes e penetrantes, pareciam captar cada detalhe ao seu redor, cada movimento, como se estivessem sintonizados com uma frequência diferente da maioria. Ao adentrar a sala, a atmosfera pareceu mudar sutilmente, como se o próprio ambiente se curvasse diante dela. Os murmúrios se dissiparam e os olhares se voltaram para aquela mulher de postura impecável. Era como se a própria essência de Londres se condensasse na figura dela, em sua determinação, em sua sofisticação, em sua implacável busca pelo sucesso.

— Com licença, senhores, me desculpem pelo atraso. — A voz de Anahí soou de maneira fluída, enquanto ela ocupava a cabeceira da mesa com uma elegância incontestável, sua presença imponente preenchendo o espaço com uma aura de autoridade natural. Ao mesmo tempo, uma das assistentes se aproximava com uma pasta contendo a pauta da reunião e sua agenda aberta, pronta para auxiliá-la em cada detalhe.

Seu olhar percorreu a sala com firmeza, captando cada rosto presente ali, cada expressão, como se estivesse decifrando um intricado quebra-cabeça. Era evidente que ali estava alguém que não apenas comandava, mas que também entendia o jogo que se desenrolava diante dela. Não existia mais nada de adolescente ali, Anahí agora era muito mais do que uma líder corporativa; era uma estrategista astuta, uma mente brilhante em um mundo de negócios implacável. E naquele momento, enquanto os olhares se voltavam para ela, ficava claro que sua presença era mais do que apenas uma mera formalidade. Era a garantia de que aquela reunião não seria apenas mais uma, mas sim um palco para movimentos cuidadosamente calculados e decisões que moldariam o futuro daquela empresa.