Em nome da dor - Livro 2

Capítulo 38

A pergunta pairou no ar, cheia de significado e emoção. O tempo pareceu parar enquanto ela olhava para o anel, então para o rosto de Alfonso, onde havia uma esperança genuína. O amor que compartilhavam transcendeu o passado e iluminou o futuro, e naquele momento, Anahí soube que não havia dúvida: ela estava pronta para dizer sim.

— Nada me deixaria mais feliz no mundo. — Anahí admitiu, inclinando-se em direção a ele. O momento parecia suspenso no tempo, enquanto seus lábios se encontravam lentamente, como se cada segundo fosse precioso ali entre os dois. O toque suave inicial se transformou em algo mais profundo, a língua deles se encontrando de forma delicada, entrelaçando-se em um beijo que transbordava saudade, afeto e principalmente, amor.

Era um beijo que carregava todas as memórias que compartilhavam, as risadas, as lágrimas e os momentos de pura felicidade. As emoções se mesclavam, criando uma conexão intensa e única, como se o universo inteiro conspirasse para reunir os dois naquele instante. Anahí sentiu seu coração disparar, cada batida ecoando a certeza do amor que sempre existiu entre eles, agora mais forte do que nunca. A paixão e o carinho fluíam entre eles, e naquele beijo, tudo fazia sentido: o passado, o presente e o futuro que estavam prestes a construir juntos.

— Eu amo você. — Anahí murmurou suavemente, seus lábios ainda tocando os dele. A hesitação dele foi visível, a surpresa estampada em seu rosto, antes de um sorriso radiante surgir. O calor daquele momento a envolveu, e ela continuou: — Outra vez. Percebi que te amava novamente no dia em que descobrimos que Rosalie era uma menina, enquanto você segurava a minha mão na mesa de ultrassom.

As palavras dela dançavam no ar, cheias de emoção e significado. Ela viu os olhos dele brilharem, refletindo uma mistura de alegria e ternura, enquanto ele assentia lentamente, como se absorvesse cada sílaba. O coração dela pulsava forte, reconhecendo que naquele instante, tudo se unia: o amor que sentiam um pelo outro e a promessa de um futuro juntos, repleto de esperanças e sonhos compartilhados. O ambiente parecia se encher de uma luz suave, quase mágica, enquanto eles se olhavam, selando aquele momento com a certeza de que o amor deles era eterno.

— Assim como eu amo você. Nunca deixei de amar. — A voz de Alfonso era baixa, quase um sussurro, enquanto suas testas continuavam coladas, o toque do polegar dele deslizando suavemente pela bochecha dela. Cada carícia era lenta, cuidadosa, como se ele estivesse tentando gravar cada detalhe de seu rosto, cada linha que fazia parte dela, como um tesouro precioso a ser guardado para sempre. Ele respirou fundo e, com uma ternura que fazia o coração de Anahí bater mais forte, entrelaçou seus dedos nos dela, como se aquele gesto simbolizasse mais do que uma simples conexão, mas uma promessa silenciosa. — Vem comigo. — Alfonso chamou suavemente, puxando-a levemente em direção ao último quarto da casa: o deles.

Ao entrar, Anahí sentiu uma onda de nostalgia invadir seu peito imeditamente. O quarto era incrivelmente familiar, enquanto lembrava de muitos momentos que passaram ali, rindo deitado de alguma bobagem, fazendo amor em cada cantinho daquele cômodo, naquele cenário de sua adolescência, mas que ao mesmo tempo agora carregava um toque a mais de sofisticação, de maturidade, que o tornava ainda mais especial. Suas paredes contavam histórias, a mais marcante delas sendo uma parede inteira coberta de fotografias. O olhar de Anahí se perdeu naquela galeria de memórias, algo que ela mesma tinha começado quando adolescente, mas que agora estava transformado em um verdadeiro mural de vida.

Não eram apenas fotos antigas deles dois, como nos primeiros dias de amor. Agora, havia uma mistura vibrante de momentos recentes, imagens da viagem dos dois à Itália, sorrisos de Alfonso e Gabriel brincando juntos em casa, ela com o menino na piscina, e tantas outras de sua gestação, capturando cada fase que ela tinha passado com tanta perfeição. Cada ultrassom de Rosalie estava ali, cuidadosamente emolduradas, cercado por fotos de Anahí acariciando sua barriga em várias etapas, como se o próprio quarto pulsasse com o ciclo da vida que crescia.