— Por que então o tio Christopher disse que você tentou ficar com a mulher que ele amava e com a filha dele, sendo que ele só tem o Nate de filho? — Clair questionou, franzindo o cenho enquanto seus olhos curiosos buscavam uma explicação clara.
— Às vezes, os adultos podem dizer coisas sem pensar, Clair. O seu tio Christopher estava muito nervoso, talvez tenha havido um mal-entendido. Não se preocupe, eu não fiz nada disso. — Alfonso explicou suavemente, tentando acalmar as preocupações da filha.
— Mas ele... — Clair começou, parecendo bastante confusa, mas Alfonso a interrompeu, percebendo a necessidade de manter certos assuntos distantes dos ouvidos da filha.
— Isso é assunto de adulto, Clair. — Ele falou, notando um biquinho se formar nos lábios dela, indicando que não estava nada satisfeita com a resposta. No entanto, ela acabou aceitando, pois não costumava questionar o pai. — Quando for o momento certo, você saberá de tudo, sim? Agora vá colocar o seu uniforme, está ficando tarde, acabará se atrasando, meu amor — Alfonso orientou, vendo a menina levantar desanimada e se dirigir ao próprio closet.
Ao fechar a porta do quarto da menina, Alfonso sentiu o peso do mundo parecendo pairar sobre seus ombros. A ideia de revelar a verdadeira paternidade de Clair o atormentava desde o momento em que Christopher descobrira toda a verdade. Não poderia simplesmente despejar essa informação sobre ela sem considerar as consequências devastadoras que aquela notícia poderia causar. Precisava encontrar o momento e a abordagem adequados para proteger o bem-estar emocional da menina. Suspirou profundamente, uma mistura de preocupação e exaustão tomando conta dele enquanto descia as escadas. Seu cérebro estava em constante trabalho, preocupado com os resultados dos exames de Clair, as questões na empresa que exigiam sua atenção imediata e a viagem iminente para resolver problemas relacionados ao lançamento de uma vinícola em Florença. Sentia-se como se estivesse no limite, equilibrando-se precariamente entre todas essas responsabilidades, enquanto tentava manter sua família e seus negócios nos trilhos.
Após deixar Clair na escola conforme prometera à menina e oferecer uma carona a Emma para o trabalho, já que ela também trabalhava na mesma escola, Alfonso seguiu diretamente para a empresa. A manhã estava impregnada de tensão, com a reunião agendada para o primeiro horário, e ele tinha plena consciência da importância de não se atrasar. Os desafios relacionados ao lançamento da vinícola estavam minando sua paciência gradualmente, e ao sair da reunião, quarenta minutos depois, sentia como se sua cabeça estivesse à beira de explodir. Cansado e exasperado, ele se deixou afundar na cadeira ao chegar em sua sala, soltando um suspiro pesado enquanto tentava acalmar os pensamentos tumultuados que o dominavam.
Foi então que, após alguns minutos de silêncio tenso, ele sentiu um toque suave em seus ombros, em uma massagem gostosa, relaxando os músculos. Era como se as mãos femininas que ali estavam tentassem desfazer os nós de estresse que se acumulavam em seus músculos tensos, oferecendo-lhe um breve momento de alívio em meio ao caos.
— Você está tão tenso. — A voz suave de Nina ecoou em seus ouvidos, acompanhada por um beijo singelo próximo à sua orelha. Os lábios macios dela, pareciam trazer um alívio para a tensão que dominava Alfonso. — Estava sentindo sua falta, sua viagem para Londres demorou demais. — Comentou com um biquinho manhoso, enquanto se sentava no colo dele.
Alfonso notou cada detalhe do visual dela: a saia lápis grafite, elegantemente ajustada ao corpo delineando a curva sutil do quadril e das coxas femininas, combinando perfeitamente com o sobretudo escuro. Seus olhos percorreram a figura de Nina, notando que naquela posição, era possível ver os detalhes do corpete preto com rendas vermelhas vinho, que ela usava por debaixo do sobretudo, destacando os contornos dos seios dela de forma totalmente tentadora. A presença dela ali, tão próxima, enquanto sentia o desejo por ela parecer aflorar.
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Em nome da dor - Livro 2
FanficPrimeiro, nasceu a raiva; da raiva, transformou-se em paixão; da paixão, em amor... E do amor, em dor. Após deixar Nova Iorque com o coração em pedaços, Anahí concentrou todos os seus esforços em reconstruir cada aspecto de sua vida que um dia fora...