— Olá, você! — Candice cumprimentou, aproximando-se com um sorriso simpático no rosto. Estava elegantemente vestida de social, com uma saia lápis azul marinho e uma blusa de seda cinza, abotoada. Seus olhos incrivelmente azuis pareciam ainda mais claros à luz do sol, e seus cabelos loiros caíam em suaves ondas sobre os ombros. Gabriel ergueu um olhar curioso, meio desconfiado, as maçãs do rosto estavam avermelhadas pelo jogo de futebol com seus amigos do colégio, pouco antes deles partirem com os pais. Parecia um tanto entediado e até mesmo triste com o atraso do pai. — Você é o filho de Joseph, não é mesmo? — Candice indagou, com um sorriso intrigante nos lábios.
— Sou sim. Me chamo Gabriel. — Ele se apresentou, todo pomposo em sua farda escolar, adotando uma pose que tentava imitar um adulto, embora as suas bochechas infladas de maneira tão adorável o davam um ar todo infantil. Gabriel estava vestido com sua farda escolar parecendo um pouco descomposta agora, embora ainda usasse uma pequena gravata borboleta ajustada ao redor do pescoço. — E você?
— Eu sou Candice — Ela disse, abrindo um sorriso caloroso para o menino. — Sou uma grande amiga do seu pai. — Acrescentou, observando como o rosto de Gabriel se erguia em sua direção, com os olhinhos curiosos fixos nela. — Você é tão bonito, Gabriel. — Elogiou sinceramente, lutando contra o desejo que sentia de estender a mão através das grades da escola para acariciar o rostinho infantil do filho.
— Obrigado. Você também é muito bonita — Gabriel respondeu timidamente ao elogio, suas bochechas corando levemente enquanto ele baixava os olhos por um instante. Ele parecia um pouco desconcertado com o elogio. — Meu papai se atrasou, de novo. — Queixou-se, deixando escapar um suspiro de frustração. Ele chutou levemente uma pedrinha no chão, seus olhos vagando pela rua, procurando ansiosamente pela figura paterna.
— E a sua mamãe? Ela não vem te buscar? — Candice perguntou com suavidade, seus olhos azuis transmitindo uma mistura de curiosidade e ciúmes, embora tentasse disfarçar. Ela fez questão de manter o tom da conversa leve e casual, querendo que Gabriel se sentisse confortável. Gabriel balançou a cabeça suavemente, um pequeno franzir nos lábios denotando um misto de resignação e desapontamento.
— Mamãe nunca se atrasa — Gabriel compartilhou com um sorriso levemente nostálgico, seus olhos azuis brilhando com a saudade que sentia da mãe. — Mas ela está viajando a trabalho, para bem longe, e só vai voltar outro dia. — Ele tentou explicar, abaixando a cabeça levemente. A expressão de saudade era clara em seu olhar. — Mas papai sempre demora. — Queixou-se novamente, chutando o chão com um misto de frustração e tristeza, enquanto seu olhar vagava novamente pela rua, esperando avistar seu pai chegando a qualquer momento.
— Se o seu colégio não fosse tão rigoroso, eu poderia te levar até ele. — Candice disse sinceramente, os seus olhos azuis fixos em Gabriel com um carinho evidente. Ela percebeu o olhar desconfiado do porteiro e uma leve irritação passou por sua expressão. — Mas ele já deve estar chegando, seu pai é britânico, mas a pontualidade dele é norte-americana. — Brincou, entretanto Gabriel parecia não ter captado completamente a piada.
— Olha ele ali! — Gabriel exclamou animadamente, apontando com entusiasmo para a rua mais a frente deles. Um sorriso radiante pareceu iluminar seu rosto infantil enquanto seus olhos se fixavam no pai que se aproximava. — E a dinda Rebekah e o dindo Ian também! — Gritou completamente eufórico ao avistar os padrinhos, acenando freneticamente para eles.
Gabriel agarrou sua mochila de rodinhas com entusiasmo, arrastando-a pelo pátio de qualquer maneira enquanto esperava ansiosamente que o portão do colégio fosse aberto para ele sair. O segurança, observando atentamente, finalmente liberou-o quando Joseph se identificou na portaria do colégio. Embora Joseph fosse conhecido ali, as regras eram claras: era necessário apresentar um documento com foto para liberar o menino no horário da saída. Gabriel já estava pulando impacientemente, mal conseguindo ficar parado no mesmo lugar.
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Em nome da dor - Livro 2
FanfictionPrimeiro, nasceu a raiva; da raiva, transformou-se em paixão; da paixão, em amor... E do amor, em dor. Após deixar Nova Iorque com o coração em pedaços, Anahí concentrou todos os seus esforços em reconstruir cada aspecto de sua vida que um dia fora...