— Nina. — Alfonso finalmente conseguiu dizer, sua voz um misto de surpresa e autoridade. — O que você está fazendo aqui?
Nina abriu os olhos e sorriu com um biquinho satisfeito ao ouvir a voz dele naquele tom que era capaz de arrepiar a pele. Lentamente, ela desceu as pernas da mesa e se colocou de pé, sua postura confiante e provocante enquanto caminhava na direção dele. Alfonso notou, com um aperto no estômago, um balde de gelo com uma garrafa de champanhe no canto da sala, evidenciando o cenário cuidadosamente planejado por ela.
— Enfim você chegou. — Ela disse, a voz suave e carregada de uma falsa inocência. Nina se aproximou ainda mais, seu corpo envolto no tecido escarlate que acentuava cada curva de seu corpo. — Eu estive pensando... Aquela briga horrível que tivemos foi lamentável, não acha? — Ela continuou, enlaçando os braços ao redor do pescoço dele, seus dedos deslizando pela nuca de Alfonso. — Falamos coisas sem pensar, dissemos coisas que não devíamos, e sinceramente, não há motivo para continuarmos nessa queda de braços.
Nina se aproximou ainda mais, pressionando seu corpo contra o dele, a ponta de seus dedos traçando linhas suaves ao longo da base de seu cabelo. A lingerie que ela usava, reveladora e ousada, deixava pouco para a imaginação, destacando suas formas de maneira provocante. Alfonso engoliu em seco, enquanto a mente lutava para processar a situação. O cheiro suave do perfume de Nina misturava-se ao aroma do champanhe gelado que pairava no ar, criando um ambiente carregado de intenções que ele não estava disposto a aceitar.
— Nina, chega. — Alfonso disse com firmeza, desvencilhando-se rapidamente do abraço dela. Ele retirou o próprio terno e, em um gesto protetor, colocou-o sobre os ombros de Nina, numa tentativa de cobri-la, sentindo-se visivelmente constrangido com a situação diante de si. Seus olhos evitavam encarar diretamente a figura feminina, lutando para manter o controle da situação. — O que eu disse ainda se mantém. — Enfatizou. Nina soltou um suspiro como uma gata manhosa, ajustando o terno sobre o corpo, mas sem a menor intenção de parar.
— Foi somente uma briga boba. — Ela murmurou, os olhos ainda brilhando com uma determinação sedutora. — Eu te pressionei e você não gostou, eu entendo.
Antes que ele pudesse reagir, Nina se aproximou mais uma vez, seus lábios encontrando o pescoço dele em um beijo lento e calculado, seguido de uma mordida que certamente marcaria a pele, enviando um arrepio pela espinha de Alfonso. Ele sentiu o calor dela contra seu corpo, o perfume doce, no entanto pareceu o enojar e ele agarrou os pulsos dela com firmeza, mantendo-a à distância. Seus olhos encontraram os dela, transmitindo uma mistura de desapontamento e autoridade. Com um gesto sutil, ele a empurrou para longe, criando uma distância física que refletia a barreira emocional que ele estava tentando erguer.
— Nina, isso não vai acontecer. — A voz de Alfonso era baixa, mas carregada de convicção, cada palavra dita com firmeza. Ele deu um passo para trás, tentando recobrar a compostura enquanto o peso da situação se assentava sobre seus ombros. — E estamos a um passo da demissão agora. — Alertou, deixando claro que a paciência dele estava no limite. Nina ficou em silêncio por um momento, o olhar dela se tornando mareados.
— Eu não acredito que vai realmente me trocar por ela, Alfonso. Dez anos jogados fora como se fossem nada. — As palavras de Nina saíram carregadas de dor, o ressentimento brilhando em seus olhos. — Você gostava de mim, nosso sexo era maravilhoso, não é possível que não sinta mais nada. Vamos, me toque, se lembre. — Ela implorou em um sussurro desesperado, segurando as mãos dele, que estavam inertes, e as guiando até seu próprio corpo, buscando reacender uma conexão que para ela ainda existia.
— Nina, chega. — Ele disse com uma firmeza cortante, afastando-se rapidamente dela. — Acabou.
O silêncio que se seguiu foi pesado, preenchido apenas pela respiração ofegante de Nina, que finalmente soltou as mãos dele, deixando-as cair ao lado do corpo. Alfonso deu mais um passo para trás, criando uma distância que ele sabia ser necessária, sentindo o peso da decisão que, embora dolorosa para ela, precisava ser mantida.
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Em nome da dor - Livro 2
FanfictionPrimeiro, nasceu a raiva; da raiva, transformou-se em paixão; da paixão, em amor... E do amor, em dor. Após deixar Nova Iorque com o coração em pedaços, Anahí concentrou todos os seus esforços em reconstruir cada aspecto de sua vida que um dia fora...