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Maratona 02/05

[...]

— por que você não morre? — perguntei entre as gargalhadas do colombiano que quase me fez cair do primeiro andar no susto—

— não fala assim comigo,aninha — ele disse com aquela voz grossa com quase nada de sotaque —

E só ali eu reparei que ele ainda me segurava por conta do meu susto,me olhava com aqueles olhos castanhos quase fechados enquanto ria e o perfume absurdo de bom entrando no meu nariz.

Eu molinha, sem querer sair dali.

— você quase me mata, sabia? — me soltei dos braços dele pegando meu drink da mão dele que eu não sei em que momento ele pegou—

— você é maldosa, né?— encostou no parapeito e me olhou—

Que inferno de homem bonito.

— não te fiz nada — dei os ombros sugando o líquido do copo em seguida —

— fez não pô— arqueei uma sobrancelha — que foi?

— quem tá te ensinando essas gírias?— ele riu—vigia teus passos,Colômbia.

— eu convivo com brasileiros a anos. Esqueceu,linda?— jogou a cabeça pro meu lado com aquele sorrisinho de canto —

Eu sou extremamente fértil, o criador sabe e me manda esses testes divinos.

Por que?

— não senhor, não esqueci que você é um quase brasileiro — ele sorriu e me meteu uma encarada —

Eu simplesmente incorporo uma adolescente bem virjola no primeiro beijo quando me encaram muito, fico surda, cega e imóvel.

—você tá linda — dito isso ele ainda permanece me olhando —

— Obrigada,Colômbia. — fingi tranquilidade mas por dentro eu estava me borrando —

E assim seguiu, ele olhando pra mim, eu evitando contato visual olhando umas ondinhas presentes no cabelo dele e que era a única coisa que roubava minha atenção no momento.

Esqueci de falar mas sou obcecada por cabelos cacheados e ondulados.

E nesse momento Richard estava com a porra do cabelo finalizado, tinha um olhar fixo em mim e alguém teve a brilhante ideia de meter uma puta série de músicas do orochi. Que raiva.

Eu não tinha ação. Toda minha postura e confiança foram socadas no meu cu no seco.

Eu estava queimando de tanta vergonha e não tinha forças pra nada. Nem sequer falar algo pra quebrar o silêncio absurdo que estava me envergonhando.

Isso que é impressionante. Eu, Ana Júlia com vergonha. É o fim do mundo mesmo.

Mas o colombiano maldito na minha frente parecia estar na sala de casa em um domingo tranquilo. Ele sorria, não falava, não desviava seu olhar, apenas se mantinha ali, parado me olhando.

—o que você tem em? — o desgraçado quebrou a merda do silêncio —

— Como assim?— falei mais pra mim do que pra ele —

— sei lá, tipo... você é, sei lá, diferente— ele finalmente desviou quando foi virar de frente pra mim —

Em questão de segundos eu mudei recuperando minha dignidade.

Era só ele desviar.

— e o que mais? — sorri amando escutar o desabafo,meu ego agradecendo —

—  você tem um poder inexplicável de roubar a atenção de qualquer lugar que chega, sem um pingo de esforço — ele voltou a me encarar —

Gente eu não sei o que aconteceu, eu juro que não sei. Juntou o fogo da tpm, o ambiente meio escuro, aquele homem do físico de tirar o fôlego e a música extremamente sexual.

Eu pensei mas não foi com a cabeça. A vergonha que eu estava foi pra casa do caralho e só saiu.

— Richard, me beija.

Foi o suficiente pra deixar o homem a minha frente sem palavras.

Continua.

Se eu voltar atrás e estragar tudo vocês me matam?

Porque eu sou assim, amo fazer cu doce.☺️

Inolvidável | 𝐑𝐢𝐜𝐡𝐚𝐫𝐝 𝐑𝐢os Onde histórias criam vida. Descubra agora