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Ana Júlia 🌞

Saindo da casa da minha mãe com a marmita de lei em mãos, determinada a chegar em casa e sossegar. Mas aí recebi uma ligação,  ativei o modo só se vive uma vez mesmo sabendo que eu iria me arrepender absurdamente no fim da folga.

Só passei em casa pra tomar banho e me arrumar. Peguei meu Uber de cada dia já que meu carro só ficaria pronto semana que vem.
A fatura do final de mês vai vim pesada só de Uber e delivery, preciso de aumento.

Chegando lá quis xingar Luciano com toda minha alma, ele simplesmente não colocou meu nome e eu fui barrada.

imagina a vergonha.

Perrengues da vida gente, acontece e eu resolvo com meu carisma.

Foi fácil entrar, o dono que melhore na próxima. Agora pra achar minha trupe é só seguir o lugar onde tem mais escândalo.

Bando de farofeiro. Acho que por isso que me dei bem com eles.

Em questão de segundos tava com um copo na mão ensinando Arboleda e um cara gringo que eu nunca nem vi na minha vida a dançar brega funk.

E daqui pra frente é só ladeira abaixo.

Aproveitei meu segundo de dignidade e gerei conteúdo pros meus 58 seguidores fiéis.

Com um copinho eu já perco a timidez, me familiarizo com o lugar e aí já viu.

Sai pra ir no banheiro e nunca mais voltei. Na volta  encontrei com um menino que eu não sei de onde saiu mas ele simplesmente começou a dançar na minha frente e eu entrei na onda.

Começou a tocar aquela da dança do créu e eu acho que nunca ri tanto em toda minha vida. Aí veio o forró, apareceu uma menina lá e a gente simplesmente começou a dançar como se fôssemos íntimos.

Amizade em festa é tipo amizade de praia. Você nunca mais vai ver a pessoa, mas vai lembrar dela em algum momento e vai rir sozinha.

Quando eu parei pra ver tinha gente gravando e rindo, aí eu só aproveitei que tinha entrado outra menina e sai de fininho.

Eu tava mole de tanto que ri.

03:20.

Parei só pra comer porque saco vazio não para em pé. A essas alturas minha bolsa estava com algum dos meninos e meu salto sabe-se lá onde perdi.
O dono da festa arrasou, soube escolher bem, comida, playlist e bebida que eu tenho quase certeza que foi batizada porque ninguém tava normal aqui não. Que ele faça mais festas e não reforce a segurança porque eu estaria determinada a entrar.

Puxaram um parabéns lá e eu fiquei na mesa comendo enquanto conversava com o gringo que não batia muito bem da cabeça não.

Pelo menos meu inglês eu pratiquei.

De repente puxaram um karaokê, quando fui ver Rafinha  e Luciano já estavam lá soltando as vocais impressionantes.

Meu celular estava cheio de vídeo pra zoar com eles.

Essa festa estava rendendo tanto.

Daqui a pouco olho pro lado e o menino do forró estava pegando minha coxinha do meu prato  que estava em cima da mesa na cara dura.

Ai eu olhei direito e vi que era o adolescente que joga no palmeiras e que tem mais bunda que eu.

Ele simplesmente me olha pegando o prato.

— que foi menina estranha? — ele fala —

— é meu prato, que EU peguei, sabia? — ele assentiu e eu fiquei olhando incrédula —

—você nem tava comendo — ele olhou pra frente —

— que abusado esse siliconado — neguei olhando pra outros homens que estavam cantando evidências —

—só porque comi sua coxinha e provavelmente tenho mais bunda que você? —perguntou e eu travei sem acreditar — pega mais lá

Era isso mesmo? Além de comer minha coxinha me chamou de desbundada?

— oh menino... — eu ainda buscava palavras—

um pior que eu. Nunca cheguei nessa parte.

— eu tô zoando contigo. Vou pegar mais — ele levantou e saiu rebolando aquela bundinha —

Oh deus uns com tão pouco.


Continua...

Me perdoem qualquer erro de ortografia. Não foi revisado

Inolvidável | 𝐑𝐢𝐜𝐡𝐚𝐫𝐝 𝐑𝐢os Onde histórias criam vida. Descubra agora