Richard Ríos.
— Essa loja é melhor — me puxou.
— A gente já montou quase todo o enxoval.
— Larga de ser mão de vaca, Richard. Tão rico e fica mendigando fralda que vai acabar em um mês — me deu um soco. — Você não quer levar um presente vagabundo pra criança, quer? — Neguei. — Então vem.
— Boa noite, papais. Procurando algum item específico? — Sorriu simpática.
— Na verdade, estamos procurando um presente para um chá de bebê. Uma roupinha seria legal, né, amor? — Ela disse naturalmente, e eu olhei estranhando aquele apelido, mas concordei.
— É o que mais temos. — A vendedora tomou a frente. — Menino?
— Menina — falou,seguindo a mulher.
Eu? Eu só sentei e fiquei vendo Ana Júlia quase mandar a mulher derrubar a loja. Enjoada pra caramba.
Nesse meio tempo, falei com quase todo o elenco do Palmeiras, minha família, e ela não se decidiu.
— Qual dos dois? — Mostrou dois vestidos.
— Você que sabe. Sou ruim pra isso.
— Aí, moça, coloca os dois.
— E o sapatinho?
— O branquinho mesmo — a mulher sorriu.
A comissão dela sorrindo e meu bolso chorando.
A mulher foi embrulhar, e eu só entreguei o cartão na mão da bonitona, que já tinha decorado até a senha, de tanto que passou.
Quando ela pagou, finalmente saímos da loja com ela me entregando mais duas sacolas.
— Obrigada, querida, foi um prazer. — Sorriu. — Papais. Cê acha? — Mudou o semblante para um cheio de indignação.
— Amor. Cê acha? — Imitei ela, que revirou os olhos.
— Já conversei sobre isso. Meus amantes eu trato assim mesmo.
— Amante? Sou quase seu noivo.
— Só você tá sabendo dessa informação.
— Por enquanto, só eu, você e meus sogros. — Ela soltou uma risada.
— Tá bom, vovó, hora de tomar seu remedinho.
— Vai querer comer aonde?
— Vamos fazer ou pedir algo quando chegar. Meu calcanhar tá pedindo socorro. — Resmungou.
Passamos no mercado pra comprar algumas coisas porque eu prometi cozinhar.
Depois de finalmente chegarmos em casa, comecei a tentar fazer alguma coisa enquanto ela conversava com a mãe por ligação na sala.
Tentei ao máximo não queimar nada, e acho que funcionou, ou ficou cru e eu ainda não descobri.
Montei o prato, e por fim as taças e o vinho.
Antes mesmo dela me abraçar, senti o perfume dela de longe. Logo, as mãos pequenas dela foram pousadas no meu abdômen, que estava à mostra, e, como sempre, ela arranhou.
— Você cozinha sem camisa? Tá querendo seduzir quem?
— As vizinhas da outra torre, amor. — Virei encarando ela.
— Aff, nem funciona — fez careta.
— Ah, não? — Neguei. — Elas não reclamam.
— Já vi melhores — provocou, mas dava pra ver o incômodo batendo.
— Mais tarde eu te mostro um negocinho, aí depois a gente conversa — ela deu um sorrisinho.
— Te odeio.
— Para, isso tudo é amor encubado. — Beijei ela, que não relutou. — Vamos comer, sua safada.
— A carne só cai em prato vegano mesmo.
— Continua, Ana Júlia. Continua. — Ela riu.
Fomos finalmente sentar pra comer, dessa vez só conversando sobre a Copa América que estava próxima.
Meu celular tocou, ligação de vídeo, Nicole. Eu olhei pro celular e pra ela, que repetiu o gesto e ficamos nos encarando.
Após uns segundos, dispensei a ligação e voltei a comer no silêncio. Então vieram as mensagens, e só aí ela se pronunciou.
— Não vai retornar? — Neguei.
— Uma terça-feira, onze da noite. O que pode ser?
— Richard, literalmente tudo. Ela tá grávida.
Ignorei totalmente porque conhecia Nicole e sabia que não era nada relevante. Só mais um surto por algum negócio que postei.
Desde então, o silêncio se instalou. Eu não puxei assunto e ela também não fez questão.
Aí se inicia o enigma.
Eu nunca sei quando ela tá nervosa. Porque ela não surta, não eleva o tom de voz e você não sabe que ela tá incomodada com algo porque ela sempre fica "calma" e continua agindo normal com você. Até ela ir embora e sumir por semanas.
Então não tinha muita opção, a não ser agir normalmente também.
— Vou tomar banho, tá?
— Isso foi um convite? — Ela prendeu a risada.
— A casa é sua, eu sou visita. Preciso de uma toalha, e por isso estou avisando.
— Então vamos em busca juntos porque nem eu sei onde tem.
[...]
Tinha tomado banho no quarto de Juan porque ela trancou o banheiro do meu quarto, já sabendo que eu ia entrar. Agora eu estava deitado, à espera dela, enquanto brigava com Nicole, que estava quase querendo que eu fosse para a Colômbia acompanhar ela nas consultas.
Quando Ana Júlia saiu larguei o celular na hora. A maldita colocou um short menor que ela e uma blusa que deixava os peitos dela quase a mostra. Desgraçada gostosa.
— você faz de propósito- ela se fez de sonsa- hoje você não dorme, já tô avisando.
— por que? - continuou se fazendo de louca-
— porque eu vou acabar com você hoje.A noite inteira. - ela sorriu se aproximando, apoiou as mãos na cama e me olhou com uma carinha de piranha-
Ela incorpora em segundos.
— é? - falou bem próxima, por segundos meus olhos desceram pro peito dela que marcavam na blusa-
— vadia - dei um tapa na cara dela que me olhou com um olhar que transbordava luxúria e em seguida eu a beijei-
Juan fique bem longe de casa, só hoje.
Continua...
Não me matem. Nem sumi tanto😥
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Inolvidável | 𝐑𝐢𝐜𝐡𝐚𝐫𝐝 𝐑𝐢os
Hayran Kurgu𝐢𝐧𝐨𝐥𝐯𝐢𝐝á𝐯𝐞𝐥 𝐚𝐝𝐣𝐞𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐝𝐞 𝐝𝐨𝐢𝐬 𝐠ê𝐧𝐞𝐫𝐨𝐬 𝐧ã𝐨 𝐨𝐥𝐯𝐢𝐝á𝐯𝐞𝐥; 𝐢𝐦𝐩𝐨𝐬𝐬í𝐯𝐞𝐥 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐪𝐮𝐞𝐜𝐞𝐫-𝐬𝐞.