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Como explicar que há dias atrás eu quase viro camiseta de saudade e agora estou prestes a viajar com um macho gostoso?

Sim. Ana Júlia outra vez na coitadolandia. Posso fazer o que? Não tenho culpa se sou zicada desde o dia que sai da xereca da minha mãe.

Resumindo tudo: achei que era um robô e fui vivendo de álcool,café,miojo e trabalho, muito trabalho, sem quase nada de sono.

O resultado não podia ser outro,né?

Mas como é comigo foi com um tiquinho mais de humilhação.

Virei a noite e fui trabalhar. Passei o dia todo no ct ignorando todos os sinais que recebi,e no fim do dia, como uma grande mulher adulta responsável que sou arrisquei voltar pra casa dirigindo.

Foi assim que em uma bela tarde eu desmaiei em um farol qualquer de São Paulo, e novamente bateram na traseira do meu carro.

E não foi qualquer pessoa, tá? Foi o Gabriel menino.

Gratidão universo, é nós pra caralho.

No fim ele foi prestativo,me ajudou horrores e cobrou depois.

Desde esse dia a minha vida é de um bebezinho recém nascido.

Victor e Livia ficaram responsáveis por todos os cuidados. Meus pais ligando 24 por 48, e os meninos preocupados com a minha volta que se aproxima pois segundo eles o ct tá "mó paz" sem mim.

No fundo eu sei que é amor.

Meus exames surpreendentemente não deram nada mas a humilhação que recebi do médico e de todos ao meu redor por não cuidar de alimentação e não respeitar meus limites foi do caralho.
-

Por volta das três recebi uma mensagem do colombiano gostoso perguntando se já estava pronta.

Pronta pra que? 🤨

Foi minha pergunta quando li a mensagem sentada no sofá toda largada.

E sabe o que ele me responde?

" vamo viajar, esqueceu?"

Sim, Amor. Eu esqueci de algo que eu nem sabia.

Mas nem reclamei. Não aguento mais ver essas paredes sem graças e ouvir essas buzinas chatas.

Primeira coisa que fiz foi sair do lixo que eu estava enfiada pra ir direto pro banho premium.

Me senti tão aliviada e cheirosa.

As minhas forças acabaram só no banho mas ainda sim fiz esforço pra começar a fazer as malas.

Separei tudo, fui em busca da mala e nessas quase ia  conhecer o divino,de novo.

A tontura, a vista escurecendo, eu sentindo meu corpo tombar pra trás,e de repente uns brações me rodeando.

—Nossa. No céu tem homens malhados? — ouvi a risada e fiz careta— tá mais pra inferno mesmo.

— me surpreenderia você no céu — belisquei ele — tá sem comer né?

— não— tentei sair mas ele me olhou e eu ri— eu só tomei remédio e dormi um pouco mais, mas já ia comer.

— então vai

— vou arrumar a mala, estamos atrasados.

— não estamos porque não temos horário. — eu bufei — trouxe poke que você tanto fala,passa fome.

Abri um sorriso igual criança.

— bem que o Richard junior me pediu,amor. Você leu nossos pensamentos — ele sorriu e puxou meu cabelo quando eu fui passar me fazendo cambalear—

Inolvidável | 𝐑𝐢𝐜𝐡𝐚𝐫𝐝 𝐑𝐢os Onde histórias criam vida. Descubra agora