Ana Júlia 🌞
Tínhamos acabado de chegar a outro barzinho após sermos expulsos do anterior. O motivo? Querido Richard brigou com um cara hétero top que era filho do dono do lugar.
No momento em que ele se afastou de mim, o garoto veio cheio de intimidade falando besteira. Me exaltei porque ele começou a encostar e Richard apareceu e colocou o moleque no seu lugar.
Quando parecia que a confusão ia começar, fomos convidados a nos retirar.
Saímos, mas Richard saiu de cabeça erguida, xingando tudo.
Juro, que tesão ele nervoso.
No final, encontramos um lugar muito melhor e estavam organizando música ao vivo.
Richard estava lá, segurando uma dose na mão e dançando reggae depois de um breve desentendimento entre nós.
Quem não nos conhece deve pensar que ele está na onda da verdinha.
Não é difícil encontrar por aqui.
Peguei apenas um drink com pouquíssimo álcool e fiquei sentada, observando as danças que me arrancavam boas risadas.
Isso continuou por um tempo e cada vez que olhava para o Richard, ele estava com um copo diferente em um grupo diferente, aprendendo uma dança diferente.
Quando começaram com o samba, entrei no meio da roda incorporando a Ana Júlia de 12 anos que não perdia uma roda de samba de domingo com a tia.
Aí eles arrastam mesmo. Ficam gritando e batendo palmas. Ou você entra na onda ou morre com vergonha.
Prefiro esquecer a segunda opção e seguir o que a tia Denise me ensinou.
Depois tocaram uma música ao vivo e eu voltei para o meu cantinho.
Aí senti alguém me agarrando por trás, já ia virar para dar um soco, mas ao sentir o perfume, reconheci e fiquei parada.
Ele pousou as duas mãos na minha barriga e abaixou a cabeça para alcançar meu ouvido, começando a cantar meio embolado.
A voz mudando de tom me arrancou um sorriso. Quando terminou, ele começou com suas gracinhas e eu me soltei rindo.
— Sabe que você é minha mulher, né? — ele disse e eu revirei os olhos — Vai revirar esses olhos mais tarde com meu pau em você
Que isso
— Me respeita — dei um tapa no ombro dele e ele umedeceu os lábios. — Eu sou mulher de família.
— Mas é uma putinha quando quer — apertou minha bunda e eu sorri.
— E você gosta — passei meus braços em volta do pescoço dele.
— Gosto — me beijou.
E de repente eu me peguei tendo uns pensamentos mais sujos do que um ser humano pode ter.
Melhor pararmos por aqui porque é ilegal em lugares públicos.
Ele se mexeu e eu ri alto quando olhei para baixo.
Aí a gente ficou no canto até a situação normalizar e depois voltamos para o meio do povo para dançar de novo.
E ali começou uma série de destruição.
Richard bebeu muito. Eu até então não tinha noção porque estava do outro lado com um grupo de tiazinhas dançando. Aí vi ele no palco improvisado e do nada ele desmoronou.
A estrutura ainda foi guerreira, quase que foi junto.
A queda foi feia e ele ficou lá, do jeito que caiu.
Pensei que ele estava morto ou desmaiado, né? Então eu fui lá tentar ajudar, quase sem forças por estar meio alcoolizada, e quando cheguei lá vi ele rindo muito e só aí eu comecei a rir junto.
Os meninos próximos me ajudaram com ele e eu peguei uma garrafa de água, saindo dali com o querido cambaleando horrores.
O jogo virou. A primeira vez ele cuidou de mim, agora eu cuidaria dele.
Que desafio, viu?
Dei água pra ele, que estava sentado na areia de olhos bem fechados, sorrindo pro vento.
Fiquei observando a cena tentando passar seriedade, pra ele não fazer graça, mas foi impossível.
— Tá melhor? — ele assentiu sorrindo. — Tá doendo algum lugar?
— Não, amor.
— Melhor irmos embora.
Ele soltou um sorriso e levantou com alguma força, que ele tirou bem do fundo, e começou a sorrir me olhando enquanto segurava o microfone imaginário na mão, esperando o momento certo pra cantar.
Richard estava prestes a cantar pra mim, bêbado. Vocês acham que eu iria perder?
Apontei a câmera do celular e esperei o show.
Demorei muito
Pra te encontrar
Agora eu quero só você
Teu jeito todo especial de ser
Eu fico louco com você
Te abraço e sinto
Coisas que eu não sei dizer
Só sinto com você
Meu pensamento voa
De encontro ao teu
Será que é sonho meu?- Ele sentou do meu lado e continuou, agora cantando pra câmera.
Tava cansado de me preocupar
Quantas vezes eu dancei
E tantas vezes que eu só fiquei
Chorei! Chorei!
Agora eu quero ir fundo
Lá na emoção
Mexer teu coração
Salta comigo alto
E todo mundo vê
Que eu quero só você
Eu quero!
Só você!- Apontou pra mim e me agarrou. - Tá gravando? Me grava.
— Tô gravando - apontei pra ele.
— A Ana Júlia é a mulher da minha vida — eu soltei uma risada. — A gente vai casar. Ter gêmeos e um cachorro — me olhou. — Eu te amo. — E veio me agarrar.
Caímos na areia e ele me encheu de beijos. Estava mole de tanto rir, que ódio.
E assim foi o começo de uma longa noite com o bêbado se declarando.
Continua...
Escrevi rapidinho aproveitando o atraso do jogo. Beijos e até amanhã.
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Inolvidável | 𝐑𝐢𝐜𝐡𝐚𝐫𝐝 𝐑𝐢os
Fanfiction𝐢𝐧𝐨𝐥𝐯𝐢𝐝á𝐯𝐞𝐥 𝐚𝐝𝐣𝐞𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐝𝐞 𝐝𝐨𝐢𝐬 𝐠ê𝐧𝐞𝐫𝐨𝐬 𝐧ã𝐨 𝐨𝐥𝐯𝐢𝐝á𝐯𝐞𝐥; 𝐢𝐦𝐩𝐨𝐬𝐬í𝐯𝐞𝐥 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐪𝐮𝐞𝐜𝐞𝐫-𝐬𝐞.