11 - Eu prometo

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Teresa e Thomas foram correndo para a enfermaria, onde Alby estava. Newt, Peterson e Jeff estavam lá e Thomas explicou o que estava pensando.

—Nós não sabemos o que é esta coisa, não sabemos quem enviou ou por quê ela estava com a Teresa quando subiu. Até onde sabemos, essa coisa pode matá-lo!

—Newt, ele já está morrendo! Olha para ele! Como isso pode piorar a situação? Anda, temos que tentar.

—Tudo bem. —Newt concordou depois de um tempo em silêncio. —Injeta.

Thomas pegou o aplicador e se aproximou de Alby que agonizava na cama. Quando Thomas se virou para ter certeza que todos estavam prontos, Alby abriu os olhos e agarrou a gola da camisa dele.

—VOCÊS NÃO DEVERIAM ESTAR AQUI! —Alby berrou. —É TUDO CULPA DE VOCÊS! POR QUE ESTÃO NOS AJUDANDO?

—SEGURE-O! —Newt gritou apavorado enquanto segurava um braço dele e Peterson o outro.

—PEGUEM O APLICADOR! —Thomas mandou. —ME SOLTA!

Teresa pegou o aplicador e pressionou com força no peito de Alby que parou de se debater em um instante. Todos ainda estavam em choque com o que havia acontecido. Alby disse coisas que não tinham sentido algum. Ou tinham?

—Acho que funcionou. —Jeff falou recuperando o fôlego.

—Ok, mas a partir de agora, alguém tem que vigiá-lo o tempo todo! —Newt exclamou e Peterson apertou o ombro de Thomas como se quisesse se certificar que ele estava inteiro.

—Ei. —Gally disse surgindo do nada. —O sol se pôs, Fedelhos. Hora de ir.

Thomas e Peterson passaram por tanta coisa em um dia só que haviam se esquecido totalmente do castigo por terem entrado no Labirinto: uma noite no Amansador sem comida. Eles seguiram Gally sem questionar, mas no meio do caminho, Thomas resolveu tirar algumas satisfações.

—Aí, qual o seu problema com a gente?

—As coisas começaram a ficar um pouco esquisitas quando o Peterson chegou na Caixa, mas tudo começou a dar errado no minuto que você apareceu. Primeiro o Ben, depois o Alby. —Gally contou olhando para Thomas. —E agora essa garota nova. Todo mundo viu que ela te reconheceu, eu aposto que você sabe quem ela é.

Gally abriu o Amansador e os dois pularam lá dentro bufando por tudo aquilo que tinham ouvido.

—Gally. —Peterson chamou se aproximando do portão que Gally amarrava. —Você sabe que não podemos ficar aqui para sempre, não é?

Gally apenas o ignorou e foi embora. Era óbvio que ele sabia, só não queria dar o braço à torcer. Thomas se sentou no canto do Amansador e Peterson um pouco próximo dele. Os dois suspiraram simultaneamente. Uma pequena luz foi se aproximando e iluminando aquele buraco escuro.

—Quem está aí? —Thomas perguntou assustado.

—Sou eu. —Chuck respondeu meio desanimado mostrando seu rosto rechonchudo e vermelho no portãozinho de madeira mal feito.

—Oi, Chuck. —Peterson o cumprimentou sorrindo largamente. —O que faz aqui? Deveria estar dormindo.

—Trouxe comida. A gente dorme melhor de barriga cheia.

Os dois pegaram a comida que Chuck oferecia e agradeceram.

—O que é isto? —Thomas questionou de boca cheia apontando para um objeto pequeno na mão de Chuck.

Chuck mostrou um pequeno objeto de madeira com uma forma humana como uma pequena boneca. Peterson lembrou que Chuck tinha andado para todo lado com aquele pedacinho de madeira e uma pequena faca para talhar. Chuck era realmente talentoso para arte.

—Caramba, ficou muito bonito! —Thomas exclamou segurando o portão. —É para quê?

—Para os meus pais. —Chuck respondeu observando o objeto e fazendo o coração de Peterson trincar ao ouvir aquilo.

—Lembra dos seus pais? —Peterson perguntou quase sem reação sentado no chão de terra enquanto comia.

—Não. Mas sei que eu tenho pais. E onde quer que eles estejam, devem sentir a minha falta. Mas eu não sinto muita porquê não lembro deles. —Chuck olhou para o Labirinto. —O que vão descobrir lá amanhã?

—Não sabemos. —Thomas respondeu comovido. —Mas se tiver uma forma de sair, eu, Peterson e o Minho vamos descobrir.

Peterson encarava Chuck ainda comovido. Chuck olhou para o outro lado e subitamente estendeu o objeto que havia talhado.

—Toma. —o garotinho falou estendendo o objeto para o mesmo no Amansador.

—Chuck, por que está dando isso para mim?

—Não me lembro deles direito, mas talvez, se você conseguir sair, pode dar à eles por mim. —Peterson o encarou com uma certa indignação e ao mesmo tempo com muita pena. —Vou deixar vocês dormirem.

Chuck saiu sem dizer mais nada. Peterson parou e pensou até que tomou uma atitude.

—Aí, Chuck! Vem cá e me dá a sua mão. —Chuck obedeceu e Peterson colocou o objeto na mão dele, apertando-a fortemente. —Eu quero que você entregue à eles. Nós vamos sair daqui. Todos nós, tudo bem? Eu prometo.

As falas de Peterson saíram entrecortadas, com dificuldade e um pouco embaralhadas, mas deu para entender perfeitamente. Fazendo Thomas e Chuck ficarem surpresos.

Chuck tentou segurar as lágrimas, mas não conseguiu. Ele se sentou novamente na frente do Amansador e continuou.

—Vai ser difícil dormir hoje sem você para ficar fazendo piadas junto com o Newt.

Peterson deu uma risada e Thomas secou as lágrimas com a manga da blusa suja. Ele se posicionou ao lado de Peterson na frente do portão enquanto os dois o encaravam.

—Vai ter outras noites para eu e o Newt ficamos á noite inteira contando piadas para não deixar ninguém dormir, e eu faria isso o dia inteiro só para te ver sorrir. —Peterson disse enquanto apertava o nariz de Chuck gentilmente, fazendo o garotinho soltar uma gargalhada.

Thomas sorriu com aquela cena, Chuck e Peterson pareciam bem próximos, assim como Minho e Newt também eram bem próximos do garoto de olhos azuis cristalinos. E isso fez Thomas se sentir mal por não ser próximo à Peterson.

—Agora vou deixar vocês dormirem mesmo. Boa noite, gente. —Chuck falou se levantando e acenando para eles.

—Boa noite. —os dois disseram em uníssono enquanto o garotinho se afastava.

Agora Peterson e Thomas estavam sentados lado à lado encostando no ombro um do outro, mas ficaram um tempo em silêncio até Thomas quebrar o gelo.

—Você não era mudo?

—E eu sou, mas estou começando a aprender à falar. —Peterson explicou e Thomas murmurou um "ahhh".

—Aliás, a sua voz é muito linda, Peter. —Thomas elogiou e o garoto o olhou sorrindo.

Thomas retribuiu o sorriso e se acomodou num canto do Amansador assim como Peterson tinha feito. Thomas ficou pensando, tinha gostado de ficar preso com Peterson, ele era um garoto incrível.

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