17 - Brenda, onde estamos indo?

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Enquanto Brenda guiava os Clareanos pelo complexo, Jorge armava-se com uma pistola completamente carregada e colocava um disco para tocar. Walkin' After Midnight de Patsy Cline começou a tocar por todos os alto-falantes do lugar, deixando os guardas de Janson confusos. Peterson praticamente gostou da música, mas não entendeu porquê ela havia começado a tocar. Jorge encontrou os outros Clareanos e carregava uma enorme bolsa, provavelmente com todos os suprimentos necessários.

—Brenda, rápido! Não temos muito tempo! —Jorge alertou quando ela e os Clareanos subiram o último lance de escadas e viraram a esquerda. —Andem logo! Por aqui.

Jorge empurrou duas janelas, mostrando uma tirolesa longa que levava à outra construção destruída.

—Tá de brincadeira comigo. —Caçarola murmurou, vendo a enorme fenda de entulhos que havia abaixo da tirolesa.

—Este é o plano B, hermano. —Jorge respondeu enquanto verificava as cordas. —Quer chegar ao Braço Direito? Levo vocês até eles, mas ficam me devendo. —Os Clareanos ficaram em silêncio por um tempo, até que o homem puxasse uma das cordas e enrolava nos punhos. —Venham comigo!

Ele gritou enquanto corria na direção da janela e saltava. Peterson ficou atordoado com a virada dos acontecimentos. Segundos atrás, aquele homem havia amarrado Peterson e todos os seus amigos de cabeça para baixo, agora estava ajudando-os a fugir.

—Vamos! Vamos! —Thomas gritou, despertando Peterson dos pensamentos e trazendo-o de volta à realidade.

Minho foi o primeiro, depois Newt, Aris, Caçarola e Teresa. Peterson viu um dos holofotes seguir Newt e Minho e se preocupou, mas um grunhido de Brenda chamou a sua atenção e viu que ela voltou.

—Brenda, onde você vai? —Peterson gritou enquanto começava a segui-la, mas alguém puxou a sua mão e ele esbarrou em Thomas.

Os dois sentiram a respiração ofegante contra o rosto um do outro e também sentiram seus corações acelerarem com toda a adrenalina.

—Aonde você vai? —Thomas quase sussurrou, fazendo Peterson sentir o ar que ele deixava sair na ponta do seu nariz.

—A Brenda fugiu. Eu vou atrás dela. —Peterson falou baixo, tentando voltar a segui-la, mas Thomas agarrou o seu braço antes que ele pudesse se virar.

—Não, o Newt vai me matar se você não descer agora. E eu também não me perdoaria se alguma coisa acontecesse com você aqui. —Thomas respondeu, balançando a cabeça. —Deixa que eu vou atrás dela.

—E eu não me perdoaria se eu te deixasse aqui e acontecesse alguma coisa com você também. —Peterson gaguejou, aquela ideia lhe apavorava e fazia com que ele estremecesse dos pés à cabeça. —Eu não vou.

Thomas ameaçou dar um sorriso, mas as circunstâncias não favoreciam a atitude.

—Então vamos juntos. E fica atrás de mim! —Thomas alertou, apontando para o rosto de Peterson enquanto o mesmo acenava com a cabeça.

Thomas foi na frente. Apesar de Peterson querer ultrapassá-lo, lembrava-se sempre do alerta de Thomas e continuava a segui-lo. A música continuava a tocar, mas os dois ouviram alguém remexendo alguma coisa. Entraram em uma sala e viram Brenda revirar algumas gavetas de metal com pressa.

—Brenda, rápido! O que você tá fazendo? —Peterson indagou, aproximando-se dela.

—Achei! Achei! —Ela exclamou, pegando alguma coisa e fechando a gaveta enquanto Peterson a agarrava pelo braço.

Os três estacaram na porta, pois os guardas começavam a se aproximar do outro lado do mezanino. Brenda sacou a pistola e começou a atirar, mas não acertou ninguém. Os guardas se esconderam atrás da coluna de ferro e gritavam para que os outros se protegessem.

The Hope - The Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora