23 - Não, mas ele pode.

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—Agora! —A garota gritou, fazendo Peterson largar a bomba no chão apenas abrindo os dedos enquanto mantinha as mãos erguidas, mas Jorge ainda não havia soltado o objeto que ativava a bomba. —MANDEI LARGAR!

Jorge desativou o objeto e colocou no chão lentamente.

—Levantem. Depressa. —A garota ordenou e Peterson finalmente pôde ver seu rosto.

Ela era morena e vestia roupas grossas que pareciam bem confortáveis. Seu cabelo era negro, longo e cheio de tranças. Ao seu lado, tinha outra garota. Ela era loira e também segurava um rifle, mas o seu cabelo estava amarrado em uma única trança bem cuidada. As duas usavam panos que cobriam o rosto.

Depressa! —A morena berrou novamente e Peterson percebeu que havia sido ela quem o forçou a largar a bomba. —Vão rápido! Andem!

—Tudo bem, fica calma! —Jorge replicou, andando de costas e com as mãos no alto junto com Thomas e Peterson.

—Vocês dois aí, levantem agora! —Gritou a morena, apontando para Newt e Minho a direção que deveriam seguir. Minho hesitou. —Não seja burro, anda!

Peterson tinha que concordar. Se Minho hesitasse em qualquer ordem daquelas garotas, seria uma burrice gigante.

—Devagar, vocês três! —A loira exclamou, apontando o rifle para Teresa, Aris e Brenda.

A expressão da garota morena mudou de repente enquanto olhava para Aris.

—Aris? —Ela chamou, abaixando um pouco o rifle.

Todos olharam para ele. Aris pareceu confuso, até que ela abaixasse o pano no rosto.

—Harriet, é você? —Ele perguntou, passando por Teresa e Brenda.

—Caramba, o que você tá fazendo aqui? —Ela questionou enquanto se abraçavam forte.

—Sonya! —Ele falou enquanto abraçava a outra garota.

—Aris, que sorte a gente não ter atirado em você! —Ela se afastou e o olhou nos olhos. —Você tá legal, cara?

—O que tá rolando aqui? —Minho indagou, desconfiado.

—Ficamos juntos no Labirinto. —Aris respondeu com um sorriso enorme estampado no rosto.

Harriet se afastou e levou os dedos até a boca, assobiando alto para o desfiladeiro.

—A barra tá limpa, gente! Podem sair! —Ela gritou.

Algumas pessoas apareceram no topo dos penhascos ao redor deles, todas elas segurando rifles. Depois de mais alguns abraços, Harriet e Sonya guiaram o grupo para fora do desfiladeiro. Quando atravessaram um túnel, depararam-se com pessoas em carros e caminhonetes do outro lado, muitas delas armadas.

—Dá ré, Joe! —Sonya gritou erguendo a mão enquanto um enorme caminhão realizava o seu pedido.

—Vamos levar vocês para a base. —Harriet anunciou.

—Como vocês chegaram aqui? —Perguntou Aris.

—O Braço Direito tirou a gente.

Peterson levou um susto ao ouvir aquilo. Haviam realmente chegado lá?

—Espera! Braço Direito? —Ele questionou, aumentando o passo para alcançar Harriet. —Sabe onde eles estão?

Harriet o encarou de cima a baixo com um sorriso, mostrando que havia simpatizado com o garoto enquanto abria a porta de um jipe, acenando com a cabeça.

—Entra aí.

Peterson exibiu um sorriso mostrando que também havia simpatizado com a garota, e entrou no jipe seguido dos seus amigos. O trajeto foi mais longo do que Peterson havia imaginado, mas quando menos esperava, já via um acampamento. Quando desceram dos veículos, viram a simplicidade do local. Apesar de tudo, aquilo era muito melhor do que qualquer outro lugar que eles já tinham visto. Era quase surreal saber que aquelas pessoas não eram médicos cruéis ou pessoas enlouquecidas.

The Hope - The Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora