—Gente, vão comer alguma coisa antes de partimos? —Thomas perguntou, se aproximando deles.
Peterson e Teresa lançaram-lhe um olhar atravessado sem querer e pareceu ter atingido o rapaz, já que ele havia dado um passo para trás.
—E-Eu posso voltar outra hora...
—Não, Thomas. —Teresa falou depressa, percebendo como ele se sentiu desconfortável. —Tudo bem. Eu já ia beber um pouco de água.
Teresa lançou um olhar triste para Peterson antes de sair, que olhou triste também para o chão. Thomas se posicionou ao lado do irmão.
—Tá tudo bem entre vocês? —Thomas questionou, tentando ser delicado e não invasivo.
—Tá tudo bem, estávamos apenas compartilhando nossas memórias. —Peterson respondeu, coçando a nuca novamente.
Thomas percebeu e resolveu perguntar.
—O que houve com o seu pescoço?
—Eu não sei, mas Teresa vem sentindo o mesmo. —Peterson tirou a mão das costas e deixou que Thomas examinasse.
Quando Thomas fez isso, Peterson sentiu um arrepio e um calafrio sem sentido, mas logo ele balançou a cabeça para afastar aquilo. Na nuca de Peterson, havia a mesma tatuagem que havia na de Teresa.
—Deve ter algo a ver com as memórias que estão voltando.
—Mas o que você sente? É dor? —Thomas questionou, afastando-se e preocupado com Peterson.
—Não, é só uma coceira mesmo. —Peterson respondeu enquanto sorria.
—Ah, menos mal. —Thomas murmurou, sorrindo também. —E do que você se lembra? Se me permite perguntar.
Peterson sorriu mais uma vez ao ver como Thomas conseguia ser mais delicado do que qualquer outro garoto que Peterson conheceu na vida.
—Eu me lembro da primeira vez que encontrei o Newt.
—Ah, é? Como foi?
—Foi em uma espécie de escola. —Peterson estava um pouco tímido, mas resolveu continuar. —Eu ainda não conseguia me comunicar com as pessoas, então eu ficava quieto no meu canto. Você fez amizade rápido, mas eu não. Newt não queria que eu ficasse sozinho e me chamou pra montar um quebra-cabeça. E eu fiquei muito feliz, mas ainda fiquei muito tímido.
—Não me surpreendo por ele ter escolhido você. —Thomas comentou. —Você sempre foi muito bonitinho quando mais novo, ainda mais com esses olhos azuis.
Thomas pensou por um segundo como ele pôde dizer aquilo em voz alta, mas a reação de Peterson não poderia ser melhor.
—Ah, para! —Peterson riu, empurrando o ombro de Thomas de leve e cobrindo o rosto depois, fazendo Thomas rir enquanto o encarava. —Você não tem olhos azuis, mas ainda tem as mesmas pintinhas. E continua bonitinho.
—Não mais que você. —Thomas disse sem rodeios, encarando Peterson nos olhos. Ele sorriu largamente, mas logo levou o olhar para o chão e parou de sorrir. —O que foi? Por que ficou triste?
—Olha só, Tom. Eu nunca te contei isso, mas quando estávamos no C. R. U. E. L., eu fui torturado de várias formas e modificado várias vezes. —Peterson contou, lançando um olhar rápido para Thomas.
—Mas para que isso? Por que eles fizeram isso com você?
—Eu não sei. —Peterson respondeu dando de ombros. —Eu perguntei lá na base militar, mas uma doutora explicou que eu faço parte de um experimento chamado "A Cura Mortal".
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The Hope - The Maze Runner
FanficNuma manhã normal na Clareira, a Caixa subiu trazendo contigo um novo garoto. Mas e se esse garoto fosse mudo? Como os outros Clareanos iriam se comunicar com ele?