14 - Um raio atingiu você, seu trolho feio.

63 15 0
                                    

Depois de um tempo, Newt e Peterson retornaram ao grupo. Newt convenceu Peterson à contar piadas junto com ele, e isso acabou animando Peterson ainda mais. E o sorriso radiante no rosto dele fez Thomas sorrir também, e ele agradecia Newt por ter animado Peterson. Logo todos adormeceram, mas com certeza, Newt e Peterson sentiram falta do bate-papo que sempre tinham antes de dormir, mas o cansaço era muito maior.

Na manhã seguinte, eles acordaram e seguiram com o seu caminho. Apesar de terem tido uma noite um pouco divertida, o calor acabou aborrecendo todos eles e ninguém disse uma palavra desde que começaram a andar. A caminhada durou mais um dia e eles pararam para dormir no chão mesmo, sem cobertura nenhuma. Ninguém mais tinha ânimo e nem energia para pronunciar uma única palavra.

Thomas se mexeu e gemeu, pois dormir no chão seco do deserto era mais desconfortável do que ele podia imaginar. Acabou abrindo os olhos e se preparava para voltar a dormir, quando viu luzes próximas da base das montanhas. Ele levantou a cabeça e estapeou a perna de Newt.

—Newt, levanta! —Ele acordou um pouco assustado enquanto Thomas acordava os outros. —Gente, levanta! Eu tô vendo uma coisa. São luzes.

Um raio rompeu a tranquilidade do lugar logo atrás deles, fazendo todos se assustarem. Mais outro caiu, um pouco mais próximo dessa vez.

—Temos que ir. Rápido. —Peterson falou enquanto pegava a mochila com rapidez.

Os outros fizeram a mesma coisa enquanto os raios se aproximavam. Todos começaram a correr e os raios pareciam se intensificar a cada passo que davam.

—Anda, Peterson! —Thomas gritou, diminuindo a velocidade para puxá-lo pela mão.

Depois que um raio caiu ao lado deles, Thomas apertou a mão de Peterson com mais força, mas depois soltou porque achou que o machucou fazendo isso e voltou a correr com os outros. Os Clareanos começaram a se aproximar da construção e perceberam que havia carros abandonados e enferrujados pelo espaço, e um deles foi atingido por um raio. Newt, Aris e Caçarola estavam na frente enquanto Thomas e Teresa estavam logo atrás. Minho e Peterson estavam lado a lado e atrás do grupo.

Peterson corria e gritava para que continuassem correndo, mas Minho, à sua esquerda, olhava os raios um tanto admirado. De repente, Peterson viu um clarão branco e rápido junto com um estrondo e foi jogado longe. Ele colocou a mão no ouvido enquanto se apoiava nos braços. Seu ouvido zumbia muito alto, deixando Peterson atordoado e surdo por alguns segundos - que pareceram mais uma eternidade. Peterson olhou para trás e viu Minho no chão, esfumaçando pelo corpo todo e desacordado.

—Minho! —Peterson chamou, mas mal conseguiu ouvir a própria voz.

Peterson tentou se levantar várias vezes e foi tropeçando até o amigo. Sua audição voltava aos poucos e conseguiu se ouvir gemendo por causa da dor no corpo depois daquela pancada. Peterson agarrou na jaqueta de Minho e tentou levantá-lo, mas apenas o sacudiu porque caiu logo depois.

Newt e Thomas apareceram e afastaram Peterson de Minho para poder agarrá-lo. Peterson os encarou um pouco atordoado, mas agradecido por terem aparecido. Newt e Thomas ergueram Minho e começaram a arrastá-lo na direção da porta enquanto Peterson tentava andar atrás do trio.

Peterson voltou a ouvir os raios se chocarem contra o chão aos poucos, mas não sabia se queria voltar a ouvir tudo aquilo e os gritos desesperados dos seus amigos. Aris e Teresa haviam entrado, Caçarola segurava a porta para os amigos que ainda estavam vindo enquanto gritava para que fossem mais rápidos. Os raios ficavam cada vez mais altos, mas quando entraram no que parecia ser um enorme galpão, o barulho foi abafado.

—A lanterna! Acende a lanterna! —Peterson disse um pouco alto, pois sua audição ainda não voltara cem por cento.

Um feixe de luz surgiu e foi apontado diretamente para o rosto de Minho, que ainda estava desacordado. Peterson agarrou na gola dele como se fosse socá-lo e gritou:

—Minho! Acorda, Minho!

—Qual é, cara! Acorda! —Thomas exclamou, ligando outra lanterna.

Todos começaram a implorar que ele acordasse. Depois se fez uma pausa, mas ninguém havia perdido a esperança ainda e voltaram a tentar acordá-lo. Mais um silêncio se fez presente, mas não durou muito.

—Aaarrrggghhh. —Minho resmungou, deitando a cabeça para o lado e fazendo os outros suspirem de alívio.

Os Clareanos riram de alegria por ele estar vivo - e pela reação dele também. Minho levantou um pouco a cabeça e olhou para o rosto de cada um, ao mesmo tempo que olhava as mãos esfoladas.

—O que rolou?

—Um raio atingiu você, seu trolho feio. —Peterson riu, fazendo Newt e Thomas rirem também.

Minho olhou para cima, parecendo pensar sobre a nova informação recebida.

—Oh. —Foi tudo o que ele falou.

Os três riram novamente. Thomas e Newt o ajudaram a levantar enquanto falavam para ir devagar. Teresa olhou ao redor e percebeu que havia algo estranho naquele lugar. Se Thomas havia visto luzes, por que aquele galpão estava tão escuro? Sem falar no cheiro, parecia que alguma coisa estava se decompondo naquela escuridão infinita.

—Nossa, que cheiro é esse! —Teresa murmurou, tentando enxergar algo na escuridão.

Ela ouviu um passo e viu a silhueta de uma pessoa se aproximar, ligou a lanterna rapidamente e viu um Crank esticar um braço na direção dela. O homem soltou um rosnado horripilante e Teresa gritou, dando vários passos para trás e esbarrando em Peterson, assustando os outros Clareanos.

Por sorte, ele estava acorrentado. Outro Crank surgiu à direita deles e quase agarrou a gola de Thomas, mas também estava acorrentado. Mais outro surgiu na esquerda acorrentado pelo pulso. Todo lugar em que eles direcionavam a luz da lanterna, um Crank novo aparecia, mas todos eles estavam acorrentados. Obviamente, eles não haviam feito aquilo sozinhos, então quem havia feito?

—Já se apresentaram para os cães de guarda. —Uma voz feminina surgiu do outro lado do galpão, sobrepondo-se ao ruídos aterrorizantes do Cranks.

Uma luz se acendeu, mostrando a silhueta de uma pessoa com cabelo curto.

—Quem é ela? —Caçarola perguntou, tentando controlar a respiração.

A garota começou a andar. Ela passava entre os Cranks com a maior tranquilidade, mas não se movia muito. Os "cães de guarda" tentavam agarrá-la, mas ela praticamente debochava deles. Um dos Cranks batia os dentes na tentativa de mordê-la - e passava bem perto disso -, mas sem sucesso. A garota se aproximou do grupo, parando frente a frente com eles. Ela era morena e tinha cabelos negros. Seus olhos eram castanho escuro e ela sorria, mesmo diante daquele lugar horrível.

—Vocês estão detonados. Venham comigo. —A garota disse, dando as costas e voltando para onde veio logo depois de fitar cada um deles. Ela parou e virou-se novamente para o grupo. —A não ser que prefiram ficar com eles.

Peterson desconfiou dela a princípio, mas não tinha outra escolha.

•Não esqueçam de deixar uma estrelinha ou um comentário, que isso me motiva muito

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

•Não esqueçam de deixar uma estrelinha ou um comentário, que isso me motiva muito.

The Hope - The Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora