—É verdade, sim. —Thomas respondeu.
—Por que eles nos mandariam para cá, se estávamos com eles? —Teresa perguntou, com a voz ainda meio travada.
—Isso não importa.
—Tommy tem razão. —Peterson falou. —Isso não importa. Nada disso, porque as pessoas que éramos antes do Labirinto sequer existem mais. Esses Criadores deram um jeito nisso, mas o que importa é o que somos agora e o que fazemos agora. Nós entramos no Labirinto e achamos uma saída.
—Mas se não tivéssemos ido, Alby ainda estaria vivo.
—Talvez. —Newt respondeu, um pouco melancólico por relembrar a última vez que tinha o visto. —Mas eu sei que se ele estivesse aqui, ele diria exatamente a mesma coisa à você. Levanta e vai terminar o que você começou. Porque se não fizemos nada, então o Alby morreu por nada e isso eu não posso aceitar.
—Tudo bem. —Thomas concordou, um pouco comovido pelo discurso dos amigos. —Mas temos que passar pelo Gally primeiro.
Gally estava riscando o nome de todos os Clareanos que infelizmente se foram na noite anterior. Um garoto trazia Peterson com os braços imobilizados, assim como Teresa era levada por outro garoto, e outros dois levavam Thomas nos ombros, pois ele fingia ainda estar desacordado. Thomas foi jogado no chão na frente do Labirinto enquanto Peterson e Teresa eram posicionados ao lado dele, ainda imobilizados.
—É um desperdício. —Gally resmungou em meio à um suspiro.
—Gally. —Winston chamou enquanto o mesmo se virava para lançar um olhar impaciente. —Não parece certo.
—E se eles estiverem certos? —Jeff questionou. —Talvez eles possam nos levar para casa.
—Já estamos em casa. —Gally respondeu, aproximando-se dos dois garotos. —Tudo bem? Eu não quero ter que riscar mais nenhum nome naquele muro.
—Acha mesmo que nos banir vai resolver alguma coisa? —Peterson retrucou, irritado.
—Não, mas isso não é um banimento. É uma oferenda.
—O quê?
—Espera aí, Gally! O que você tá fazendo? —Teresa perguntou enquanto o garoto que a segurava a amarrava no tronco de árvore na frente do Labirinto com os punhos para cima, junto com Peterson.
—Você acha mesmo que eu ia deixar vocês voltarem para o Labirinto depois do que Thomas e Peterson fizeram? —Gally indagou com raiva. —Olhem em volta! Olhem a nossa Clareira! Esse é o único jeito. E quando os Verdugos tiverem o que vieram pegar, tudo vai voltar a ser como era.
—Estão ouvindo isso? —Teresa ironizou. —Por que estão todos parados aí? Ele é louco!
—Cala a boca!
—Se ficarem aqui, os Verdugos vão voltar. —Peterson continuou. —Eles vão voltar e vão continuar voltando até que estejam todos mortos!
—Cala a boca! Eu sabia que tinha algo de errado com você, durante esse tempo todo esteve fingindo de mudo para se tratado como podre coitado! Amarrem-no também! —Gally ordenou, apontando para Thomas. —Vocês me ouviram? Eu disse para amarrarem ele!
Os dois garotos que trouxeram Thomas pareciam meio relutantes ao receberem essa ordem, mas resolveram executá-la assim que Gally berrou com eles à segunda vez. Eles agarraram seus dois braços para erguê-lo, mas Thomas deu uma cotovelada no estômago de um deles, roubou a lança do mesmo e a usou contra o outro garoto. Enquanto isso, Teresa chutava a virilha do garoto que havia a amarrado, Newt nocauteava o outro garoto que segurava Thomas com o cabo de seu facão e Caçarola cortava as cordas que seguravam o punho de Teresa e Peterson.
—Ei! —Gally exclamou, tentando impedir, mas Minho encostou o facão nas suas costas mostrando que não faria isso.
Todos se posicionaram ao lado de Thomas que segurava o bastão, apontando na direção de Gally. Chuck veio correndo cheio de suprimentos e Minho, apontando o facão para Gally, foi se distanciando e posicionando-se próximo dos amigos.
—Você é cheio de surpresas, né? —Gally questionou com sarcasmo para Thomas.
—Não precisa ir com a gente, mas nós estamos indo. —Thomas disse, sem abaixar o bastão. —Se alguém quiser vir, é a última chance!
—Não o escutem. Ele tá tentando assustar vocês. —Gally alertou, virando-se para os outros Clareanos que pareciam indecisos.
—Não tô tentando assustar vocês, já estão assustados. Eu tô assustado, mas eu prefiro arriscar minha vida lá fora do que passar o resto dela aqui. Não somos daqui. Esse lugar? Não é nossa casa. Colocaram a gente aqui. Nos prenderam aqui. Pelo menos lá temos escolha. Vamos sair daqui. Isso eu sei.
Winston se juntou aos dos fugitivos devagar. Logo depois, Jeff fez o mesmo.
—Me perdoa. —Jeff falou, olhando para Gally.
Aos poucos, mais alguns Clareanos foram trocando de lado até sobrarem apenas algumas dezenas que ainda concordavam com Gally.
—Gally, acabou. —Peterson disse, dando um passo para frente e posicionando-se ao lado de Thomas. —Por que não vem com a gente?
Gally pareceu bem pensativo, mas logo respondeu:
—Boa sorte com os Verdugos.
Thomas encostou no braço de Peterson e todos começaram a correr para dentro do Labirinto com Thomas, Peterson e Minho liderando o grupo. Eles passaram pelo pátio que ficava depois dos corredores e entraram na área três. Depois de terem passado pelas Lâminas, todos encostaram na parede e Thomas, meio escondido, viu que havia um Verdugo no final do corredor.
—É um Verdugo? —Chuck perguntou.
—É. —o rapaz afirmou.
Os garotos murmuravam, assustados, mas não surpresos.
—Fica com isso, Chuck. —Peterson falou, passando a chave para o garotinho enquanto Thomas acariciava seu ombro para acalmá-lo. —E fica atrás da gente.
—Tudo bem, fica perto de mim. —Teresa disse, amarrando o cabelo.
—Assim que passarmos, Teresa e Chuck vão usar a chave e a porta vai abrir. —Thomas começou a explicar o plano. —Se ficarmos próximo dela e ficarmos juntos, vamos passar por isso. Vamos sair agora ou morrer tentando. Prontos?
Cada jovem puxou a sua arma e se preparou da sua maneira, dando uma resposta positiva para a pergunta que Thomas havia feito.
—Vamos!
Quando Thomas gritou, todos saíram correndo e gritando com suas armas apontadas para frente. O Verdugo fez aquele barulho estridente habitual e partiu para cima deles. O medo dominava as emoções de cada um dos Clareanos que alí se encontrava, mas a esperança de poder sair daquele lugar era muito maior.
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The Hope - The Maze Runner
FanficNuma manhã normal na Clareira, a Caixa subiu trazendo contigo um novo garoto. Mas e se esse garoto fosse mudo? Como os outros Clareanos iriam se comunicar com ele?