Pornstar - Jenlisa

Capítulo 37 - Leave Behind

- Não precisa ficar nervosa, anjo -Lalisa disse, segurando minha mão. - Você está fazendo a coisa certa.

Olhei pela janela do carro, vendo a mansão Kim. Um filme se passou por minha cabeça, desde a época em que meus pais eram vivos e moravam ali, até o dia de hoje. Nunca pensei que olhar para aquela casa me traria tanta decepção.

- Eles são meus tios, Lalisa... Talvez fosse melhor deixar tudo como está e...

- Nada disso, Jennie. Eles deixaram de ser seus tios a partir do momento em que falaram todas aquelas coisas para você.

- Sua noiva tem razão, Jennie. Seus tios não merecem desfrutar de tudo o que é seu, principalmente depois do que fizeram. - Baekhyun, advogado e amigo do meu falecido pai, disse, me dando um olhar de apoio.

- Ok, está certo. Vamos fazer isso logo.

Depois de me identificar com os seguranças, vi os portões de ferro se abrir lentamente.

Exatamente tudo estava em seu devido lugar no extenso caminho até a entrada principal, mas eu percebi que aquela casa havia perdido o seu significado desde quando meus pais faleceram. Meus tios conseguiram até mesmo mudar a aura daquele lugar, que sempre foi um refúgio para mim.

Saímos do carro e Meg, a nova empregada, abriu a porta para que pudéssemos entrar. Passamos pelo hall e quando chegamos à sala, minha tia e meu tio estavam sentados e quando viram Lalisa ao meu lado, se levantaram surpresos. Sem me abalar, apertei a mão de Lalisa, vendo titia colocar seus cabelos curtos atrás da orelha.

- O que mulher está fazendo na minha casa? - perguntou, raivosa. - Quando me falaram que você estava aqui, pensei que estivesse sozinha, foi apenas por isso que deixei entrar, Jennie!

- Primeiramente, essa casa não é sua e sim minha. - falei, esquecendo-me rapidamente da pena que estava sentindo deles. - Segundo, papai me deixou não só essa casa, mas como todo o seu dinheiro para mim, eu apenas fiz um favor de deixa-los morar aqui.

- Como? - titio perguntou, arregrando os olhos. - Um favor? Ora, Jennie, não nos estresse. Essa casa é nossa, é o mínimo que deveria nos dar depois de termos criado você.

- Eu poderia deixar essa casa para vocês, tio, mas a partir do momento em que vocês disseram que não são mais meus tios, acho que não tenho um motivo plausível para deixar algo par a vocês. - sorri, me sentindo, finalmente, uma mulher adulta perto dos dois. - Vim apenas para comunicar que vocês dois têm exatamente uma semana para deixar essa casa.

- O que? Está ficando louca, Jennie?

- Não, tia, não estou. E também quero avisar que vocês dois não têm mais acesso a nenhuma das contas que era de meu pai. Chegou a hora de viverem por conta própria, ao contrário do que sempre acharam, não eram vocês que me carregavam nas costas e sim eu que os carregava.

- Mas... Jennie, você não pode fazer isso, querida. - meu tio disse, em uma voz afável. - Foi você, não é? Eu sabia que você ia colocar nossa sobrinha contra a gente. Jennie, essa mulher não presta! Não vê o que ela está fazendo?

- Eu não fiz nada, foram vocês que fizeram. Nunca gostaram da Jennie de verdade, sempre a viram como um alvo para usarem o dinheiro que sempre foi dela. Não me culpem por simplesmente abrir os olhos da mulher que eu amo. - Lalisa disse, passando a mão pelos meus ombros.

Titia balançou a cabeça, nos olhando com nojo.

- É inacreditável. Primeiro você grava um filme pornô, depois larga um homem maravilhoso como Kai. Agora aceita se casar com essa gigolôa sexual, e ainda a deixa fazer a sua cabeça? Como pode ser tão burra, Jennie?

- É bom saber que a senhora está por dentro das notícias, tia, não que eu fosse comunicar algo a você, claro. Trouxe Lalisa comigo para que soubessem que o que estou falando é sério. Ainda tiveram sorte de eu não fazer com que vocês tivessem que me pagar tudo o que gastaram. Reduzindo a herança de meu pai a menos do que a metade, mas eu me contento com o que restou, porque sei que vocês não poderão acabar com isso e muito menos com a memória que meu pai deixou para mim. Espero que ainda se lembrem de como é que se arruma um emprego, pois irão precisar.

Os olhei uma última vez, sentindo um peso gigantesco sair das minhas costas e me virei, saindo daquela casa. Deixá-los para trás não queria dizer que eu abandonaria o que sobrou da minha família.

Deixá-los para trás, significaria que eu tinha, finalmente, percebido que eu nunca tive uma família depois que meus pais se foram. Eu havia simplesmente me livrado de duas pessoas que eu pensei que me amavam, mas que na verdade, queriam apenas usar o que eu tinha a oferecer.

A partir de agora, eu iria construir a minha família, ao lado da mulher que eu amava e que me amava também.