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Sara Gouveia

- Achas que ganhamos? - perguntou-me a Mariana, que estava sentado comigo no sofá de minha casa.

- Acredito que sim! - abanei, afirmando, a cabeça. - Temos um bom plantel, e um bom onze, é só saber aproveitar!

Concordou com a cabeça, voltando a comer as paçocas que a Carol trouxe da viajem para o Brasil.

Também estava connosco. Não fomos ao estádio por, primeiro: o meu irmão não deixou, visto ter que ficar na jaula se fosse; segundo: estou doente, mais um motivo para o Tiago não me deixar ir; e terceiro: a Carol estava cansada da viajem, preferiu ver em casa. Por isso, optamos por ficar em minha casa.

Mas mesmo assim, trajadas a rigor: com uma camisola do meu irmão, com o cachecol dele e com o peluche da Vitória ao colo, que também foi dado pelo João.

Enquanto as duas ao meu lado falavam, pensava na conversa que tive ontem com João, após este aparecer a aquecer na antevisão da Sport TV.

Nunca pensei em resolver-me com ele, era o queria, mas nunca pensei que fosse acontecer, nem tão rápido e facilmente.

Foquei os meus olhos, que olhavam para o nada, na televisão ao ouvir o apito inicial.

Curvei-me levemente para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos, ao ver o ataque do Sporting aproximar-se. Mal tive tempo para pensar e ao exatos 47 segundos, marca o 21 da equipa de Alvalade.

Senti-me extremamente triste, mas não deixei de acreditar, principalmente depois da primeira volta do campeonato, em casa.

- Aham! Sim que isso é falta, claro que é! - reclamei ao ver o autor do único golo do jogo para já, simular uma falta dentro de área. Mas não tardou em levar cartão amarelo, exatamente, por simulação.

Fiquei um pouco mais calma ao ver a reação do Benfica ao golo sofrido: Atacaram mais e defendiam. Eram mais os minutos do Benfica no meio campo sportinguista do que o contrário.

...

Arregalei os olhos ao perceber que só faltavam dois minutos, os da compensação, para o fim da primeira parte.

Agarrei fortemente o braço da loira ao meu lado ao ver o Dí Maria preparar-se para cobrar um livre.

"Golo!", foi o que gritei, eu e as duas ao meu lado, ao ver a bola entrar na baliza de Franco Israel após um cabeceamento de Bah.

Nada mais foi feito na primeira parte, a não ser a reposição de bola no meio campo. Mas logo foi ouvido o apito para o intervalo.

...

- Outra vez não! - lamentou a Mariana, depois de se ouvir o apito final, desta vez, do jogo.

A Carol também reclamou, principalmente da arbitragem. Já eu fiquei apenas a observar os jogadores falarem uns com os outros antes de abandonar o relvado.

Levantei-me do sofá onde estava, ainda com o peluche no colo e cachecol ao pescoço, depois de ouvir a namorada do defesa das águias avisar que ia embora.

Iriam as duas juntas, visto que a Carol ia para casa do António e, no caminho, ficava a casa da Mariana.

Amigaram facilmente, o que me deixa feliz. São as duas indispensáveis na minha vida. As duas necessárias. Ainda bem que se dão bem.

Assim que saíram de casa, fui direta para o sofá ver o pós-jogo e outras coisas, até o meu irmão chegar.

Demorou pouco tempo a chegada do benfiquista jà que nada iam comemorar.

Assim que ouvi a porta do apartamento ser aberta, fui em passos rápidos até lá.

Abracei-o fortemente quando me lançou uma cara triste. Odeio vê-lo assim.

Fomos em direção ao sofá os dois, após pousar o saco desportivo no quarto, onde deitou a cabeça nas minhas pernas, e ali ficou.

‐ Podes ir ter com o João, se quiseres. - disse, do nada. - Sei que se resolveram.

Engoli a seco ao ouvir isso. Não lhe contei com medo da reação dele.

Acho que percebeu o meu choque, jà que voltou a falar:

- Notasse em ti, e principalmente no João! É por isso que eu sei. - revelou indiferente.

- Sim, é verdade! - concordei. - Mas eu não vou ter com ele, fico aqui, contigo! - passei-lhe levemente a mão pelo cabelo.

Agradeceu e fechou os olhos, jà eu, fiquei a ver televisão.

Olhei para baixo após sentir o jogador mais pesado e com a respiração mais calma, só confirmando a minha ideia: adormeceu.

Levantei-me levemente e cuidadosamente, para não acordar, e quando já estava de pé, pousei a cabeça do jogador numa almofada para que não tivesse que acordar para ir para o quarto. Estava cansado, não se iria importar de dormir ali.

Fui para o meu quarto onde troquei de roupa e me deitei de seguida, já passava da meia noite e, dentro de algumas horas, começavam as minhas aulas novamente, precisava de descansar.

(...)

Os capítulos têm sido curtos, I know, mas é só para não ficar sem postar. Porque, sim, eu continuo doente, e, agora que as aulas começaram, tempo para escrever é o que não tenho!

RIVALS  ⇨  João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora