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João Neves
(05/08/2024)

Fechei fortemente os olhos, controlando-me para não chorar, enquanto estava com a Sara a chorar abraçada ao meu corpo depois de eu postar a foto no meu Instagram a confirmar a minha ida para o PSG.

- Amor, por favor, pára de chorar... - sussurrei, abraçando-a mais forte e deixando um beijo nos seus cabelos soltos.

  - Não dá... - chorou ainda mais. - Vamos ter que ficar um ano longe, não importa o que façamos!

Nada lhe respondi, ficamos apenas assim nos longos minutos: a ouvi-la chorar e eu a esforçar-me para não fazer o mesmo.

Disse-me à dias que ia apenas acabar o secundário e, ao contrário do que achava, ia logo para França.

- Não me interpretes mal, amor... - começou a dizer de repente e levantou a cabeça do meu peito. - Não é como se eu não quisesse que desses esse passo na tua carreira, mas eu não gosto da ideia de 'tar longe de ti! - explicou-se e eu apressei-me em negar qualquer pensamento mau dela.

- Eu nunca vou achar disso, eu sei o quanto te orgulhas de mim. - segurei o rosto dela com as mãos. - Sei isso á anos...

Continuamos a conversar até a hora do almoço, quando nos levantamos, para preparar o mesmo.

Ultimamente temos aproveitado cada momento juntos.

Posso não ter a certeza de muita coisa para estes meses, mas sei que vamos fazer de tudo para que isto nunca acabe.

...

- Queres ajuda a fazer a mala? - ouvi alguém perguntar com uma voz doce, era a Sara.

Levantei a cabeça para a poder olhar. Estava encostada ao batente da porta, e vestia uns dos meu calções e um top cai-cai branco o que a fazia parecer irresistivelmente atraente.

A luz que entrava pela janela do meu quarto realçava a sua silhueta e assim que batia no castanho dos olhos dela, fazia-os brilhar.

- Não, acho que estou bem! - respondi, tentando soar confiante, mas a verdade é que estava um pouco perdido.

Ela sorriu e entrou no quarto, ignorando a minha resposta. Aproximou-se de mim e da confusão que estava no chão do cómodo e começou a dobrar algumas roupas espalhadas pelo piso.

O seu perfume doce, o mesmo já á anos, preencheu o ar e, por um momento, esqueci-me de tudo o que estava a acontecer.

- Vai ser estranho sem ti aqui... - sussurrou ela sem tirar os olhos dos tecidos que estava a dobrar.

- Vai ser estranho para mim também, - admito. - Mas Paris não é assim tão longe, e sempre que pudermos vamos nos ver.

Ela assentiu, mas percebi que não estava convencida. Eu também não estava. Sabíamos que a distância ia ser difícil de gerir, mas queríamos acreditar que ia correr tudo bem.

Continuei a fazer as malas em silêncio, tentando afastar qualquer pensamento sobre um futuro distante.

Sentia o olhar dela sobre mim e, de vez em quando, lançava-lhe um olhar rápido. Cada vez que os nossos olhos se encontravam, sentia uma corrente elétrica percorrer o meu corpo. Ela era simplesmente hipnotizante.

RIVALS  ⇨  João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora