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Sara Gouveia

-Tens alguma coisa para fazer de tarde? - perguntou-me o Guilherme, enquanto fazíamos em dupla exercícios de português, a nossa ultima aula do dia, já que tínhamos tarde livre.

- Tenho! Vou ver o treino do meu irmão, no campus. - respondi. - Queres vir? - perguntei. Sabia que adorava o Benfica e os jogadores. Também era bastamente amante de futebol, ia adorar ver um treino.

- 'Tás a falar asserio?! - assenti. - Lógico que quero! Mas não tem mal ir? - neguei rapidamente.

- Não... até porque não me apetece ir sozinha! - ri-me. - Depois até podemos apanhar boleia com o meu irmão e adiantamos o trabalho de filosofia em minha casa. - assentiu, e voltamos para os exercícios que eram para entregar no fim da aula.

...

Vamos diretos? - perguntou-me ao sair da aula.

- Sim, a não ser que te importes de almoçar lá. É onde costumo almoçar sempre nas quartas de treino. - avisei.

Negou rapidamente e seguimos caminho até o local onde o Uber estava.

Não demorou muito até o carro, e consequentemente nós, chegar ao Benfica Campus.

Saímos do Uber depois do Guilherme o ter pago, consequência de me ter esquecido da carteira em casa.

Seguimos pelos corredores deste centro de treinamento que conheço tão bem, até o refeitório. Conseguia ver a admiração nos olhos de Guilherme, amava o clube tanto quanto eu.

Ao lá chegarmos, enchemos os tabuleiros, ele mais que eu, diga-se de passagem, e fomos nos sentar.

Almoçamos mais rápido do que achavamos que íamos e ainda faltava uns belos minutos para o inicio do treino. Para não apanhar seca, resolvemos fazer o que qualquer alunos do secundário faz em época de trabalhos: dedicar tempo á escola.

Pelo o que o meu irmão tinha dito, ainda não tinham almoçado e as chances de entrarem pelo refeitório dentro alguns jogadores do plantel, principalmente os made in seixal, como o meu irmão, era grande. Não contei ao Guilherme para que se focasse no trabalho, sabia que se lhe contasse ia falar disso até eles realmente aparecerem aqui e ele não saber como reagir.

Vi-o franzir a testa após ouvir gargalhadas, a do João inclusive, do lado de fora da porta e essa ser aberta breves segundos depois, entrando o meu irmão, o Tomás, o António, o João e o Samu.

Olhou para mim como se me perguntasse se eu sabia de algumas coisa, encolhi os ombros, e ri-me pela sua expressão de choque. Somos amigos há anos e se viu o meu irmão três vezes foram muitas, principalmente porque nem sempre morei com o Tiago.

Acenei-lhes, assim como eles quando me viram. Como estávamos numa mesa de dez pessoas, a ocupar apenas duas cadeiras frente a frente, vieram-se sentar connosco.

Abracei o médio benfiquista assim que se sentou ao meu lado. Algo que retribuiu. Ao lado do Gui estava o meu irmão, ao lado o Tomás e Samu. Ao lado do João estava o António.

Iniciaram uma conversa animada rapidamente, menos o João, que estava meio aloado.

- 'Tás bem? - passei o braço pelo seu ombro e fiz leves carinhos no seu cabelo, um pouco atrás da orelha e mostrei-me preocupada, até porque, realmente estava.

- Ya! Sim! - Abanou a cabeça afirmando. - Não te preocupes Sarita! - deitou a cabeça no meu ombro.

João Neves

Não estava nada bem!

À uns dias que tenho vindo a falar com o António sobre como contar á Sara os meus sentimentos por ela, já que em momentos demonstra que sente o mesmo, outros não e outros parece mesmo só gostar de mim como amigo.

Como agora, por exemplo, estava ligeiramente inclinado para ela, com a cabeça deitada no ombro dela, enquanto ela estava com o braço por cima do meus ombros, a fazer-me leves carinhos no cabelo. Pareciamos um autêntico casal.

Sentía o olhar desconfiado do tal Guilherme. Será que eles tinham algo?

Tentei convencer-me que não, e ignorei o olhar atento do rapaz mesmo à nossa frente.

Passou mais ou menos meia hora de conversa, principalmente entre nós rapazes já que a Sara estava concentrada em escrever e ler alguma coisa no seu caderno inteligente, dei o último gole na garrafa de água que tinha no tabuleiro e avisei o grupo que tinhamos que ir para o campo onde íamos treinar, já que já estávamos equipados.

Levantei-me da cadeira sendo acompanhado pelos meus colegas de equipa, apenas ficou lá a Sara e o Guilherme, mas, pelo o que percebi, iam ver o treino.

Senti uma mão tocar-me no ombro enquanto andava pelos corredores do campus lado a lado com o Tiago. Do seu outro lado estava o Tomás. Era o António. Logo me olhou com um olhar dizendo para eu parar, algo que fiz.

- Que foi? - perguntei baixo, enquanto caminhavamos afastados do restante do grupo.

- Tens de falar com ela! - disse, rapidamente. - Tu viste como é que vocês estavam agora! Só cego não vê esse clima! Até o puto que estava com ela reparou!

- Pois... esse puto... - bufei.

- Ya, o Guilherme, né? - perguntou e eu assenti, revirando os olhos de seguida. - Que tens? - olhou-me estranho. - Aí, espera, não digas! Tens ciúmes deles! João tu estás mortinho de ciúmes! - disse animado e alto. Alto demais.

- Fala baixo, meu! - briguei. - Mas tu 'tás bem?!

- Desculpa! - riu-se reguila.

Sara Gouveia

- Bora Gui! - chamei o loiro que estava apoiado no balcão de cafés, a conversar animadamente com a dona Sónia.

- Tchau dona Sónia! Até a próxima! - despediu-se e veio até mim. Dei-lhe a mochila para a mão e fomos para as bancadas.

Enquanto o rapaz tagarelava sobre o quão animado estava, eu pensava no João. Pensava no mesmo completamente no mundo da lua hoje durante o almoço, mas também na nossa proximidade. Era estranha, mas satisfatória de sentir. Nem antes de nos chatearmos eramos assim. Hoje pareciamos mesmo um...casal...

- Sara! Estás a ouvir-me? - fui tirada dos meus pensamentos com o rapaz.

- Sim, sim, estou! - respondi rápido.

- Ótimo! Então vamos para onde agora? - questionou-me.

- Para ali! - apontei para uma porta à nossa frente.

(...)

Voltei! Não prometo voltar mais ativa, mas prometo tentar!

Sim, eu sei, prometi este capítulo no fim de semana, mas realmente não deu e olhem, até tá aqui por revisar!

Btw, estão a gostar? Ou foi só uma cena à toa e devo apagar?

Outra coisa, entendo que esta parte de história seja um pouco chatinha, mas eu prometo que daqui a nada fica mais interessante.

RIVALS  ⇨  João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora