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Sara Gouveia

- Sara! - ouvi alguém chamar-me enquanto estava sentada nas cadeiras exteriores do camarote da família na luz com a Mariana e o Guilherme. Praticamente imploraram para vir ver o jogo, visto ser o ultimo em casa.

Parei de aplaudir a equipa encarnada que entrava em campo para o aquecimento e olhei para trás, era a Carol, assim como eu achava.

Vi-a caminhar animada e rapidamente sentando-se ao meu lado, cumprimentei-a, assim como a Mariana e o Guilherme. Começamos uma conversa animada com sempre onde o assunto era o jogo. Comentávamos palpites, possíveis dificuldades, novas titularidades, novo suplentes e entre isso.

Rimos, mais uma vez, depois de parecermos novamente no telão. Havia muitas reações, o Guilherme apenas se ria assim como a Carol, a Mariana ficava histérica e eu com vergonha a tentar escondê-la a todo o custo. Por muitos anos que se passem, nunca me vou habituar.

...

Aplaudi como sempre faço mais um voo da Vitória. Eram sempre lindos, quer fossem á noite, quer fossem de dia.

Levantei--me e estiquei o cachecol no ar, após a frase "De quem sou eu?" ser ouvida e vista nos telões da luz, começando a cantar o hino de seguida, juntamente com os três que estavam comigo.

Depois, como é lógico, sentei-me novamente e num gesto praticamente involuntário, levei as unhas á boca para as roer ao ouvir o apito inicial do jogo. Mesmo este jogo, ou melhor dizendo, o seu resultado ser completamente indiferente no que toca á posição do Benfica no campeonato, a emoção era sempre a mesma. Mas tinha a noção que era apenas para cumprir calendário.

Preparava-me para gritar "Golo!" ao ver o Rafa rematar a bola rasteira, por volta do sítio da grande penalidade mas, com uma defesa importantíssima do guarda-redes do Arouca, a bola não entra, continuando assim o placar igualado a zero.

Depois do canto batido, originado pelo lance anterior, a bola calha nos pés do João , que remata para a zona so segundo poste mas, outra vez, nada de golos. Aplaudi o lance e olhei para o telão, onde ele aparecia e sorri automaticamente ao lembrar-me desta última semana. Poucos foram os momentos que tivemos juntos já que eu tenho escola e ele, por vezes, treinos mas, todos esses poucos foram especiais e incrivelmente inacreditáveis para a Sara de uma mês atrás. Para ser sincera, nem a "eu" de agora ainda não assimilou isto tudo.

- Aí fodasse! Que merda! - reclamei depois que, mais uma vez, com uma tentativa de golo por parte do João, desta vez de cabeceamento, o lance acaba com uma defesa do guardião da baliza adversária.

...

- Golo! - gritamos os quatro, assim como o camarote todo, após o Dí Maria bater o penalti e acertar na baliza.

Aplaudimos, de pé, o Rafa ao minuto 27' assim como os, por volta, de 50 mil adeptos presente na Luz.

Muito perto da chuva de aplausos, ouve uma jogada, mais uma, linda do Rafa que podia dar, mais uma vez, a golo.

- Outro? - ouvi a Mariana chocada perguntar retoricamente ao ver o árbitro assinalar outro penalti a favor do Benfica. Penalti esse que os adeptos pediam, assim como no primeiro, para que fosse o Rafa a bater mas o jogador negou e acabou por ser o Kökçü.

RIVALS  ⇨  João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora