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João Neves

Revirei os olhos ao ver o story da Gouveia. Não gostava da amizade que tinham um com o outro.

Odiava o facto de ter a amizade que tinha comigo com ele agora.

Mas tenho consciência que é por total culpa minha que estamos assim agora, mas como é que eu lhe ia contar?

Apaixonar-me por ela nunca teve nos planos. De ínicio, achei que era apenas uma leve atração, eu cresci, assim como ela, e comecei a vê-la com outros olhos.

Mas não era. Era muito mais, tornou-se uma paixão com a qual eu nunca soube lidar.

Não sabia como lhe contar, então resolvi afastar-me, assim não tinha que esconder e esse sentimento ia acabar por desaparecer.

Mas eu estava errado, estive sempre. Nunca deixei de sentir o que sinto por ela. Nunca. Apenas aumentou mais e mais.

E agora vê-la com o Félix assim, tão chegados, dá-me raiva. E não tenho problema em admitir, para mim mesmo claro, que tenho ciúmes.

Agora nem se eu quisesse e implorasse muito tinha o perdão dela.

Fiz merda, mas estava disposto a assumi-la e tentar voltar a ser o que era antes.

Suspirei pesadamente levantando-me da cadeira do refeitório do Benfica campus onde acabei de tomar o pequeno-almoço.

Abanei a cabeça negativamente vezes seguidas na tentativa de tirar a morena dela.

- Atão puto, que se passa? - perguntou o António. - A pensar na Sara? - brincou, fazendo-me uma leve carga de ombro.

- Não António! 'Tà masé calado! - repreendi-o.

- Pronto! - disse a rir, levantando as mãos em forma de rendição. - Jà não está mais aqui quem falou! - brincou.

Levantei-me da mesa, assim como ele e fomos em direção ao campo onde íamos treinar.

Mas, passado poucos minutos, já no treino, apanhei-me a pensar outra vez nela...

Desde o jantar à uns dias que não a tirava da cabeça. Estava diferente, já não estava com ela, já não a via à algum tempo. Tempo suficiente para mudar, se antes era louco por ela, agora sou completamente.

Já que o Tiago sabia do que aconteceu, sabia de ambos os lados, raramente citava a irmã nas nossas conversas, ou nas conversas onde eu estava.

Por ele, não sabia muito da vida dela, mas o que sabia era pela minha irmã.

Muitas das vezes que estava com a Maria, havia sempre meia hora onde ela falava com a Gouveia ao telemóvel.

Sabia bem o tema: rapazes. Se ficava incomodado? Muito. Fico até hoje.

Bufei irritado ao errar, mais um, passe.

- Puto, 'tà tudo bem? - questionou-me o António, com quem eu trocava passes.

- Ya! - forcei um sorriso. - Tudo bem! - assegurei.

RIVALS  ⇨  João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora