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Sara Gouveia

‐ Goloo!! - gritei abraçada ao Hugo e à Carol assim que vi o Bernardo Silva marcar o terceiro penalti por Portugal.

Estava realmente rouca, além de ter gritado os 120 minutos todos, o Diogo Costa defendeu três penaltis, repito, três penaltis.

Depois de confirmada a passagem de Portugal para os quartos de final com o desempate por penalidades, esperamos nervosamente para que a festa passasse e pudéssemos estar com os jogadores.

Não me levem a mal, mas queria abraçar o João, e parabenizar os restantes jogadores como é lógico. Não tinha jogado, mas sabia que estava igualmente feliz e eufórico.

- Vamos indo para o estacionamento... - sugeriu o Hugo. - Se não, tão cedo não saímos daqui!

Concordamos e seguimo-lo por todas as bancadas. Durante o pequeno percurso, passei-o todo a falar com a dona Carla, mãe dos Félix's.

Durante o tempo de espera, falava com o Guilherme por vídeo chamada, estava eufórico, ele e a Matilde. A sua "amiga colorida".

Tenho saudades deles mas, por vezes agradeço de não lá estar, por exemplo agora. Como os pais da Matilde estão numa viajem curta a trabalho, a casa estava livre e resolveram ver o jogo juntos e chamar a mariana e o namorado. Mesmo sabendo que nem o Guilherme nem a Mariana são de deixar os amigos de lado, não ia gostar de estar próxima daquele quatro é par.

Até porque, mesmo que quisesse chamar o João, era impossível já que não ia estar em Portugal.

- Vá, tenho que desligar. Eles vêm aí! - avisei, após ver o João vir até nós, junto com o António e o Conceição.

- Oskey! - ri-me com a palavra que andas viciado em dizer. - Aproveita aí! - fez uma cara maliciosa e logo recebeu um olhar confuso da Matilde ao seu lado.

Neguei com a cabeça, Corada. Desliguei rapidamente para que não dissesse mais nada, mesmo sabendo que ia contar á Matilde.

Vi o João conversar com a Carol enquanto ia em direção a eles. A rapariga apontou para mim e o João olhou na direção e mal me viu abriu um sorriso. Retribuí.

- Então princesa, porque é que estavas ali sozinha? - perguntou e, como sempre, as suas mãos pararam na minha cintura, assim como os meus braços sobre os ombros dele.

- Estava a falar com o Guilherme... - respondi e vi-o fechar a cara e olhar para o chão. - E com a namorada dele! - avisei-o, puxando-lhe delicadamente a cara para que olhasse para mim.

- Namorada? - perguntou, a tentar, miseravelmente, esconder o sorriso da cara. - Ele namora?

- Ahh...mais ou menos...é complicado! - atrapalhei-me. - É tipo nós! - sorri-lhe e ele fez o mesmo.

- Tipo nós? - perguntou, a aproximar a cara de mim. Assenti com a cabeça. - Então gostam muito, muito, muitoo um do outro!

Sorri engraçada.

- Eles não sei, mas nós sim! - encurtei ainda mais a distâncias entre nós mas, ainda antes de juntarmos os nossos lábios, o meu telemóvel tocou.

Era o Tiago. Conversamos no dia em que me resolvi com o João e, depois de muita conversa, ele lá aceitou. Era claro que só o fez porque não tinha outra opção na altura, mas, de uns dias para cá, tem vindo a melhorar.

Melhorou tanto que no dia dos anos dele, além de eu e o João ficarmos em chamada com ele durante três horas, durante o jogo e no fim também, falaram mais entre eles do que outra coisa.

- É o Tiago! - esclareci e atendi, vendo logo a cara do meu irmão, provavelmente deitado no sofá, e a Manita levemente inclinada no seu ombro, provavelmente para conseguir ver-nos. - Olá, maninho!

- Olá! - sorriu-me. - João, afasta-te um bocadinho... -  sorriu sínico. Assim que o João o fez, afirmou com a cabeça em satisfação. Revirei os olhos.

Ficamos uns segundos em silêncio, apenas a olhar para a cara do Tiago, já que o mesmo não dizia nada.

- Olha, sabes que podes falar... - disse-lhe.

- Era só para falar com o João! - pisquei os olhos várias vezes seguidas.

Só podem estar a brincar comigo...

E assim começou uma longa conversa entre eles os dois que só parou porque eu tinha que ir apanhar um comboio até ao hotel com a Carol. O Hugo e a sua mãe também iam, só que não com o destino no mesmo hotel.

...

- João, tenho mesmo que ir... - ia continuar mas ele beijou-me antes. - E tu também! - coloquei as minhas mãos no seu peito quando reparei que o ia repetir.

Finalmente aceitou, dando-me um último beijo e um último abraço, indo de seguida para dentro do autocarro que transportava a seleção nacional.

Fiz o mesmo, mas indo de encontro com a Carol que já me esperava.

Como sempre, fomos de comboio até ao hotel e quando lá chegamos, fui-me logo arranjar para ir para a cama.

Para além de já estar cansada, amanhã tinha combinado com a Carol dar uma volta por Alemanha já que, desde que aqui chegamos, poucas vezes fizemos isso com tempo.

(...)

Finalmente estou a ter tempo para escrever.

(Postei o 22 sem querer mas já o apaguei, espero que ninguém tenha lido🙃)

Sabem, eu acho que esta história não está a fazer muito sentido, não acham?

RIVALS  ⇨  João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora