Bracelet • YoonSeok/Sope

Capítulo Dezessete

The seasons I had lived in with you little by little becomes distant only for me... [Yorugaakeru, GIVEN]

Talvez por ter acordado com um despertador durante as minhas férias e não estar, nem um pouco, acostumado com isso, senti que o meu corpo demorou um pouco mais do que o normal para despertar hoje. Na teoria, acabei acordando exatamente no mesmo horário dos outros dias em que consegui assistir o sol nascer no horizonte, mas na prática eu sabia que não poderia me arriscar e deixar para acordar sem um despertador sendo que vou me encontrar com Jung Hoseok agora de manhã.

Quando a minha mente parece acordar o suficiente pra me fazer lembrar de que irei entrar no fundo do mar depois de tanto tempo, aí sim sinto o meu corpo despertar na base da ansiedade e, claro, do nervosismo também.

Após levantar da cama e ir ao banheiro, procuro entre as minhas roupas no armário alguma bermuda que dê pra usar pra entrar no mar e uma camiseta mais leve pra sair dele depois, ficando meio em dúvida se devo ou não levar alguma toalha extra ou algo do tipo, resolvendo pegar uma no fim das contas pra garantir. Ao sair do meu quarto depois de arrumar o meu cabelo e de colocar um chinelo simples, faço todo o possível pra caminhar silenciosamente pelo andar de cima da casa e pra descer as escadas, já que todo mundo está dormindo ainda e eu tenho certeza de que ninguém gostaria de ser acordado por um jovem saindo de fininho antes mesmo do sol nascer. Apesar de ter avisado ontem pros meus pais que faria isso, tentando evitar que aquela situação do dia da tempestade voltasse a se repetir, eu não havia dito nada sobre isso pro Jimin ou pra Yuna, então com toda a certeza não quero acordar eles sem querer agora e ser pego enquanto tento sair da casa da família Park pra ir me encontrar com Hoseok.

Antes de sair da casa, assim como ontem, visito a cozinha e procuro por alguma coisa fácil pra levar como meu café da manhã e, quem sabe, o de Hoseok também, considerando que ele acabou dividindo comigo o que era pra ser apenas o meu café da manhã de ontem. Por não ter muitas opções, decido pegar apenas duas maçãs da fruteira e lavá-las, saindo da casa de Jimin logo em seguida.

Enquanto caminho na direção do mesmo local da praia onde estava ontem, sinto novamente o meu corpo estremecer tanto de nervosismo quanto de ansiedade, já que o meu olhar se volta o tempo todo pro mar de Jeju e tento me imaginar ali, nadando por entre as ondas e boiando, assim como amava fazer na companhia de Minho. Isso, inclusive, ainda é um pouco estranho pra mim: me imaginar nadando novamente com outra pessoa, já que foi justamente ele quem me ensinou a nadar, a boiar e a, de fato, amar o mar de Jeju. Por isso a sua morte naquele dia, pra mim, foi como um marco terrível, como o fim de um ciclo, já que ele havia me ensinado a nadar e a amar estar no mar e, no fim das contas, acabou morrendo nele por causa de uma tempestade de verão.

Por estar tão perdido em pensamentos, assim como acontece na maioria das vezes em que penso em Kim Minho e em tudo o que aconteceu entre nós dois no passado, acabo não percebendo o momento em que chego no mesmo local em que estava ontem até me sentar ali na areia, me movendo realmente como se estivesse no modo automático até perceber de fato onde estou.

Suspiro ao ver os primeiros raios de sol surgirem no horizonte lentamente, anunciando, sem pressa alguma, o começo de mais um novo dia, e mordo uma das maçãs que trouxe neste exato momento, acalentado por essa vista tão linda que estou apreciando agora e me sentindo estranhamente feliz com isso. E, não muitas mordidas nessa minha maçã depois, vejo uma figura correndo pela areia da praia mais ao longe, não precisando me esforçar tanto assim pra tentar identificar quem é a figura que está se aproximando de mim na praia.

— Se você tivesse demorado mais, eu teria comido a maçã que trouxe pra você! — grito pra Jung Hoseok enquanto ele se aproxima mais de mim, ouvindo ele gargalhar mesmo ainda estando a metros de areia distante de onde estou.