POV: E.S.
— EU QUERO BATER A PORRA DA MINHA CABEÇA NA PAREDE!
Esbravejo jogando-me no sofá e enfiando a almofada no rosto, desejando que magicamente me sufocasse.
— Gritar e bater a sua cabeça na parede não vão resolver as coisas. - Yoko fala enquanto me olha, sentada no braço do sofá.
— Se resolvesse, tenha a certeza que eu já estaria convulsionando no chão. - Minha voz sai abafada por conta da almofada.
— Enid! - Tiro o objeto do rosto e encaro sua feição surpresa. Qual o problema? só disse algo óbvio. — Eu preciso que você se acalme para conversarmos.
Já entendendo onde aquilo daria, me aproximo e encosto a cabeça em seu colo, me ajeitando. Meio que temos um ritual desde pequenas quando uma das duas precisam conversar. Se trata de deitarmos a cabeça no colo da outra e fazermos companhia.
— Desculpa. - Sinto vergonha por tal comportamento, às vezes perco o controle e Yoko não tem nada a ver com isso.
— Se você e sua mãe continuarem assim, ou sairá um homicídio doloso, ou você vai infartar antes dos trinta. E acredite se quiser, nenhuma das opções me agrada.
— Ela sabe como me tirar do sério. - Suspiro e passo as mãos pelo rosto. — Eu não tenho mais seis anos! Mesmo fora de casa eu continuo me sentindo sufocada e controlada exatamente quando criança.
— Não acha que está na hora de dar um fim nisso? - Yoko me pergunta receosa. — Tipo, de vez?
— Se eu sumir é pior. Você sabe disso, Yo. Eu não acharia as suas visitas ruins se ela não tivesse o objetivo de acabar comigo em todas. Ela me trata mais como sua inimiga do que filha. - Assente pensando em um próximo tópico de conversa.
— O que ela queria, afinal? Não consegui ouvir com clareza já que pediu pra ter uma conversa apenas entre vocês duas.
— Ela disse que seria melhor se eu voltasse para o interior e começasse uma "faculdade de verdade" - aspas com os dedos - na cidade vizinha. E eu disse que não, porque as coisas que quero estão por aqui e eu não fiz uma faculdade esses anos todos para nada. Começamos a discutir e ela fez questão de me humilhar até o último segundo enquanto estava na minha frente.
— Por isso ela bateu a porta daquela forma? - Indaga.
— É. - Sinto a maldita queimação na garganta. — Eu sei que isso te desgasta também. E o Ajax e Eugene. Sei que já disse isso, mas nenhum de vocês deveriam presenciar, desculpa.
— Nós também somos uma família, Nid. Todos nós entendemos essa situação e sabemos que você não tem culpa de nada e nem deseja isso. É totalmente compreensível reagir assim.
Suas palavras giraram em minha mente. Posso prever a futura dor de cabeça que vou sentir.
De novo.
— Mas então, para animar o clima de enterro, deixa eu perguntar... - Cutuca minha bochecha. — Wednesday é o nome da misteriosa?
Acho graça de sua fala e me animo com o nome citado, ainda não tinha contado a Yoko.
Quer dizer, mais ou menos...
Y: — Você me mandava quinze mensagens em tipo, cinco segundos! Eu nem sabia que isso era humanamente possível!
— Eu estava em desespero! - Rio enquanto me explico, lembrando da situação.
— A maior parte das mensagens você digitou errado. Eu não entendi nada além de socorro, Wednesday e café.
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FLOAT - Wenclair
FanfictionO quão invisível alguém pode ser? Como lidar quando desde cedo sua família não te enxerga e você recebe o desprezo de sua mãe? O que fazer se você é ignorado todos os dias pela sociedade e todo o seu esforço é em vão? Enid lutava pelas respostas d...